Capítulo 5 – Ario, rei da Lacedemônia, escreve a Onias, sumo sacerdote, para fazer aliança com os judeus, sendo os lacedemônios descendentes de Abraão. Hircano constrói um soberbo palácio e se suicida, para não cair nas mãos de Antíoco.
“Ario, rei da Lacedemônia, a Onias, saudação. Vimos por certos títulos que os judeus e os lacedemônios têm a mesma origem, sendo ambos os povos descendentes de Abraão. Sendo nós então irmãos, nossos interesses devem ser comuns, e é justo que nos façais saber com inteira liberdade o que desejais de nós, e nos portaremos da mesma maneira a vosso respeito. Demoteles vos entregará esta carta, escrita numa folha quadrada e selada com um sinete, onde está impressa a figura de uma águia que tem uma serpente nas garras”.
Depois da morte de José, a divisão entre os filhos suscitou graves perturbações, pois a maior parte favorecia os mais velhos, contra Hircano, que era o mais jovem, e particularmente Simão, sumo sacerdote, porque eram parentes. Assim, Hircano não quis voltar a Jerusalém, mas ficou além do Jordão. Fazia continuamente guerra aos árabes, matando muitos deles e fazendo prisioneiros a outro tanto. Construiu um castelo bem forte, cujos muros externos desde a base até o alto eram de mármore branco, cheio de figuras de animais maiores que o natural. Rodeou-o com um fosso profundo, cheio de água, e mandou cavar no rochedo de uma montanha vizinha grandes cavernas, cuja entrada era tão estreita que permitia somente passar uma pessoa por vez, para lhe servirem de refúgio, caso fosse acossado pelos seus irmãos. Havia nesse castelo grandes salas, quartos com todos os móveis necessários e fontes que jorravam água em abundância. Nada podia ser mais belo e mais vistoso.
Esse majestoso edifício, situado além do Jordão e próximo de Essedom, na fronteira da Arábia e da Judéia, era rodeado de belos jardins. Hircano deu-lhe o nome de Tiri e de lá não se afastou durante os sete anos em que Seleuco reinou na Síria. Vindo a morrer esse príncipe, Antíoco, seu irmão, cognominado Epifânio, sucedeu-o. Ptolomeu, rei do Egito, cognominado Epifânio, morreu também e deixou dois filhos ainda muito jovens, dos quais o mais velho se chamava Fílonmetor, e o mais novo, Fiscom. O grande poder de Antíoco espantou Hircano, e ele teve tanto medo de cair em suas mãos e de ser castigado severamente pela guerra que fizera contra os árabes que se matou. Esse príncipe, então, apoderou-se de todos os seus bens.
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