Alguns irmãos quando ouvem uma mensagem costumam fazer anotações dos pontos que sobressaem. Outros mais ousados, quando o pregador termina de falar, vão lá e pedem o esboço do sermão.
Algumas vezes eu postei aqui alguns estudos bíblicos e também mensagens que foram transcritas de pregações. Sei que é um texto longo e por isso tento facilitar postando em capítulos. Sei também que a maioria não costuma ler textos com passagens bíblicas, pois acham cansativo e repetitivo e em alguns casos, alegam que textos bíblicos fazem perder a linha de raciocínio. Contudo, apesar disso, eu sei que uns poucos absorvem bem e tiram proveito ao máximo a ponto de me pedirem o texto inteiro. Por causa destes meus ávidos leitores é que eu não desisto dos textos longos rsss
Hoje, eu dou início a transcrição feita pelo meu amado Luiz Roberto Cascaldi de uma mensagem que ministrei em Santíssimo, Rio de Janeiro, sobre O PECADO DA PREGUIÇA. Suportem-me uma vez mais
Jesus um dia declarou:
“Mas ele lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” (João 5:17)
O pecado da preguiça, pela dificuldade de ser identificado e confrontado, talvez seja o mais sutil a operar no presente século e, infelizmente, tem derrubado muitos cristãos.
“Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante; no estio, prepara o seu pão, na sega, ajunta o seu mantimento.” (Provérbios 6:6-8)
A preguiça tem muitas caras. Ela se traveste de várias formas. Uma das definições da palavra “preguiçoso” é “lerdo” e, por isso, relaciona-se à lerdeza ou lentidão. Entretanto, olhar para uma formiga e afirmar que a preguiça é apenas não trabalhar, é um equívoco. Alguns preguiçosos trabalham para não ter “o trabalho”. Certo dia eu precisei confrontar um irmão por esse pecado, mas ele era um empresário que trabalhava muito. Conversando, ele me disse que trabalhava mais do que qualquer pessoa que conhecia. Porém, disse a ele que, devido ao seu trabalho, fugia e negligenciava suas responsabilidades como marido e pai, como chefe em sua casa. Expliquei-lhe que a preguiça transcende essa questão do trabalho secular. Existe um trabalho que é inerente ao nosso chamado, à nossa responsabilidade, ao compromisso assumido, ao propósito da existência. Por isso eu disse que alguns trabalham para fugirem do trabalho.
Preguiça é muito mais do que simplesmente não trabalhar no emprego, mas é também não fazer o que precisa ser feito fora do emprego. Conheço muitas mulheres que saem dos seus lares e trabalham bastante, mas não porque amam seus trabalhos fora de casa e, sim, porque odeiam enfrentar seus serviços domésticos. Concordo que o trabalho de casa é uma loucura, uma rotina alucinante e, talvez, seja o pior que existe na Terra. Nenhum homem suportaria dormir, acordar, viver, tirar férias no próprio ambiente de trabalho. Mas preguiça é também não cumprir ou fugir das suas obrigações.
“Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?” (Mateus 10:26)
Quando li esse texto sob a ótica da preguiça, confesso que fiquei confuso, sem saber o que Jesus queria que eu fizesse: que trabalhasse como as formigas ou ficasse como as aves do céu, sem semear, sem ajuntar em celeiros. Obviamente, a Palavra de Deus não se contraria nunca, mas a questão não é o trabalho simplesmente. A ave, assim como a formiga, cumpre o seu papel pois nasceu para isso e assumiu o que lhe é pertinente. Então, trabalhar é fazer da melhor forma possível aquilo que nos foi confiado fazer.
A formiga, segundo o texto acima, tem dois detalhes interessantes. Primeiro, ela não precisa de líder para motivá-la a fazer seu trabalho. Muitos trabalham somente por obrigação ou debaixo de constante pressão para fazê-lo. Não são “pró-ativas”, não têm iniciativa e, por isso, são preguiçosas. Se não houver alguém incentivando-as ou se o chefe não estiver por perto elas não trabalham. Isso é tão forte que algumas empresas limitam e até proíbem o uso da internet pois muitos, ao invés de trabalhar, ocupam seu tempo navegando em páginas de relacionamentos. Será que é porque elas não têm nada para fazer ou porque ninguém lhes deu ordens? Ou então porque ninguém as está observando? Quem faz apenas o que lhe é mandado cai no pecado da preguiça.
O segundo detalhe da formiga é que ela não se limita ao tempo, ou seja, não existe tempo bom ou ruim para ela trabalhar.
“Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.” (Provérbios 6:9-11)
A postura do preguiçoso é estática, ele não se movimenta. Enquanto ele permanecer letárgico a pobreza o dominará. Nós não temos luz suficiente de como esse pecado é terrível e nos destrói. A preguiça não ataca apenas nossa produção diária, mas tem um poder muito maior. O texto fala de uma situação contínua de necessidade e de pobreza que aflige o preguiçoso em muitos aspectos.
“Como vinagre para os dentes e fumaça para os olhos, assim é o preguiçoso para aqueles que o mandam.” (Provérbios 10:26)
O vinagre anestesia e a fumaça impede a visão da pessoa. Também queima e arde. Não sei exatamente qual o sentido de Provérbios, mas é muito ruim quando mandamos alguém fazer algo e essa pessoa, de tão preguiçosa que é, acaba nos fazendo perder a visão do que lhe havíamos pedido, ou seja, ela embaça, confunde, incomoda a nossa visão.
“O preguiçoso não assará a sua caça, mas o bem precioso do homem é ser ele diligente.” (Provérbios 12:27)
Diligência é o contrário da preguiça. Às vezes agimos como preguiçosos em várias situações e dizemos, como um eufemismo, que apenas fomos negligentes. Já presenciei algumas pessoas pedindo perdão por terem sido negligentes. Sempre que a Bíblia fala sobre ser diligente ela está se colocando como contraponto ao preguiçoso.
Outra verdade importante é que a preguiça não deve ser confundida com doença. Imagine a seguinte cena: Uma pessoa está deitada, prostrada no chão e passa alguém e lhe pergunta: “O que essa pessoa tem?” E você responde: “Ela está cansada ou doente, coitada”. Isso irá trazer um sentimento de pena, de misericórdia para quem perguntou. Entretanto, se você responder: “É preguiça”, a reação dessa pessoa será outra.
Muitos são tão preguiçosos que até gostam de ficar doentes. Lembro-me de uma época, quando militar, que houve uma epidemia de conjuntivite e o pessoal do quartel se expunha a alguém doente, torcendo para pegar o vírus simplesmente para poder ficar em casa. Já ouvi também sobre alguém que quebrou um dedo para poder pegar licença do trabalho. Este homem hoje é um cristão e segundo me contou, fez isso mais de uma vez. No entanto, ele hoje já deu frutos de arrependimento.
“Não assará a sua caça”. Imagine que você tem algo em suas mãos que já é seu, que você já conquistou mas que ainda não consolidou. Quantas vezes começamos a fazer algo e não terminamos, deixamos parado no meio do caminho? Quantos sonhos, projetos e alvos estão engavetados? Tempos atrás comecei a fazer um curso à distância e, devido a uma grande quantidade de viagens, acabei perdendo matérias e avaliações importantíssimas. Terminei o período, mas decidi trancar o curso. Mesmo tendo a consciência de que não negligenciei, fiquei triste, pois é muito ruim quando matamos a caça e não trazemos à boca. “Assar” é consolidar, executar, terminar o que começamos.
“O preguiçoso deseja e nada tem, mas a alma dos diligentes se farta.” (Provérbios 13:4)
Parece que existe uma maldição que acompanha o preguiçoso pois ele convive com uma sensação de que nunca tem nada, de que sempre está faltando algo. Já o diligente, vive com a sensação de que está sempre farto, abundante.
“O caminho do preguiçoso é como que cercado de espinhos, mas a vereda dos retos é plana.” (Provérbios 15:19)
“A preguiça faz cair em profundo sono, e o ocioso vem a padecer fome.” (Provérbios 19:15)
“O preguiçoso mete a mão no prato e não quer ter o trabalho de a levar à boca.” (Provérbios 19:24)
Esse último verso se repete em Provérbios 26:15. O preguiçoso já “meteu a mão no prato”, já fez ou resolveu uma parte mas não quer ter o trabalho de concluir, de “levar à boca”. Isso é algo chocante e, infelizmente, existe demais no mundo hoje. A geração atual não quer ter trabalho. A grande maioria das pessoas nascidas nos últimos 30 anos, que o mundo chama de “Geração Y” e “Geração Z”, são múlti estimuladas. São pessoas de muitos talentos, de muitas oportunidades, mas que não se aprofundam em nada, não consolidam o que começam, não “vestem a camisa” do que fazem. Dificilmente vemos uma pessoa desta geração ficar mais de 10 anos em um mesmo emprego. É igual ao jogador de futebol moderno que troca continuamente de clube, e não é somente por uma questão de salário, mas, sim, por pertencer a uma geração que se estimula pela novidade e não se satisfaz com uma mesma coisa por muito tempo.
Trabalhar não é algo que emociona pois exige fazer a mesma coisa muitas vezes. Trabalhar, também, não é administrar uma situação caótica (pois isso qualquer medíocre faz), mas é trazer uma solução para o caos; é fazer algo ao invés de apenas falar.
“Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.” (Provérbios 22:13)
“Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas ruas.” (Provérbios 26:13)
Quantas desculpas nós damos para não fazer o que deve ser feito? As desculpas geralmente são dadas em primeiro lugar para nós mesmos. “Leão na rua” é papo de preguiçoso; não há desculpa para não fazer o que é preciso. No meio profissional, principalmente, essa situação é muito forte e recorrente.
Lembro-me da história do vendedor de sapatos:
“Era uma vez uma indústria de calçados que desenvolveu um projeto de exportação de sapatos para a Índia. Em seguida, mandou dois de seus consultores a pontos diferentes do país para fazer as primeiras observações do potencial daquele futuro mercado. Depois de alguns dias de pesquisa, um dos consultores enviou o seguinte fax para a direção da empresa: “Chefe, cancele a produção, pois aqui ninguém usa sapatos”. Sem saber desse fax, o segundo consultor mandou à direção da empresa a seguinte observação: “Chefe, triplique a produção, pois aqui ninguém usa sapatos”.
Essa história mostra que quem tem desculpas para não trabalhar já está derrotado. Para vencer é preciso criar o que não existe, fazer o que ninguém faz. Se a caça já é nossa, se já colocamos a mão no prato, então precisamos consolidar, concluir o trabalho.
“Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; eis que tudo estava cheio de espinhos, a sua superfície, coberta de urtigas, e o seu muro de pedra, em ruínas. Tendo-o visto, considerei; vi e recebi a instrução. Um pouco para dormir, um pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.” (Provérbios 24:30-34)
“Como a porta se revolve nos seus gonzos, assim, o preguiçoso, no seu leito.” (Provérbios 26:14)
Os textos sempre relacionam o preguiçoso com a cama. Alguns dizem: “Mas eu durmo pouco!”. Entretanto, a questão não é dormir muito ou pouco, mas dormir o necessário. Jesus dormiu no barco em meio à tempestade pois estava muito cansado (Marcos 4:38). O problema é quando a cama se transforma em uma fuga. A pior coisa para mim é quando alguém tem um compromisso e é vencido pela cama.
Eu nunca perdi um voo em minhas viagens. Um dia eu peguei um táxi e o motorista me contou de uma passageira que chorou a viagem inteira pois perdeu um voo para a Europa. O motivo é que ela havia chamado o táxi com pouquíssimo tempo de antecedência. Eu pergunto: O que faz uma pessoa que tem um compromisso tão importante na Europa atrasar e perder um voo? Estava cansada, acordou tarde? Quem tem uma responsabilidade às vezes nem dorme antes.
Quando eu era criança sempre demorava muito para acordar e ir à escola. Entretanto, quando era para passear ou ir à praia eu mal dormia e acordava rápido, não medindo esforços. Quando existe interesse a situação muda de figura. Será que temos para um compromisso a mesma disposição que temos para um lazer, ou então para com responsabilidades mais sérias que assumimos na vida (casamento, paternidade, família etc.)?
“Mais sábio é o preguiçoso a seus próprios olhos do que sete homens que sabem responder bem.” (Provérbios 26:16)
“Pela muita preguiça desaba o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa.” (Eclesiastes 10:18)
O preguiçoso, além de tudo, é soberbo. Ele confia mais na sua visão medrosa e medíocre do que no conselho de pessoas sábias e entendidas. Por exemplo, alguém compra uma franquia. A franquia tem todo um conjunto de regras de procedimentos, mas essa pessoa, preguiçosa e se julgando capacitada e conhecedora de tudo, mesmo com conselhos de outros que entendem do negócio, não se humilha, faz diferente e acaba naufragando nesse negócio.
As verdades do Reino de Deus se aplicam a qualquer seguimento da nossa vida. Se aplicam a toda nossa vida. Extraímos das histórias bíblicas alguns princípios que servem tanto para o desenvolvimento da nossa vida natural como também para da espiritual.
“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento; e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.” (Filipenses 3:12-16)
O que a preguiça pode fazer de mais maligno em nós é bloquear ou interromper nossa caminhada com Jesus, nos impedir de chegar espiritualmente onde precisamos. Não conquistaremos ninguém para algo pelo qual não fomos ainda conquistados. O primeiro passo é ser rendido, vencido. A palavra “render” tem uma conotação militar, ou seja, quando o evangelho verdadeiramente nos conquista, então nos rendemos a ele. Quando somos rendidos a Deus podemos levar outros a também se renderem a Ele.
O passado não é bom para nada. Quem olha para um passado ruim não avança, pois fica com medo de que alguns fracassos, derrotas e decepções se repitam; quem olha para um passado bom também não avança, pois fica nostálgico de coisas que deram certo e hoje são diferentes. Salomão disse que não é sábio perguntar “…por que foram os dias passados melhores do que estes” (Eclesiastes 7:10).
Paulo disse “esquecendo-me das coisas que para trás ficam”, ou seja, quer tenham sido coisas boas ou ruins já passaram, já acabaram e agora tem que avançar, não pode ficar parado. A preguiça sempre destrói a vida espiritual pois nos impede de crescer, de progredir em direção ao alvo, ao “prêmio da soberana vocação”, ao chamado de Deus em nossas vidas.
“Prossigo para conquistar” e “prossigo para o alvo” traz a ideia de estar ativo, em movimento, trabalhando, de não estar estático ou parado.
“Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento”. Como é isso, já que o próprio Paulo afirma antes que ele ainda não havia alcançado a perfeição? Será que ele estava confuso? Mas há um texto que esclarece isso:
“Porque, com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados.” (Hebreus 10:14)
O escritor está dizendo que “a caça já é nossa”, ou seja, já fomos aperfeiçoados com o sacrifício único de Jesus. Mas “levar a comida à boca” depende de nós, ou seja, vivemos diariamente um processo de santificação e aperfeiçoamento. Jesus fez a pior parte, o impossível para nós – com um único sacrifício consumou, resolveu, aperfeiçoou tudo – mas agora somos nós que temos o compromisso de nos santificarmos. Assim, a vitória já é nossa mas precisamos trabalhar para consolidá-la; somos mais que vencedores, mas temos de lutar para conquistar isso. Não podemos cruzar os braços e deixar a preguiça nos vencer; antes, vamos sair da letargia, do marasmo que pode nos destruir e nos matar de fome. O preguiçoso vive com fome pois tudo em sua vida é inacabado.
Em minha Bíblia, o capítulo 2 da Epístola aos Hebreus começa com um título: “Os perigos da negligência”, mas podemos colocar também “Os perigos da preguiça”.
“Por esta razão, importa que nos apeguemos, com mais firmeza, às verdades ouvidas, para que delas jamais nos desviemos. Se, pois, se tornou firme a palavra falada por meio de anjos, e toda transgressão ou desobediência recebeu justo castigo, como escaparemos nós, se negligenciarmos tão grande salvação? A qual, tendo sido anunciada inicialmente pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a ouviram; dando Deus testemunho juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade. ” (Hebreus 2:1-4)
Sabemos que Jesus já conquistou a vitória completa sobre todas as coisas através da sua morte e ressurreição. Desta forma, como cristãos, devemos nos apegar com mais firmeza a essas verdades que temos ouvido, aprendido e recebido, pois o preguiçoso negligencia “tão grande salvação”. O texto diz que quem negligencia, quem não termina ou não consolida o que tem recebido não escapará do juízo do Senhor.
Nós somos “franquias” do céu na Terra – quem nos comanda é o Senhor. Ele já fez tudo e o que nos resta é obedecê-Lo, não inventando coisas novas ou desconsiderando o que já foi feito e dito por Ele. Se nos apegarmos a essas verdades alcançaremos o que já foi conquistado por Deus a nós. No dia do juízo não haverá desculpas e seremos cobrados por não cumprir em vida tudo o que o Senhor Jesus já cumpriu na cruz. “Ah, mas o leão estava na rua e ia me morder!” O diabo “ruge como leão” mas não é o leão; ele só faz barulho e assusta, mas o seu lugar é debaixo dos nossos pés. Jesus nos conquistou um lugar de autoridade sobre ele e não podemos negligenciar esse fato tornando-nos preguiçosos ou indolentes (Hebreus 6:12).
Quero incentivá-lo a acordar, a despertar do sono, a deixar de ser preguiçoso e lutar pela sua salvação que já foi conquistada por Cristo. Levante, reaja, não permita que nada o desmorone, desvirtue ou afaste da verdade. Você foi feito à imagem e semelhança de Deus e precisa se dispor a trabalhar pois Ele não para, mas trabalha continuamente até agora (João 5:17). Não cruze os braços, não abaixe suas armas, não se permita ficar parado aceitando coisas que lhe bloqueiam e impedem de prosseguir, de crescer.
“Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e tudo o que há em mim bendiga ao seu santo nome. Bendize, ó minha alma, ao SENHOR, e não te esqueças de nem um só de seus benefícios.” (Salmos 103:1,2)
Nossa alma precisa de ordens, de comandos. Devemos ordená-la a se levantar, marchar, lutar, encarar todas as situações. Deus já nos chamou, já nos consolidou, já nos entregou tudo. O que precisamos agora é abandonar a preguiça e trabalhar, realizar, concretizar na Terra o que já foi concretizado no céu. Já sabemos como lutar contra a carne, o diabo e o mundo. Então, o que nos resta agora é levantarmo-nos e atacar, reagir e agir.
“Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti.” (Isaías 60:1)
“Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas.” (Efésios 2:10)
Não deixe que a preguiça lhe roube e destrua. Você não é preguiçoso mas é filho de Deus criado à imagem e semelhança d’Ele para praticar boas obras. Fomos chamados para uma vida de conquistas em todas as áreas da vida. Deus quer nos levantar com vitórias reais, entregar muitas coisas em nossas mãos e nos dar graça e sabedoria para administrá-las.
Entretanto, todas as vitórias neste mundo são efêmeras, passageiras. A maior vitória será chegar na glória e poder dizer como Paulo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2 Timóteo 4:7), ou seja, “Cheguei aqui pois lutei, conquistei, alcancei, venci! Não olhei para trás, não fiquei apegado ao passado! Um dia eu acreditei que podia vencer, acreditei no chamado do alto, na minha soberana vocação, na voz que vem do céu!”
“Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas, desembaraçando-nos de todo peso e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus. Considerai, pois, atentamente, aquele que suportou tamanha oposição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos fatigueis, desmaiando em vossa alma.” (Hebreus 12:1-3)
“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis. Todo atleta em tudo se domina; aqueles, para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, a incorruptível. Assim corro também eu, não sem meta; assim luto, não como desferindo golpes no ar. Mas esmurro o meu corpo e o reduzo à escravidão, para que, tendo pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.” (1 Coríntios 9:24-27)
“Bendito seja o SENHOR, rocha minha, que me adestra as mãos para a batalha e os dedos, para a guerra;” (Salmos 144:1)
Tire todo o peso, todo pecado e todo embaraço que lhe amarra e corra a corrida que lhe foi proposta por Deus! Você é um atleta do Senhor e a sua vitória já foi plenamente conquistada! Reaja, pois Aquele que lhe chamou é Poderoso! É Ele quem lhe adestra para a batalha, quem lhe capacita, reveste, unge e renova!
Deus é poderoso para tomar um galho seco e torná-lo à vida. Então, se você caiu não permaneça caído. Se Ele o levantou uma vez, o levantará novamente.
“Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do SENHOR, que fez o céu e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda de Israel.” (Salmos 121:1-4)
Deus não dorme, não é preguiçoso. Ele está atento a tudo, a todas as nossas necessidades. Basta dizermos a Ele: “Deus, eu estou cansado mas a força que eu preciso não vem da minha carne, do meu próprio vigor!” É Ele quem “faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor” (Isaías 40:29). Por isso, “posso todas as coisas n’Aquele que me fortalece” (Filipenses 4:13).
Deus tem para nós a provisão para cada hora, para cada dia, para cada desafio, montanha e inimigo que enfrentamos na vida. Ele é a força e o poder que vem do alto. O Deus que nos levantou um dia o fará de novo quantas vezes se fizerem necessárias. Ele é “o Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas” (Salmos24:8). O que não podemos é ficar enrolando na cama de um lado para o outro, justificando-nos e deixando-nos cair pela preguiça.
Dentre as muitas qualidades da mulher virtuosa que a Bíblia relata no livro de Provérbios, uma delas é que “atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça” (31:27). Essa mulher existe, é real. Primeiro, ela existe no coração de Deus e no poder do Espírito Santo. Segundo, ela existe porque eu mesmo sou testemunha de várias delas e, principalmente, da minha esposa. Minha mulher é uma guerreira, mas sou testemunha de que no início ela não era assim. Casei-me com uma menina que literalmente “comia o pão da preguiça”, mas Deus fez uma obra tremenda em sua vida. Hoje eu me pergunto de onde ela tira tanta força todos os dias.
“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias. O coração do seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho. Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida. Busca lã e linho e de bom grado trabalha com as mãos. É como o navio mercante: de longe traz o seu pão. É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento à sua casa e a tarefa às suas servas. Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com as rendas do seu trabalho. Cinge os lombos de força e fortalece os braços. Ela percebe que o seu ganho é bom; a sua lâmpada não se apaga de noite. Estende as mãos ao fuso, mãos que pegam na roca. Abre a mão ao aflito; e ainda a estende ao necessitado. No tocante à sua casa, não teme a neve, pois todos andam vestidos de lã escarlate. Faz para si cobertas, veste-se de linho fino e de púrpura. Seu marido é estimado entre os juízes, quando se assenta com os anciãos da terra. Ela faz roupas de linho fino, e vende-as, e dá cintas aos mercadores. A força e a dignidade são os seus vestidos, e, quanto ao dia de amanhã, não tem preocupações. Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está na sua língua. Atende ao bom andamento da sua casa e não come o pão da preguiça. Levantam-se seus filhos e lhe chamam ditosa; seu marido a louva, dizendo: Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas. Enganosa é a graça, e vã, a formosura, mas a mulher que teme ao SENHOR, essa será louvada. Dai-lhe do fruto das suas mãos, e de público a louvarão as suas obras.” (Provérbios 31:10-31)
Essa mulher é resultado do temor ao Senhor! Deus nos chama para termos essa mesma atitude e posição, para abandonar a preguiça e trabalharmos a fim de nos tornarmos tudo aquilo para o qual Ele sonhou, determinou e conquistou para nós!
Maravilhoso texto. Me despertou!
Que texto abençoado, muito obrigada pelo momento de reflexão que pude ter!