“Exortamos-vos, também, irmãos, a que admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos.” (1Ts 5.14)
Quem procuraria um médico que não sabe diagnosticar as enfermidades de seus doentes? Ou quem confiaria em um médico que não sabe prescrever a medicação adequada para cada doença?
A função básica e essencial de um médico é reconhecer bem cada tipo de doença e saber tratá-la com a medicação correta. Se um médico trata um canceroso com aspirina, certamente irá matá-lo e se não reconhece um simples resfriado e prescreve uma quimioterapia, também irá matá-lo.
Assim também na igreja há diferentes tipos de enfermos e devemos cuidar de cada um da forma mais sábia e correta.
No texto acima, o apóstolo Paulo enumera três tipos de pessoas na igreja, e exorta a três tipos de atuação:
- admoesteis os insubmissos
- consoleis os desanimados
- ampareis os fracos
Estes são três tipos completamente diferentes de enfermidade, e Paulo dá a indicação exata do tratamento para cada uma delas.
a) Os insubmissos: Esta é a categoria mais complicada. A enfermidade mais grave para a qual Paulo descreve a medicação mais potente: Admoesteis os insubmissos. Admoestação está no mesmo nível de uma repreensão. Os insubmissos não podem continuar em seu caminho de rebelião. Necessitam ser corrigidos firmemente para ser salvos. Mas, cuidado! Não devemos estar tão prontos a considerar alguém insubmisso. Nem todo desobediente a uma orientação é um insubmisso. Muitas vezes um desobediente pode ser um fraco ou um desanimado. A insubmissão está ligada a uma atitude interior de rebelião, de não reconhecer autoridade sobre si, ou de levantar-se contra a autoridade.
b) Os desanimados: Desânimo é um estado emocional momentâneo e circunstancial, que qualquer um pode passar. Muitas vezes um bom discípulo, diante de problemas e dificuldades, pode ser tomado de desânimo e o apóstolo Paulo dá a indicação do remédio que ele necessita: Consolo. Consolo muitas vezes é uma palavra de ânimo, colocando-se ao lado, proclamando a verdade e procurando gerar fé em seu coração.
c) Os fracos: Os fracos são aqueles que desde o início da fé, mesmo tendo o desejo sincero de seguir a Cristo, tem debilidades e deficiências em sua vida como discípulos. Diferem-se totalmente dos insubmissos em sua atitude de coração, pois reconhecem seus erros e aceitam a correção, ainda que às vezes tardem em vencer as suas debilidades. A estes Paulo orienta que sejam amparados. Amparo quer dizer, suporte e ajuda. Os fracos são como ovelhas debilitadas que necessitam, às vezes, ser carregadas nos ombros.
Dar uma repreensão a um desanimado é o mesmo que dar uma quimioterapia para um gripado, lhe causará muitos males. E dar amparo a um insubmisso é dar uma aspirina a um canceroso. Certamente acabará morrendo. Portanto é fundamental que cada discipulador saiba discernir com precisão a dificuldade de cada discípulo e dar a cada um o que ele necessita.
Ao final do texto, Paulo nos exorta a respeito da atitude que devemos ter com todos os tipos de problemas: “Sejais longânimos para com todos”. Portanto qualquer que seja a situação a tratar – seja insubmissão, desânimo ou fraqueza – devemos nos revestir de paciência, sabedoria e graça. Não podemos nos exasperar e impacientar com ninguém.
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