Do “reunionismo” ao discipulado

Reunionismo = Encontros marcados, semanais, religiosidade.

O Senhor não disse: “Ide e fazei reuniões em todas as nações”, mas sim “fazei discípulos em todas as nações”.

Os métodos de trabalho que vínhamos usando na obra do Senhor sempre produziram frutos débeis e fracos em sua maioria. Os métodos que desenvolvíamos para a evangelização, edificação e conservação dos frutos, mesmo que tenham produzido alguns frutos, observamos que não eram os mais corretos, nem os mais bíblicos.

Se observarmos bem, a finalidade de todas as campanhas, é que as pessoas assistam as reuniões. Para a edificação delas contamos com: a) escola dominical; b) pregação do Pastor; e nisto descansa toda a edificação delas.

Os pontos débeis são:

  1. o trabalho é demasiadamente impessoal;
  2. depende de homens muito hábeis;
  3. é pouco eficaz na formação de novos lideres;
  4. não promove a participação de todo o corpo de Cristo.

Notamos que os apóstolos sem campanhas de evangelização programadas, sem construir templos, sem criar seminários, obtinham resultados muito melhores que os nossos, tanto em qualidade quanto em quantidade.

Não existia a imprensa, não podiam repartir bíblias, não havia meios massivos de comunicação, não tinham veículos, gravadores, não contavam com uma missão estrangeira para sustentá-los, não tinham lugares para retiros espirituais, etc.

Que segredo tinha para ter semelhante êxito? Qual era sua forma ou modo de trabalhar?

Devemos voltar a nossa origem, devemos deixar nossos métodos e voltar a prática apostólica.

Gostaria que a obra fosse atrasada em 2000 anos!


 

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O Discípulo – por Juan Carlos Ortiz
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Conhecendo e praticando o verdadeiro discipulado cristão. O tema deste livro é o amor fraterno, comunitário, que une e encobre diferenças de opinião. Esse amor leva a uma compreensão radical e coerente do que seja o discipulado cristão, a função do verdadeiro discípulo na Igreja, o Corpo de Cristo. A mensagem apresentada é objetiva e direta, viva e penetrante, fundamentada na Palavra e enriquecida com as inúmeras experiências que o pastor Ortiz viveu com sua igreja.

 


Do “reunionismo” ao discipulado

O Senhor não disse: “Ide e fazei reuniões em todas as nações”, mas sim “fazei discípulos em todas as nações”. Tínhamos todo o tipo de reunião, de evangelismo, de oração, de estudo bíblico, de escola dominical, de senhoras, de senhores, de jovens, de adolescentes, de comissões, etc. Mas não tínhamos discípulos. Gastávamos nossas energias num sem número de atividades e não estávamos fazendo o essencial, formar discípulos.

Afinal tínhamos tantas reuniões que não tínhamos tempo para fazer outra coisa. Mas a mudança veio!

Custou muito caro, porem mudamos! O ministério pastoral púlpito/congregação se modificou para um relacionamento discipulador/discípulo.

Isto significa entender que o nosso ministério principal consiste em concentrar-nos em poucos (Jesus tinha doze). Conhecê-los, amá-los, dar-lhes nossa vida, nosso lar, conviver com eles, ser exemplos, abençoá-los, repreende-los, instruí-los, compartilhar suas cargas, chorar com eles, rir com eles, assumir autoridade, velar e ensinar sobre todas as áreas da vida, tais como, família, trabalho, sexo, caráter, negócios, estudos, oração, testemunho, etc.

“Fazer discípulos” significa formá-los, guiá-los a maturidade e comissioná-los para que eles façam o mesmo com outros.

Reconheço que é mais fácil fazer 100 reuniões que formar um discípulo. Isto não significa que não fazemos mais reuniões, mas sim que fazemos menos reuniões com o fim de dedicar-nos a esta tarefa absorvente.

Quanto menor o numero, maior a benção. Alguém com problemas na fala poderia ser pastor na igreja do primeiro século.

Observação: o ministério não se desenvolve através de reuniões, mas sim de relacionamentos. Jesus nunca foi homem de púlpito, era homem de relacionamentos, de convivência (Mc 3.14).

A igreja é formada por discípulos

Quero insistir sobre o evangelho que pregamos, pois é ele que irá produzir a classe de discípulos que queremos, ou seja frutos permanentes. A porta deve ser estreita, pois quem entrar não quererá sair pelos fundos.

Discípulos são aqueles que amam a Cristo acima de qualquer coisa, são mansos e dóceis ao ensino da palavra. Não são como cabritos, mas sim como ovelhas. É gente que frutifica, não é gente que se senta nos bancos para ouvir boas mensagens.

Jesus nunca apontou os sinais de poder e maravilhas como característica de seus discípulos, mas sim o amor. Há diferença entre sinal acompanhante e evidência que caracteriza. Embora Jesus tenha dito que os sinais acompanham os que crêem nele, não disse que a característica de um discípulo é que seja acompanhado por sinais, isto porque ele sabia que estes sinais de poder também seguiriam os que não eram seus discípulos (Mt 7.22-23; 1 Ts 2.9).

Quero que o poder carismático acompanhe o meu ministério, mas isto nunca será para mim, uma evidência que me caracteriza como discípulo de Cristo. Somente o amor é uma característica definitiva. O diabo pode imitar os sinais e prodígios, o esforço e a dedicação, o zelo e muitas outras coisas. Só não pode imitar o amor! O discipulado está baseado nisto: um coração entregue ao Senhor.

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