Leia Gênesis 29.31-35
Jacó se encontra na casa de Labão, e apaixonado por Raquel resolve trabalhar 07 anos por ela. Em seu casamento, descobre que Lia, irmã mais velha de Raquel, lhe fora dada como esposa no lugar de Raquel. Surpreso, descobre que segundo costumes daquele povo, a mais nova não deveria casar primeiro que a mais velha, e num novo acordo, casa-se com Raquel, a sua preferida, por mais 7 anos de trabalho.
Lia no divã
Suponhamos que Lia visite um psiquiatra. Do que ela falaria? Ela se sentia feliz no casamento? Realizada? Ouçamos suas palavras:
– Doutor, me sinto menosprezada e diminuída como mulher, pois o meu marido ama a outra, casou-se comigo apenas por necessidade das circunstâncias…
Depois desta primeira sessão, ela volta para casa e engravida. Ao nascer seu filho ela lhe dá um nome: Rúben, v.32. Um nome, naquela época, tinha uma história peculiarmente própria. Representava um fato, uma conquista, o momento. Então o que significa Rúben? No que pensava Lia ao escolher este nome? Vejamos, v. 32: “O Senhor viu a minha infelicidade. Agora, certamente o meu marido me amará”. Este foi o seu grito de triunfo, centrada em si mesmo, em sua aparente vitória.
O que podemos deduzir desta frase? Será que a primeira sessão de Lia no divã lhe trouxe cura? Pelo jeito, não!
Segunda sessão:
– Você aqui de novo? O que te traz desta vez, Lia?
– O mesmo problema doutor: sinto que não sou amada pelo meu marido. O que posso fazer? Dei-lhe um filho, coisa que a minha irmã mais jovem e mais bonita não pôde fazer. Eu sou parideira, mesmo assim, sinto-me menosprezada diante “dela”. Diz ela, com o ciúme e a inveja queimando-lhe o peito.
Depois desta segunda sessão, ela volta para casa e engravida novamente. Ao nascer seu filho ela lhe dá um nome: Rúben, v.33. No que pensava Lia ao escolher este nome? Vejamos: “Porque o Senhor ouviu que sou desprezada, deu-me também este”. Mais uma vez seu amargor vem à tona, mais uma vez centrada em si mesmo.
O que podemos deduzir desta frase? Será que a segunda sessão lhe trouxe cura? Pelo jeito, não!
Terceira sessão: (agora em prantos)
– Doutor, o que foi que fiz? Onde errei? Por que nasci? Para isto? Sou a mais infeliz das mulheres! Embora lhe tenha dado dois filhos, meu marido sempre prefere a minha irmã a mim! Porque eu não nasci ela!?
Mais uma vez, depois desta terceira sessão, ela volta para casa e engravida novamente (“eita” mulher parideira!). Ao nascer seu terceiro filho ela lhe dá um novo nome: Levi, v.34. No que pensava Lia ao escolher este nome? Vejamos: “Agora, finalmente, meu marido se apegará a mim, porque já lhe dei três filhos”. Outra vez: revolta, ciúmes e inveja. Mais uma vez centrada em si mesmo.
O que podemos deduzir desta frase? Será que finalmente a terceira sessão lhe trouxe cura? De novo não funciona.
Quarta sessão: (descabelada e com expressão de espanto total!)
– Como é possível? Ele nem olha para mim! Sinto-me como se não existisse para o meu marido! Sempre “ela”. Sempre “a outra”! Odeio ela. Odeio a minha irmã!
Outra vez a velha história: mais um filho. Ao nascer seu terceiro filho ela lhe dá um novo nome: Judá, v.34. Desta vez, porém, é diferente. Vejamos: “Desta vez louvarei o Senhor”. Algo havia sido quebrado em seu coração. Este filho é centrado no Senhor, e para a sua glória!
Um filho para a glória de Deus
Qual a tribo de onde descendem os sacerdotes? A qual tribo foi dada a honra de carregar o tabernáculo e seus utensílios?
Reposta: A tribo de Levi e aos seus descendentes.
Dos descendentes de Levi vinham, por exemplo, os responsáveis por levar a arca da aliança e as trombetas, através do que, de forma sobrenatural, o Senhor trouxe vitória sobre a cidade de Jericó!
Mas, quem é o maior adorador do velho testamento? Abrão, Moisés, Sansão? Não. O maior adorador do velho testamento é Davi! De onde ele descende? Da tribo de Levi? Não. Ele descende da tribo de Judá! E quem é o maior adorador do novo testamento? Pedro, João, Paulo? Não. O maior adorador do novo testamento é Jesus! De que tribo ele descende? Da tribo de Levi? Não! Ele descende de Davi, da tribo de Judá!
Qual a importância disto? Está em Lia e suas escolhas e frustrações. Está a quem Lia dedicou os seus filhos!
Filhos ou pequenos ídolos
Nossos filhos precisam ser para a glória de Deus! Dedicados realmente a Deus! Às vezes nós os trazemos a frente na reunião da igreja e oramos por eles, mas no nosso dia a dia, o nosso filho é NOSSO!
Nosso filho se torna a resposta para nossas frustrações, ou o centro de nossa alegria, ou o nosso motivo para viver. A alegria deles é a nossa alegria, as frustrações deles nos tornam frustrados. E tudo que fazemos fica dependendo das necessidades dos nossos filhos! Vivemos para dar conforto a eles, suprindo suas necessidades! Nosso filho se torna nosso ídolo de madeira!
Conclusão
Filhos são gerados para o Senhor! Os filhos são criados para Deus! Tanto quanto for o tempo que os teremos conosco eles são do Senhor. Quer vivam ou morram, são do Senhor! Porque nenhum de nós vive exclusivamente para si, e nenhum de nós morre apenas para si mesmo. 8 Se vivemos, para o Senhor vivemos; e, se morremos, é para o Senhor que morremos. Sendo assim, quer vivamos ou morramos, pertencemos ao Senhor. (Rm 14:7-8)
Então, mesmo que o Senhor nos dê um filho, e depois de 2 anos ele resolva levá-lo, devemos louvar e bendizer ao Senhor pelo tempo que ele nos permitiu estar com este filho!
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