A rebeldia de Babel e o desejo humano de autoglorificação, analisando a postura de Ninrode, a desobediência à ordem de Deus e como ainda hoje levantamos nossas próprias torres, buscando independência em vez de submissão ao Criador


Transcrição realizada com ajuda de Inteligência Artificial

A Esperança em Meio à Confusão: Uma Reflexão sobre Babel e a Humanidade

A Operação de Deus em Nossas Vidas

Amém, irmãos. É muito lindo ver que o Senhor, em todas as situações, está operando, e Ele tem falado aos nossos corações. Eu creio que, como o Lequinho falou, mesmo no momento de partida, o Senhor tem poder para fazer, para alcançar corações. E é assim que nós temos que crer nas nossas vidas também, no nosso dia a dia, no nosso cotidiano.

Na segunda, na terça, na quarta, na quinta, e por toda a semana, devemos ter essa certeza de que o Senhor, em todos os momentos, fala ao nosso coração. Que nós possamos nos colocar também disponíveis para o agir d’Ele através das nossas vidas. Amém.

Momento de Oração e Entrega

Antes de começar, eu queria que nós pudéssemos fechar nossos olhos, orar mais um pouco. Amém.

Pai, muito obrigado por Tua obra. Muito obrigado porque Tu, Senhor, és a nossa esperança, ó Deus. Só Tu, Senhor, és a nossa esperança. O firme fundamento, onde podemos estar firmes, onde podemos estar descansados debaixo das Tuas asas. Te agradecemos porque Tu tens falado aos nossos corações esta tarde, Tu já tens falado conosco e queremos colocar nosso coração, nossa mente diante de Ti e estarmos abertos para aquilo que tens para falar às nossas vidas. Em nome do Teu Filho amado. Amém. Amém.

A História de Babel: Gênesis 11:1-9

Irmãos, eu gostaria que nós pudéssemos estar abrindo Gênesis, capítulo 11, a partir do versículo 1. Esse texto que nós vamos ler é um texto tão antigo, um texto que para muitos é uma história que nós aprendemos desde tão novos, mas de certa forma é um texto, é uma história que está muito próxima às nossas vidas atualmente, não é?

Diz o seguinte:

“Ora, em toda a terra havia apenas uma linguagem e uma só maneira de falar. Sucedeu que, partindo eles do oriente, deram com uma planície na terra de Siná e habitaram ali. E disseram uns aos outros: ‘Vinde, façamos tijolos e queimemo-los bem.’ Os tijolos serviram-lhes de pedra e o betume de argamassa. Disseram: ‘Vinde, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo topo chegue até os céus e tornemos célebre o nosso nome, para que não sejamos espalhados por toda a terra.’ Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam. E o Senhor disse: ‘Eis que o povo é um e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo. Agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a língua do outro.’ Destarte, o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra, e cessaram de edificar a cidade. Chamou-se-lhes, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela.”

O Espírito de Babel na Atualidade

Irmãos, eu não sei vocês, mas hoje nós nos deparamos com tantas músicas, com tantos livros, com tantos filmes, com tantas séries, com tantas ideologias e gêneros, com tantos movimentos que, de alguma forma, eles reverberam Babel nos dias atuais.

No meio de tantas notícias que nós temos ouvido recentemente sobre guerras, sobre as diversas crises que o mundo tem enfrentado, eu ouvi em uma determinada reportagem uma música que para muitos é considerada como um hino da paz. É uma música que eu não sei vocês, mas eu já vi diversos vídeos tendo essa música como fundo, trazendo mensagens inspiradoras para os homens. E eu lembrei que certa vez eu vi um pastor falando um pouquinho sobre esse tema, sobre essa música.

Análise da Canção “Imagine” de John Lennon

E a música era aquela música de John Lennon, não é? É uma música que muitas vezes a gente escuta, não sei se todos conhecem, mas é uma música que diz o seguinte:

“Imagine que não existe paraíso. É fácil se você tentar. Nem um inferno sobre nós, acima de nós apenas o céu. Imagine todas as pessoas vivendo o presente. Não é difícil. Nenhum motivo para matar ou morrer e nenhuma religião também. Imagine todas as pessoas vivendo em paz. Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único. Eu espero que algum dia você se junte a nós e o mundo será um só. Imaginem que não existam posses? Eu me pergunto se você consegue, sem necessidade de ganância ou fome. Uma irmandade dos homens. Imagine todas as pessoas compartilhando o mundo inteiro. Você pode dizer que eu sou um sonhador, mas eu não sou o único. Eu espero que um dia você se junte a nós e o mundo viverá como um só.”

A Busca Humana pela Glória Própria

Irmãos, é muito triste e é muito difícil para o homem dar glórias a Deus. Os homens buscam a glória de si próprios. Eles não dão glória ao Criador e Redentor de todas as coisas.

Assim como lá em Babel, nós vemos músicas como esta, que tentam tirar Deus da jogada e colocar no homem a sua esperança. Eles colocam sua confiança não em Deus, mas na própria humanidade, exaltando o próprio homem, os seus feitos do passado e aquilo que eles enxergam como potencial para o futuro. Eles agem crendo na capacidade do homem de resolver os seus próprios problemas, os seus dilemas, suas dificuldades. E com isso eles acabam perdidos na sua própria confusão, como aconteceu ali em Babel.

A Rebeldia e a Unidade Humana

Irmandades de homens que buscam resolver seus problemas, se unir ao redor do humanismo, se unir ao redor daquilo que eles não deixam com que Deus entre. E a partir daí eles buscam soluções, soluções que eles entendem que vão além daquelas que o próprio Deus, o próprio Criador, propôs.

E essa música, irmãos, que eu acabei de ler, é mais uma das diversas expressões da história a que recorrentemente os homens se apegam e se colocam. É o mesmo que Babel, é o mesmo que os homens lá, quando estiveram construindo aquela torre, almejavam. Em Babel eles disseram: “Vinde, façamos uma cidade para que o Senhor não nos espalhe por sobre a terra”. O homem buscando pôr em prática seus próprios propósitos e soluções, muitas vezes indo, como nesse caso, diretamente contra o próprio decreto de Deus que dizia: “Enchei a terra, multiplicai-vos”.

A Transição de Gênesis: De Origens à Nação Escolhida

Olhando um pouco para esse contexto, nós, quando lemos o livro de Gênesis, a partir do capítulo 1, chegando lá pelo capítulo 10 e 11, vemos que esse livro traz a história das origens, a origem da humanidade. Porém, a partir do capítulo 12, logo depois desse momento de Babel, nós vemos Gênesis trazendo a origem de uma nação específica, dentre todas as outras nações, pela qual Deus alcançaria o Seu propósito.

Após o dilúvio, irmãos, no capítulo 10 e 11, nós vemos que da descendência de Noé surgiram 70 nações, o que muitos teólogos chamam de “tábuas das nações”. E aquelas nações, provenientes dos filhos de Noé, continuavam com a mesma responsabilidade lá do início, quando Deus falou: “Enchei a terra, multiplicai-vos”. Eles eram responsáveis por essa tarefa dada pelo próprio Deus.

Mas a rebeldia da humanidade, a busca pela independência do Criador, tal como lá no início, no Jardim do Éden, estava latente. A humanidade, unida por uma só língua e maneira de falar, usou essa unidade para fazer atos contra Deus, atos de rebeldia contra Deus.

A Rebeldia de Babel e a Busca pela Autoglorificação

A Rebelião de Caim e Ninrode

Eles pensaram que poderiam afastar-se da presença do próprio Deus, seguindo um padrão maligno de rebeldia, assim como tinham visto em Caim, assim como tinham visto acontecer com Cam. E assim surgiu um homem chamado Ninrode, da descendência de Cam.

Esse homem, para vocês terem ideia de como ele buscava a rebelião contra Deus, ele não é apenas o idealizador de Babel. Ele também fundou Nínive e tantas outras cidades, todas com o objetivo de ir contra Deus e contra o Seu propósito. Ele era conduzido não pela vontade do Senhor, mas pela malignidade do seu coração. E assim homens se rebelaram e pecaram com ele contra Deus.

Eles não tinham um plano para continuar a adorar a Deus, mas sim um plano de rebelar-se contra Ele e, assim, desobedecer completamente à vontade de Deus. E eles entendiam que estavam buscando a sua emancipação. Assim, eles entendiam que tinham total capacidade de entender o bem, o mal, de fazer suas escolhas, de realmente seguir o seu caminho e, com certeza, achavam que seriam bem-sucedidos na sua obra.

O Empreendimento Gigantesco e a Afronta a Deus

E assim eles iniciaram aquela construção, não uma construção simples, mas um empreendimento gigantesco. Eles usaram uma nova tecnologia. Eles começaram a usar tijolos, que até então, naquela época, era algo completamente inovador. E também utilizaram betume.

O betume é algo que chamou a atenção, porque o betume, não sei se vocês conhecem, foi utilizado por Noé na Arca. A ideia da utilização do betume na arca era ser um produto para impermeabilizar, para que a arca pudesse navegar nas águas. E esses homens decidiram utilizar esse material como efetivamente uma afronta contra Deus.

Homens que entendiam que não podiam e não queriam confiar em Deus, não queriam confiar no pacto que o próprio Deus tinha feito com Noé, o seu antepassado. E assim, no seu afã de ir contra Deus, eles usaram betume, pensando: “Vai que Deus desiste e mude quanto ao dilúvio e mande outro. Nós estamos preparados dessa vez.”

O Desejo de um Nome Célebre

Olha só, irmãos, onde estavam os corações desses homens. Eles tinham como propósito final ter um nome grande e desobedecer a Deus, entendendo que a ordem de Deus não era boa para eles, mas sim o seu próprio entendimento, mas sim o seu próprio modo de enxergar.

Então eles começaram a construção de uma cidade, de uma torre que, para eles, o objetivo era chegar até os céus, era alcançar o patamar da glória de Deus. Eles buscavam esse empreendimento para ser um monumento da glória dos homens. Eles tinham esse desejo ardente de ter um nome célebre na terra, maior que o do próprio Deus.

E eles completam esse pensamento quando falam: “para que não sejamos espalhados por toda a terra”. Irmãos, independência de Deus, a independência de um Deus que os governe. Era isso que eles estavam buscando. E a partir dessa independência, entender que nessa rebeldia eles poderiam alcançar a autoglorificação.

A Rebeldia na História da Humanidade

Mas, irmãos, eu não sei vocês, mas essa rebeldia que nós vemos nesses homens de Babel é a mesma característica que nós vemos em toda a história da humanidade. A secularização na igreja é uma prova de como ideologias, ideias de uma possível vida independente de Deus, podem ser algo viável.

Vemos quantos movimentos, quantas ideologias se levantaram ao passar do tempo. Nós fomos do Iluminismo para o Renascentismo, para a Modernidade, para a Pós-modernidade, e todas, sem exceção, longe de Deus, todas essas ideologias buscavam se rebelar contra o Autor da Vida.

Mas, irmãos, depois da Queda, todos nós nascemos com o nosso coração em pecado, nosso coração arraigado do pecado da rebeldia. Porque lá no Éden a própria serpente falou para Eva: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes do fruto do bem e do mal, vos abrirão os olhos, e como Deus sereis conhecedores do bem e do mal.” Ser iguais a Deus, meus irmãos, semelhantes a Ele e ter um nome grande. É isso que brota de um coração de rebeldia contra Deus.

O Desejo de Autonomia e a Crítica à Religião

Há um desejo ardente, irmãos, na humanidade de ter o seu nome grande, de poder, entre aspas, poder escolher conforme aquilo que melhor lhe parece. Não sei vocês, mas quantas vezes, pelo menos eu, já ouvi pessoas criticando a religião, dizendo que não queriam alguém para dizer para elas o que fazer e o que não fazer. Quantas pessoas que não queriam estar nesse local de poder estar completamente dependentes de Deus e preferiam seguir sua vida conforme o seu próprio pensamento.

Quantos homens, meus irmãos, das mais diversas áreas, etnias, eras, tempos, já não reconheceram como o principal objetivo da sua vida marcar o seu nome na história, de serem reconhecidos, de receberem glória por seus conhecimentos, por aquilo que alcançaram. Quantas vezes nós já vimos homens que viveram a vida inteira buscando o seu próprio interesse. Ao mesmo tempo que buscavam reconhecimento e glória, aqueles homens também buscavam desvencilhar-se de Deus, desvencilhar-se do Criador para assim poder viver a sua própria vida da forma como queriam.

A Desobediência à Ordem de Deus

E assim, irmãos, nós vemos, para finalizar um pouco essa parte de Babel, que aquela fala que nós mencionamos antes vai diretamente contra a ordenança do Senhor. Não é uma questão de poder fazer uma tradução, de poder fazer algo para modificar, mas não. Quando a gente vê que os homens disseram lá no versículo 4: “para que não sejamos espalhados por toda a terra”, eles estavam indo direto e contra a ordenança do Senhor.

Em Gênesis 1:28, nós vemos o seguinte: quando Deus cria os homens, Ele diz: “E Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo o animal que rasteja pela terra’.”

Não somente nesse momento, mas lá em Gênesis 9, versículo 1, logo depois do dilúvio, quando a família de Noé sai, nós vemos o seguinte: “Abençoou Deus a Noé e a seus filhos e lhes disse: ‘Sede fecundos, multiplicai-vos e enchei a terra’.”

Ou seja, irmãos, não era a atitude de uma pessoa desavisada não querer multiplicar-se, encher a terra. Era uma atitude de alguém que se levanta completamente e conscientemente contra a vontade de Deus. Uma expressão contundente de independência do Criador. Corações distantes e cheios de si próprio. Era assim que aqueles homens de Babel estavam agindo.

Nossas Próprias Torres de Babel

Mas será, irmãos, que também não é assim um pouco com a humanidade nos dias atuais? Será que até mesmo nós não temos ainda alguns momentos em que nos colocamos nessa situação de, mesmo que inconscientemente em alguns momentos, estar em rebeldia contra Deus nas nossas vidas? Quantas vezes o Senhor mesmo nos traz um direcionamento, uma ordem clara, e a gente titubeia diante da obediência.

É assim, irmãos, que muitas vezes na nossa vida nós levantamos torres de Babel, as nossas próprias torres de Babel. É assim que nós construímos ídolos em nossos corações. Muitas vezes são situações completamente lícitas. É uma busca por saúde, emprego, estabilidade, conforto, prazeres. E muitas vezes nós estamos buscando a segurança para nossas vidas longe de Deus.

Quantas vezes também a gente não se coloca disponível para obedecê-lo conforme a Sua vontade? Quantas vezes a vontade de Deus para as nossas vidas, tão clara, vai de encontro ao nosso próprio prazer, ao nosso próprio bem-estar? E isso faz com que nós repensemos se vamos obedecer a Deus.

A Vida Independente de Deus

Uma vida, irmãos, sem o governo do Senhor, sem o governo de Cristo. Uma vida com base nas suas próprias convicções. Uma vida que não precise dar satisfação ao seu Senhor e Criador. É uma vida que muitas vezes tem se descortinado como uma possibilidade para nós, para alguns de nós.

Muitas vezes é uma vida completamente independente do Senhor, mas também às vezes é uma vida onde nós relutamos em obedecê-lo com todo o nosso coração. Muitas vezes pode ser uma vida autossustentada, autorreferenciada, uma vida baseada em corações endurecidos para com Deus, assim como aqueles homens de Babel.

Mas a história segue, meus irmãos. Não é esse o fim da história da Torre de Babel, como vimos. A história segue e continuamos a ver que o Senhor faz a Sua obra.

Muitos podem estar afirmando: “Não preciso de um Deus que governe sobre mim. Não desejo ser governado por ninguém além do meu próprio eu e do meu próprio pensamento. Não quero depender de nenhum Deus.” E muitas vezes essas frases podem parecer fortes, mas muitas vezes as nossas ações expressam o que essas frases estão dizendo. Para nós pode ser difícil reconhecer isso, mas com certeza nós precisamos reconhecer e fazer um check-up dos nossos corações.

O Maior Pecado: Viver Independente de Deus

Assim como comecei a palavra com a música de John Lennon, agora eu queria ler uma música, mas uma música de Daniel Souza. Uma música que para mim afirma isso de uma forma tão clara, tão objetiva e de uma forma em que não há dúvidas.

A música diz o seguinte:

“O maior pecado é viver independente de Deus. O problema do homem é viver independente de Deus, fazendo o que quer, vivendo como quer, sem Deus no coração, sem rumo e sem direção. Este foi o pecado de Adão. Esta foi sua decisão. Tornou-se infeliz, fazendo o que quis.”

A Esperança e a Graça de Deus em Meio à Rebeldia Humana

A Maldição da Independência e a Escolha

E o problema não ficou somente em Adão. Todos os demais herdaram esta maldição, independentes de Deus, ignorando o projeto de Deus, o qual fez o homem à Sua imagem, conforme a Sua semelhança, para ser o pai de uma grande família, de muitos filhos para Sua glória. O maior pecado é viver, irmãos, independente de Deus. O problema do homem é continuar independente de Deus.

E por fim, Daniel Souza coloca em sua música o seguinte:

“Em Adão ou em Jesus, qual a tua posição? Em Adão, a maldição, em Jesus, a salvação.”

O Perigo da Secularização e a Relatividade

Irmãos, nós precisamos estar atentos para o perigo da secularização do nosso tempo. Como temos visto, irmãos, pelo menos para mim é muito claro um levante contra Deus. Onde quer que você vá, se você vai para o trabalho, para a escola, quantas pessoas tentam trazer a concepção de uma vida completamente longe de Deus, de uma vida completamente baseada naquilo que a pessoa acha que é o melhor para si. Uma vida onde não se presta contas a ninguém e a nada. Uma vida onde se busca o próprio bem-estar. Uma vida onde se busca não ter embates difíceis, então busca-se caminhos mais fáceis e até mesmo uma vida cheia de ideologias deste mundo.

Uma vida onde a cosmovisão cristã já não faz parte. Uma vida onde não existem verdades absolutas, onde tudo é relativo, onde cada um tem sua verdade, onde nós podemos nos dar o privilégio de discordar da Palavra de Deus e achar que “não é bem assim”, “eu acho que pelo que eu entendo, é diferente”.

E assim, irmãos, sorrateiramente, se não estivermos atentos, essas mentiras vão entrando nos nossos corações e assim vão gerando um rompimento com o próprio Deus e Sua Palavra. Assim surgem dúvidas, assim nós acabamos indo no caminho de diminuição de leitura bíblica, diminuição de oração, diminuímos a comunhão com o próprio Deus, não O buscamos com todo o coração.

Construindo Nossas Próprias Torres de Babel

E por fim, chegamos no estágio onde nós temos completa falta de confiança em Deus e completa falta de submissão a Ele. E a partir daí nós começamos a buscar construir nossas torres de Babel. Torres que, aos nossos olhos, consciente ou inconscientemente, podem nos ajudar a termos uma confiança. Uma confiança que não vem do próprio Deus, mas uma confiança que vem da nossa própria glória, daquilo que nós podemos fazer, daquilo que nós somos, daquilo que nós já alcançamos.

E assim, irmãos, os nossos corações vão se afastando do Autor da Vida. O modo de pensar começa a mudar. Nós começamos a falar: “Não é bem assim”. Os questionamentos surgem e assim nós vamos construindo as nossas torres, assim como aqueles homens, buscando autoglorificação e fugir do governo de Deus nas nossas vidas.

E podemos esquecer o propósito para que fomos criados. Nós esquecemos, como diz lá em Primeira Coríntios 10:31, que devemos fazer tudo para a glória de Deus. Nós esquecemos também, como diz lá em Isaías 43, versículo 7: “a todos os que são chamados pelo meu nome e os que criei para a minha glória e que formei e fiz”, nos esquecemos que somos feitos para a glória de Deus. Ou então nos esquecemos do que diz lá em Romanos 14, a partir do versículo 7:

“Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si mesmo. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor.”

Projetos Humanos Longe de Deus

Então, irmãos, voluntária ou involuntariamente, até mesmo coisas lícitas podem comprometer o nosso coração. Essas coisas podem fazer com que fiquemos distantes de Deus, questões que numa primeira avaliação, numa avaliação superficial, podem passar até mesmo despercebidas, mas que quando nós aprofundamos, quando nós cavamos fundo, nós vemos o que elas realmente são.

Construindo pequenas torres de segurança, irmãos, pequenos projetos humanos como os de Babel, nós estamos construindo projetos para viver longe do verdadeiro Deus. São projetos que nos levam a não ter confiança em Deus, a não estar completamente sendo governados por Ele, rejeitando o reino de Deus sobre nossas vidas, depositando a nossa confiança no próprio homem, buscando o nosso desejo de glória.

Mas, irmãos, o nosso coração é enganoso. Como disse lá em Jeremias, capítulo 17, versículo 9:

“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?”

A Intervenção de Deus: Castigo e Graça

Assim, irmãos, todos nós estávamos como ovelhas desgarradas. O Senhor nos resgatou. Mas assim também, irmãos, precisamos estar atentos e vigilantes ao nosso coração.

Mas assim também como em Babel, mesmo quando éramos desgarrados e o Senhor nos rejeitou, e mesmo hoje, há esperança para nossas vidas. Amém. Deus não é um Deus que viu Babel, não viu aqueles homens fazendo o que queriam, sendo rebeldes contra Ele, e deixou por isso mesmo. Não, Ele, pela Sua soberania, interveio na situação. Ele restringiu a rebeldia humana e fez com que o projeto inicial fosse retomado.

Lembrem-se de Babel, em Gênesis, capítulo 11, a partir do versículo 5, que nós já lemos, nós vemos o seguinte:

“Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam. E o Senhor disse: ‘Eis que o povo é um e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo. Agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer. Vinde, desçamos e confundamos ali a sua linguagem, para que um não entenda a linguagem do outro.’ Destarte, o Senhor os dispersou dali pela superfície da terra, e cessaram de edificar a cidade. Chamou-se-lhes, por isso, o nome de Babel, porque ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os dispersou por toda a superfície dela.”

Irmãos, eu não sei vocês, mas quando eu era criança, eu entendia esse momento como um castigo de Deus, como Deus que desmancha prazeres, como Deus que apenas vai ali e desfaz. Mas quando nós vamos fundo nesse texto, nós vemos que é muito mais do que apenas um Deus que castiga. É um Deus que restaura propósitos.

O Deus que Vê e Age

Não sei vocês, mas quando eu era pequeno, eu ouvi esse relato de Babel e dizia: “Eu tinha dificuldade de aprender inglês, até hoje eu tenho, né?” Dizia: “Rapaz, por que Deus fez isso, né?” E ficava me questionando. Mas quando a gente entende a beleza que o Senhor faz, nós começamos a vislumbrar como Deus é um Deus de amor e é um Deus que restaura propósitos. Amém.

O nosso Deus é um Deus que vê e age. É um Deus que em algum momento nós possamos achar que Ele parece estar distante, como o pessoal de Babel achava. Aqueles homens achavam que Deus estava tão distante no céu que nem ia ver o seu empreendimento. Mas o nosso Deus é um Deus que intervém para ver e, a partir daí, Ele mostra que está atento e opera na história.

Apesar do nosso coração rebelde, nós temos um Deus que age. Apesar de nascermos em pecado, nós temos um Deus que enviou Seu Filho para morrer na cruz, para nos resgatar. Apesar de, mesmo sendo nova criatura, em muitos momentos pecarmos, Ele é um Deus que, quando nos arrependemos, nos humilhamos diante d’Ele, estende a mão e nos puxa para Si novamente. É um Deus que está à disposição para um coração quebrantado, um coração arrependido e um coração contrito.

A Ironia da Torre e a Supremacia de Cristo

Mas a ironia, meus irmãos, é essa: aquele povo de Babel queria construir uma torre até chegar aos céus, mas Deus teve que descer até a torre. Ou seja, o maior dos empreendimentos humanos não é capaz de chegar na grandiosidade de Deus. Esse Deus desce para poder trazer prumo ao propósito. Ele desce para que homens e mulheres tenham o seu propósito restaurado. É o mesmo Deus que enviou Seu Filho.

Quando nós vemos isso, eu me lembrei muito de Efésios 2, a partir do versículo 1, se puderem estar acompanhando, e diz o seguinte:

“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência, entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo. Pela graça sois salvos, e juntamente com ele nos ressuscitou e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça em bondade para conosco em Cristo Jesus.”

Amém, irmãos. Os planos dos homens longe de Deus são frustrados por um Deus que governa. Isaías 46, versículo 9, diz o seguinte:

“Eu sou Deus e não há outro. Eu sou Deus e não há outro semelhante a mim, que desde o princípio anuncio o que há de acontecer e, desde a antiguidade, as coisas que ainda não sucederam, que digo: ‘O meu conselho permanecerá de pé, farei toda a minha vontade’.”

A Graça na Dispersão e o Plano de Redenção

Esse é o nosso Deus, irmãos. E mesmo na dispersão, mesmo em uma situação onde parece ser castigo, como lá em Babel, a graça do Senhor nesse momento, a dispersão não foi apenas um castigo, mas foi um ato de graça de Deus para separar um povo Seu.

A partir de Babel, surgiu o povo de Israel. Logo depois, ali de Babel, nós vemos o próprio Deus chamar Abrão da terra de Ur dos Caldeus, dizendo a ele que ele seria o pai de uma grande nação. E nesse processo nós vemos que, através da descendência de Abraão, do povo de Israel, Deus mandou Seu Filho para resgatar, para fazer nova vida para aqueles que O seguem. Amém.

Nós vemos lá em Colossenses, capítulo 1, versículo 13, que o próprio Deus nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor, no qual nós temos a redenção, a remissão dos pecados.

“Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação, pois nele foram criadas todas as coisas no céu e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia. Porque aprouve a Deus que nele residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus.” Amém, irmãos.

O Duplo Papel de Jesus: Salvador e Senhor

Jesus como Salvador e Redentor

O papel de Jesus é um papel duplo. Ele age como Salvador, Redentor e Reconciliador para as nossas vidas. Mas Ele também, quando nós O reconhecemos, age como Senhor, Cabeça e Governador das nossas vidas. Nós não podemos esquecer que nós temos um Senhor e Salvador.

Nós não podemos nos esquecer, como diz lá em Gálatas 1, versículo 3, Paulo diz:

“Graça a vós outros e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do nosso Senhor Jesus Cristo, o qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai, a quem seja a glória pelos séculos dos séculos. Amém.”

Irmãos, a obra de Cristo na cruz, Jesus como Salvador, teve como objetivo satisfazer a justiça de Deus. E como consequência, nós temos a reconciliação, a consequência de uma reconciliação com o Pai. O castigo que nos traz a paz estava sobre Ele. Merecíamos esse castigo, mas o sacrifício de Jesus foi impactante para nos resgatar, como lemos lá em Isaías 53. Porque Ele tomou sobre Si as nossas enfermidades. Ele foi transpassado pelas nossas transgressões e nós que andávamos desgarrados como ovelhas. Cada um se desviava pelo seu caminho, mas o Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós.

Através da obra da cruz, meus irmãos, da vida e da morte de Cristo, nós fomos reconciliados com Deus. Como diz lá em Romanos, capítulo 5, versículo 1, diz:

“Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, por intermédio de quem obtivemos igualmente acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriamos-nos na esperança da glória de Deus.”

Amém, irmãos. Pelo sangue de Cristo vertido naquela cruz, o escrito de dívida que era contra nós foi cancelado. Nós fomos salvos da ira de Deus e assim nós temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo, como lemos. Que grandioso, irmãos. Com isso nós sabemos a quem pertencemos. Sabemos quem é o nosso Pai, quem tem nos guardado. Isso produz em nós alegria e esperança nos nossos corações. Amém.

Deus não imputa as nossas transgressões. A vida de Cristo em nós, a esperança da glória. Cristo em nós, a esperança da glória. E reconciliados com Deus, temos pleno acesso ao trono da graça.

Jesus como Senhor e Governador

Irmãos, que possamos ser relembrados que assim como aconteceu em Babel, que Deus desceu até eles, não apenas para castigar, mas também para resgatar, para resgatar um povo Seu, que nós possamos também entender que Deus não é um Deus longe, não é um Deus transcendente, mas Ele é um Deus imanente, um Deus que está próximo de nós, um Deus que nos chama para estarmos em comunhão com Ele.

Como diz lá em Colossenses 2:14, que eu acabei de falar:

“tendo cancelado o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz.”

Amém, irmãos. Este foi o alto preço pago para nos resgatar. Mas não para por aí. Logo depois desse resgate, após o novo nascimento, nós temos início a uma caminhada debaixo do senhorio de Cristo. Nós precisamos, irmãos, entender que o governo de Cristo nas nossas vidas é imprescindível. Através do governo de Cristo, nós temos segurança, paz, ordem, completamente diferente do que vivíamos ou do que podemos viver, caso escolhamos viver por nós mesmos, por aquilo que achamos que é o melhor para a nossa vida.

Debaixo do governo de Cristo, Deus dissipa toda confusão. Debaixo do governo de Cristo, nós somos direcionados ao Seu propósito.

O Perigo de Viver Sem Rei: O Tempo dos Juízes

Assim como em Babel, onde homens maus buscavam sua glória e o seu propósito, negando as ordenanças de Deus. Assim acontece repetidamente na história e aconteceu ou acontece na minha e na sua vida, meus irmãos. Mas que possamos entender que mesmo diante de tempos tumultuados, Deus nos chama para governar as nossas vidas.

Um exemplo disso foi o tempo dos juízes lá em Israel. Era um tempo tumultuado, um tempo conturbado, um tempo de grande confusão. Jorge Mitiã, no seu livro Jesus Cristo, Senhor, ele fala o seguinte:

“Durante a época dos juízes, observa-se na vida de Israel uma acentuada e progressiva decadência espiritual, moral e política. Ao final deste período, a nação está submersa em uma situação realmente calamitosa. Sansão, o penúltimo juiz, está morto. Samuel ainda não está em cena. O povo decai cada vez mais em seu nível espiritual e consequentemente em todos os outros níveis.”

Juízes 17:6 faz uma descrição exata do estado do povo de Israel. Juízes 17:6 diz:

“Naqueles dias não havia rei em Israel. Cada qual fazia o que achava mais reto.”

E aqui, irmãos, a hora já está avançada. Se fôssemos falar um pouco desse tempo de juízes, quantas lutas, quantas confusões, quantas dificuldades o povo de Israel vivenciou? E para mim é um livro até um pouco melancólico que diversas vezes nesse livro nós vemos o povo de Deus caindo nas mãos dos inimigos. Nós vemos diversas vezes essa frase sendo repetida: “Naqueles dias não havia rei em Israel. Cada qual fazia o que achava mais reto.” E é um livro que finaliza lá no seu capítulo 21, versículo 25, dizendo:

“Naqueles dias não havia rei em Israel. Cada um fazia o que achava mais reto.”

A Esperança em Cristo, o Senhor de Todos

Vejam só, meus irmãos, mas mesmo para o povo de Israel, assim como nós, há esperança. Romanos 10, a partir do versículo 10, nós vemos que:

“porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação. Porquanto a Escritura diz: ‘Todo aquele que nele crê não será confundido’, pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”

Amém, irmãos. Quando lemos também lá em Efésios, capítulo 1, a partir do versículo 20, nós vemos o seguinte: O apóstolo Paulo aqui está falando sobre o poder de Deus. Ele diz o seguinte:

“O poder de Deus, o qual exerceu Ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à Sua direita nos lugares celestiais, acima de todo principado e potestade, e poder e domínio, e todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés. E para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o Seu corpo, a plenitude d’Aquele que a tudo enche em todas as coisas.”

Irmãos, não podemos cair no engano de ter um rei simbólico na nossa vida, de apenas reconhecer a pompa de um rei, mas não deixar esse Rei governar as nossas vidas. Irmãos, Deus não divide o Seu reino com ninguém. Que nós possamos entender a importância de Jesus como Salvador e Senhor das nossas vidas.

A Intervenção Amorosa de Deus

Finalizando, meus irmãos, olhar para o nosso Deus ao invés de buscar os nossos projetos e planos. Assim como em Babel, um povo que estava em busca de suas próprias maquinações de se tornarem independentes de Deus. Deus intervém não apenas para desfazer aquilo que o homem buscava fazer, mas é um Deus que se preocupa até mesmo com Seu povo em todas as vezes que nós tentamos atos de independência d’Ele. O Seu povo é repreendido por um Deus que intervém. Ele é ensinado por um Deus que intervém.

É um Deus que quebra torres, assim como quebrou aquela torre de Babel. É um Deus que deixa os homens perdidos na sua própria confusão, mas é um Deus que intervém e resgata o Seu povo. É um Deus amoroso que em toda a história, desde Gênesis até hoje, tem sido compassivo, benigno, bondoso. É um Deus que não fica lá no céu, como vimos em Babel, mas que Ele desce. Ele desce e corrige, mas não apenas para castigar, mas para restaurar propósitos.

Meus irmãos, não há nada mais precioso do que sermos quebrados por um Deus que nos governa soberanamente, que quebra as nossas soberbas, que quebra os nossos orgulhos, que quebra todos os projetos que nascem distante d’Ele no nosso coração. É um Deus que nos corrige, mas nos corrige com amor. Nos corrige para nos dar vida. Como lemos, é o mais sublime amor que alguém pode ter. É um amor de um Pai que cuida, mais que um Pai que disciplina, um Pai que ensina.

A Disciplina do Senhor e a Restauração do Propósito

A Disciplina como Expressão de Amor

Provérbios, capítulo 3, versículo 11, diz:

“Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, nem te enfades da sua repreensão, porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai, ao filho a quem quer bem.”

É muito doloroso, irmãos, termos projetos frustrados. Não sei vocês, mas alguns dos projetos que muitas vezes, em alguns momentos da vida, eu busquei longe do Senhor, como foi doloroso ser frustrado nesses projetos. Mas também, por outro lado, é extremamente precioso sermos quebrados, sermos exortados por um Deus que nos ama e nos governa soberanamente. Que possamos ter esse coração disponível para o governo de Deus nas nossas vidas.

O Deus que Intervém na História

Assim como Deus não parou na história, Ele não terminou ali em Babel, Ele continuou ajustando propósitos no povo de Israel, na minha e na sua vida. Esse mesmo Deus que desceu até Babel e confundiu as línguas é o mesmo Deus que chamou Abraão de Ur dos Caldeus. É o mesmo Deus que, quando chama Abraão, diz lá em Gênesis 12, versículo 1:

“Ora, disse o Senhor a Abrão: ‘Sai da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, e vai para a terra que te mostrarei. De ti farei uma grande nação e te abençoarei, e te engrandecerei o nome; sê tu uma bênção’.”

O mesmo Deus mostra Seus prodígios e feitos para com o povo de Israel. Foi o mesmo Deus que esteve ali no episódio de José do Egito. É o mesmo Deus que esteve com Moisés no Êxodo. É o mesmo Deus que esteve com Davi, com Salomão, com os profetas. E é o mesmo Deus que está comigo e contigo, meus irmãos.

O Chamado para Ser de Jesus Cristo

Que nós possamos entender, como diz lá em Romanos, capítulo 1, a partir do versículo 2:

“o qual foi por Deus outrora, por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi, e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o Espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor, por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé entre todos os gentios, de cujo número sois também vós chamados para serdes de Jesus Cristo.”

Somos chamados, meus irmãos, para sermos d’Ele. O chamado é para que possamos tirar as nossas próprias coroas, que deponhamos nossas coroas diante do único e verdadeiro Rei, assim como fazem aqueles anciãos lá em Apocalipse, que entendamos completamente a glória do Deus a quem servimos.

Morrer para Si Mesmo e Viver para Ele

E assim, irmãos, entender que Deus faz a ferida, mas Ele cura. Deus não é um Deus que vive apenas para nos disciplinar por nada, mas Ele disciplina com o objetivo de nos ensinar, de restaurar o nosso propósito, de restaurar o propósito d’Ele para as nossas vidas.

Por isso, irmãos, hoje eu incentivo vocês a orar, a entregar mais uma vez o governo da sua vida e pedir ao Espírito Santo que reavive a alegria da salvação, a alegria da salvação e a alegria de estar debaixo do governo d’Ele. Que possamos entender que precisamos da revelação do governo de Deus e do Senhorio na nossa vida.

Não um governo tirano e opressor. Muitas vezes, pelo menos para mim, é um governo que conflita com a minha carne. É um governo, o governo de Deus, quantas vezes minha carne não quer se impor, se levantar contra o governo de Deus. Muitas vezes é um governo que nos pede para abandonar muitas coisas da nossa vida que não agradam a Deus. E muitas vezes como é difícil abandonar, mas Deus nos chama a viver uma vida de santidade diante d’Ele.

Precisamos, irmãos, morrer para nós mesmos. Nossa vontade é morrer para que a d’Ele prevaleça. Entregar a nossa vida, o que nós somos, o que nós temos diante do Cordeiro de Deus. Entendendo que assim como aquele povo em Babel, muitas vezes Deus até deixa com que propósitos da nossa vida, planos longe d’Ele, cresçam e a gente equivocadamente acha que Deus está aceitando aquilo de bom grado. E a gente vai vivendo e vai ficando distante de Deus, vai dia após dia, fazendo com que o nosso coração esteja longe d’Ele. Mas assim como Babel, Deus vem até nós. Que nós não possamos esquecer que Deus intervém.

O Chamado à Alegria da Salvação e ao Governo de Deus

Então, irmãos, se você está vivendo na sua vida algum momento desse de Deus intervir, alegre-se, porque é Deus cuidando da tua vida e restaurando o propósito. Se você, irmão, que não está vivendo isso, mas que você possa nesse momento ter o coração aberto para o Senhor falar ao teu coração, que muitas vezes nós podemos não estar enxergando a nossa própria torre de Babel. E como eu falei, às vezes são coisas tão lícitas, às vezes a estabilidade, às vezes são coisas que nos levam a pôr nossa confiança nisso e nós perdemos a confiança em Deus.

E para resumirmos, os meninos sabem, se eu pudesse resumir, todo mundo esquecesse o que eu falei, mas pudessem lembrar apenas de duas frases, eu faria, eu coloquei aqui que é: O Senhor nos chama a reavivar a alegria da salvação. Dia após dia, não podemos nos esquecer, não podemos deixar com que a salvação do Senhor para as nossas vidas torne-se algo longe, algo que não nos toca, algo que ficou na história, mas não, que seja algo vivo, algo que nos relembre o amor de Deus para conosco e o nosso coração se incline a Ele.

E a segunda frase é: E com coração inclinado a Ele, que Ele possa estabelecer um trono de governo completo nas nossas vidas. Então o resumo é reavivar a alegria da salvação e entender que Deus quer estabelecer um trono de governo nas nossas vidas, como diz lá em Provérbios, capítulo 23, versículo 26 da primeira parte:

“Dá-me, filho meu, o teu coração.”

O Senhor, meus irmãos, tem pedido o nosso coração. Ele não quer um coração distante, Ele não quer um coração pela metade, mas Ele quer um coração que se alegra sabendo da grande obra de Cristo na cruz por nós e um coração que está completamente rendido ao Seu governo.

Oração Final

E assim, irmãos, que possamos compreender que o governo de Deus sobre nossas vidas nos traz paz. Temos paz com Deus através do governo da vida d’Ele. Amém. Que possamos fechar os nossos olhos nesta santa noite.

Senhor Deus, Te agradecemos pela Tua Palavra. Te agradecemos porque Tu tens falado aos nossos corações, ó Deus. Como muitas vezes podemos estar com o nosso coração distante de Ti, Paizinho, mesmo frequentando os encontros com os irmãos, estando nas casas, mesmo estando envolvido na Tua obra, ó Deus, mas quantas vezes nosso coração não aparenta estar distante de Ti, mas assim como lá em Babel, Tu vens ao nosso socorro, Tu vens ao nosso encontro, para restaurar, Senhor, o propósito, para restaurar, Paizinho, a Tua obra nas nossas vidas, o Teu Senhorio sobre nós.

Queremos estar com os nossos olhos fixos em Ti, entendendo que um coração que anteriormente era um coração de rebeldia, ó Deus, como éramos rebeldes diante de Ti, Pai, como buscávamos a independência, como todo homem, como buscamos por muito tempo sermos independentes de Ti, confiarmos no nosso próprio braço, confiarmos naquilo que nós possamos alcançar, mas Tu, Senhor, nos tiraste dessa rebeldia, o nosso coração dessa rebeldia e nos fizeste um coração rendido, redimido e totalmente governado por Ti, Pai.

E é nesta noite que nós queremos, Paizinho, entender que precisamos do Teu governo diante de todas as circunstâncias de nossas vidas. Sejam elas difíceis, sejam elas fáceis. Queremos estar alinhados com o Teu falar, com o Teu direcionar. Queremos nos rememorar e reavivar a alegria do Teu sacrifício na cruz por nós, porque Tu nos resgataste. E também queremos, Senhor, dizer: “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade sobre nós.” Amém.

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