Exploração do duplo convite de Jesus (“Vinde a mim” e “Vinde após mim”), a nova realidade em Cristo (Romanos 6) e o significado de tomar a cruz diariamente.


Transcrição realizada com ajuda de Inteligência Artificial

A Nova Realidade em Cristo (Romanos 6)

Vamos continuar, então. Estamos indo nessa caminhada do livro de Romanos. E agora eu queria ler com vocês um trecho um pouquinho maior, Capítulo 6. Acho até que o William leu uma parte desse Capítulo, mas vamos retomar de novo aqui Romanos 6, na sequência do livro. Nós vamos ver agora um pouquinho sobre o Capítulo 6, 7 e o início do Capítulo 8.

Vamos lá, Romanos 6:1-18:

“Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante? De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou porventura ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente o seremos também na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído e não sirvamos o pecado como escravos; porquanto quem morreu está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus. Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniquidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e sim da graça.”

E daí, havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, e sim da graça? De modo nenhum! Não sabeis que daquele a quem vos ofereceis como servos para obediência, desse mesmo a quem obedeceis sois servos, seja do pecado para a morte ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus porque outrora escravos do pecado, contudo viestes a obedecer de coração à forma de doutrina a que fostes entregues; e uma vez libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.

Até aqui nós falamos, na parte anterior, sobre um convite que Jesus faz para nós: “Vinde a mim.” Vinde a mim, os que estão cansados, sobrecarregados, pecadores, fracos, e Ele vai nos libertar e vai nos transformar.

Mas esse texto de Romanos, que fala também do que aconteceu quando nós nos unimos a Cristo e fomos inseridos numa nova realidade pelo batismo, Ele vai dizer também agora outra coisa: “Se tu estás nessa nova realidade, então acaba com o pecado.” É isso que Paulo está dizendo aqui.

O Duplo Convite de Jesus: Vinde a Mim e Vinde Após Mim

Eu queria, então, falar de um segundo convite que o Senhor faz, que envolve essa realidade. Assim como Ele diz “Vinde a mim”, depois Ele faz um segundo convite, que é “Vinde após mim”, para ser meu discípulo.

A primeira vez que esse outro convite aparece está lá em Mateus 4:19-20. Vocês conhecem a história. Estava lá o Pedro e o André pescando, aí Jesus passa por eles e diz assim:

“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram.”

Sobre o versículo 19, nós vamos falar mais adiante, mas eu queria chamar a atenção para esse versículo 20: “deixaram as redes e o seguiram.”

André e Pedro. Jesus continuou caminhando e encontra João e Tiago. Eu acho que eles eram sócios, né, porque estavam ali, pelo menos eram vizinhos, conheceram João Batista, depois Jesus, tudo junto, e foram discípulos. Aí Jesus faz o mesmo convite para Tiago e João, de vir após Ele para se tornar pescadores de homem. Só que no caso deles, diz que além, e no caso de Tiago e João tem um acréscimo aqui, porque diz assim: “deixando o barco e seu pai, o seguiram.”

Essa atitude desses discípulos, o Pedro, André, o Tiago e o João, era mais do que parar de trabalhar. Eles deixaram de fato os barcos, as redes, deixaram o sustento, ainda que por algum período, eu não sei o que que aconteceu depois, se eles voltaram de vez em quando, não sei. Mas o fato é que eles decidiram seguir a Jesus sem olhar para trás. E o Tiago e o João deixaram também as redes, mas deixaram a sua família ali, está escrito, eram filhos de Zebedeu, que era pescador. Então, houve já no início dessa caminhada com Ele uma escolha de deixar coisas para trás.

Esses discípulos conheciam Jesus porque eles andavam com João Batista, foram apresentados a Jesus por João Batista, mas agora eles foram convidados a algo mais: não apenas conhecer o Senhor, mas seguir após Ele, ser discípulo de Jesus.

O Que Significa Tomar a Cruz

O que que é esse algo mais que envolve a nossa caminhada como discípulos de Jesus? Lucas 14:27, texto bem conhecido:

“E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo.”

Esse é o chamado para o discipulado. Agora, antes que alguém pense que eu estou falando de sofrimento, quando fala de cruz a gente pensa sofrimento, a primeira coisa que vem à cabeça. Vamos deixar claro que tomar a cruz é deixar tudo para trás. É isso que significa tomar a cruz. É uma decisão pelo propósito eterno de Deus, do que nós estamos falando desde o início aqui desse encontro, mesmo que isso implique em perdas e às vezes até algum sofrimento aqui agora, mas eu sei que lá no futuro eu tenho a recompensa.

Na verdade, irmãos, tomar a cruz sempre vai implicar em algum tipo de perda, senão não seria seguir pelos passos de Jesus, porque Ele perdeu tudo. Ele se tornou homem com todas as limitações de um ser humano, foi para a cruz quando não tinha motivos para isso, humanamente falando. Jesus perdeu tudo, mas por causa disso, lá em Filipenses 2, Deus o exaltou sobremaneira. E assim é conosco também. Não tem como passar pelo lado desse processo. Não tem uma portinha lateral, não tem um lugar VIP no reino. Todo discípulo passa pelo mesmo caminho do Senhor.

E às vezes essas perdas vão trazer sofrimento, pelo menos na nossa alma, uma perda temporária. Perdas de opções, de projetos, enfim. Nós vamos falar um pouquinho sobre cada uma dessas coisas.

O que nos faz, o que nos dá força e graça e coragem para tomar essas decisões é porque a gente vê o valor daquilo que está lá na frente. Por isso a importância de conhecer o propósito de Deus e se abraçar a Ele. Aí eu tomo a cruz com dor, com sofrimento, com perda, porque eu sei que lá tem algo de maior valor.

O Alerta de Jesus: Amar Mais a Cristo

Por isso que o alerta que Jesus faz nesse texto aqui, Ele diz: “E para tomar sua cruz” (versículo 27). Mas se vocês voltarem um versículo, no 26, Ele vai dizer o seguinte:

“Se alguém vem a mim e não me ama mais do que ama seu pai, sua mãe, a sua mulher, os seus filhos, os seus irmãos, as suas irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo.”

Aí vem o 27 que nós lemos. Está bem claro, não é, tem uma versão que diz assim, eu acho que é essa RC, que não odiar seu irmão, fica meio estranho isso. Aqui eles deixaram mais claro: é um amor maior pelo Senhor do que por qualquer outra coisa, pessoa, projeto, pensamento, enfim.

O texto paralelo a esse que está em Mateus 10:38-39 foi quando Jesus enviou os discípulos de dois em dois para pregar o Evangelho. Ele dá várias instruções e aí Ele conclui com esse chamamento:

“Quem não toma sua cruz e vem após mim não é digno de mim. Quem acha sua vida, perde-a; quem, todavia, perde a vida por minha causa, acha-a.”

Mais adiante, Jesus está começando a revelar aos discípulos o que ia acontecer com Ele, está falando da cruz. Esse é um momento muito significativo pelo local que Jesus está. Nós não vamos entrar nisso, mas tem uma riqueza ali. Jesus escolheu o momento, o lugar, tudo certinho para falar disso. E aí Ele diz, fala da cruz. E o Pedro, com aquele coração sempre rápido para fazer e tal, “Não, Jesus, de jeito nenhum, isso nunca te acontecerá.” E aí vocês conhecem toda a conversa. Jesus repreende Satanás, Ele não repreende Pedro, Ele sabia que era Satanás que estava botando aquilo na mente do Pedro.

E na continuidade, Jesus diz, então Jesus disse a seus discípulos, Mateus 16:24-25:

“Se alguém quer vir após mim, negue a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá; e quem perder a vida por minha causa, esse a achará.”

Claro, nós podemos dizer então que esse “Vinde após mim” esse convite do Senhor nada mais é do que tomar a cruz. Está claro nos textos. O que é plenamente compatível com aquilo que Paulo falou em Romanos 6 que nós lemos há pouco.

A Solução do Pecado: Posição e Experiência

Jesus morreu, fomos incluídos na Sua morte. Agora não pecamos mais, estamos longe disso. O assunto está resolvido de uma vez por todas. É isso? Sim ou não? Está resolvido o assunto do pecado?

Quem diz que sim? Quem diz que não? É sim e não.

Sim, está resolvido, porque Jesus fez uma obra completa, perfeita, à qual nós nunca vamos poder acrescentar nada. E Jesus liquidou com Satanás, com esse mundo, com o pecado e tudo. Resolvido. E quando nós fomos incluídos em Cristo, nós estamos na correta, a nossa posição está certa, é em Cristo, mortos para o pecado, mortos para o mundo, separados do mundo. É por isso que Paulo diz ali: “considerai-vos mortos”, porque já aconteceu. O Senhor tinha morrido, eles só foram incluídos numa realidade que já estava pronta e acabada. Então, é sim, tudo resolvido.

Mas por que que é não? Não porque a nossa experiência precisa se adequar à posição que nós estamos em Cristo. E é esse o trabalho que nós estamos falando aqui. Todo dia nós vamos adequando a nossa experiência à realidade na qual já fomos incluídos. E como é que a gente faz isso? Tomando a cruz dia a dia e seguindo a Jesus.

Esse conflito vai ficar mais claro na sequência. Se a gente continuasse lendo aqui o livro de Romanos, depois podem ler o Capítulo 7. Paulo faz uma confissão ali, porque depois de falar tudo isso, aí Ele diz assim: “Olha, lá dentro eu quero fazer a vontade de Deus. O novo homem, lá no meu espírito, eu tenho todo o desejo de fazer o bem que agrada a Deus, mas aqui fora eu não consigo.” Esse corpo de pecado, que é inclusive, nós lemos no texto. Paulo disse: “Eu quero, está claro para mim.”

O Convite Duplo e a Visão do Propósito Eterno

O chamado do Senhor para nós é sempre duplo: “Vinde a mim” e “Vinde após mim.”

“Vinde a mim” é a fonte dos nossos recursos. Se nós andamos cansados, sobrecarregados, acusados, com muitas necessidades, o Senhor continua dizendo: “Vinde a mim.”

Mas na medida que Ele cura as nossas feridas, nos trata, nos alimenta, Ele nos diz: “Agora é hora de tomar a cruz e seguir após mim, porque eu preciso que tu cuide das minhas ovelhas.” Essa obra tem que continuar até a vinda do Senhor.

Eu preciso tomar a minha cruz. Eu preciso escolher aquilo que agrada o Senhor e não o que me agrada, para que o Senhor possa fazer essa obra completa na nossa vida. Mas para fazer isso, a gente volta sempre no mesmo ponto: eu preciso ter uma visão de propósito eterno de Deus, que não é um conceito, que não é uma ideia ou uma frase pronta, é algo que tem que conquistar o meu coração.

Quando isso está claro na minha frente, eu vou atrás do Senhor, eu tomo a cruz, eu vou atrás das vidas, eu faço tudo que o Senhor me disse para fazer e deixo para trás tudo aquilo que Ele quer que eu largue. Amém.

Oração Final

Senhor Jesus, Te damos graças, Senhor, por ainda termos tempo de fazer essa escolha, Senhor. Muitas pessoas vão chegar surpresas diante de Ti sem essa possibilidade que nós temos hoje. Nós não queremos perder a oportunidade, Senhor. Trabalha no nosso coração, na nossa mente, na nossa alma, a partir da Tua habitação aqui interior, Senhor, para que nós possamos sempre escolher a Tua vontade. Nós queremos amar Tua cruz, Senhor. Amar Tua cruz não é por causa de sofrimento ou por qualquer outra coisa, mas porque esse é o caminho pelo qual Tu andas. Tu andaste e nos chamas hoje para seguir pelo mesmo caminho. Dá graça para mim, dá graça para os meus irmãos, para que nós possamos viver dessa forma. Em nome de Jesus, amém. Glória a Deus. Glória a Deus.

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