A história dos filipenses começa com Deus intervindo nesse plano, nessa agenda de Paulo. Os planos eram nobres, né? Era ir para a Ásia para fazer missões. E quem diria então que Deus poderia impedir algo que aos olhos humanos estaria cooperando para a expansão do reino?
Transcrição realizada com ajuda de Inteligência Artificial
Algo que o Senhor colocou no meu coração para repartir com a igreja é uma palavra que recentemente pincelei em João Pessoa, sobre a carta que Paulo escreveu à igreja em Filipos, Filipenses. Podemos chamar Filipenses de ‘carta da alegria’ ou ‘carta do contentamento’. Não é porque Paulo, ao escrever essa carta, não passasse por problemas e por isso estivesse alegre. Ao contrário, ele estava passando por muitos problemas, inclusive estava preso no momento em que a escreve. Mas Paulo vai trazer a ideia de alegria e contentamento que não está baseada nas circunstâncias em que estamos inseridos, mas sim bem fundamentada no Senhor. Hoje eu queria falar um pouquinho sobre como podemos encontrar satisfação e alegria em meio aos problemas. Acho que essa palavra é bem pertinente para aquilo que o Senhor já sabia que viveríamos neste dia. Muitos de nós estamos enlutados pelo que aconteceu. Então, como encontrar satisfação, como encontrar alegria em meio a essas dificuldades?
O Início da Igreja em Filipos (Atos 16)
Antes de lermos a carta, na verdade, vamos ler apenas o capítulo um da carta de Filipenses. Mas antes de lermos essa carta e entendermos por que ela foi escrita, é importante compreendermos como a igreja em Filipo começou, como Deus fez para que essa igreja surgisse. Para isso, vamos ler um pouquinho de Atos 16. Este capítulo 16 trata da segunda viagem missionária de Paulo. Numa primeira viagem, Paulo vai para a Ásia, e a Bíblia fala que ele passa por algumas cidades como Derbe, Listra e Icônio. Ao retornar dessa viagem, Paulo tem o desejo de novamente ir para aquela região, a Ásia.
Nessa segunda viagem, ele está numa cidade chamada Troade. Ele quer sair de Troade para novamente ir para a Ásia. Mas esse plano que Paulo tinha de viajar para a Ásia deu errado, foi frustrado. A igreja em Filipos nasce por esse ‘erro’ na agenda de Paulo. Ele tinha um planejamento, uma agenda, mas a agenda dele não se cumpriu. A palavra fala que o Espírito Santo de Deus o impediu de seguir adiante com esse plano. E por uma frustração dos planos humanos, pela frustração desse plano de Paulo, é assim que a igreja em Filipos nasce.
Vamos ler Atos 16, inicialmente do versículo 1 ao 3 e depois vamos pular para o versículo 6. Atos 16, versículo 1, diz assim: “E chegou a Listra, e eis que estava ali um certo discípulo por nome Timóteo, filho de uma judia, que era crente, mas de pai grego, do qual davam bom testemunho os irmãos que estavam em Listra e em Icônio. Paulo quis que esse fosse com ele e, tomando-o, circuncidou-o por causa dos judeus que estavam naqueles lugares, porque todos sabiam que seu pai era grego.” Agora vamos para o versículo 6: “E passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia.”
Olha que interessante, irmãos, porque eu penso: se você tem um plano de fazer missões na África, então você começa a se preparar, você vai se preparando financeiramente, na logística, você levanta os irmãos da igreja em oração. E se as coisas começam a dar errado, a quem você atribuiria esse erro inicialmente? Ao diabo, né? Você provavelmente falaria para os irmãos: “Ó, vamos orar porque o diabo está intervindo, ele está levantando barreiras, ele está me impedindo ou tentando me impedir de pregar o evangelho.” Mas Paulo fala que o Espírito Santo os impediu de anunciar a palavra na Ásia.
A Intervenção Divina nos Planos de Paulo
A história dos filipenses começa com Deus intervindo nesse plano, nessa agenda de Paulo. Os planos eram nobres, né? Era ir para a Ásia para fazer missões. E quem diria então que Deus poderia impedir algo que aos olhos humanos estaria cooperando para a expansão do reino? Assim como Paulo, a gente tem muitos planos e muitos deles são nobres, como pregar a palavra, casar, fazer missões, implantar uma igreja. São planos bons, são planos lícitos. Mas eu queria dizer que algumas vezes o Espírito Santo de Deus está nos impedindo de seguir adiante com alguns dos nossos planos que a gente julga que são de Deus. Não dá para saber como Deus impediu Paulo, porque aqui a palavra só diz que eles foram impedidos. Está no plural, era com Timóteo, por isso que eu iniciei lendo o texto lá no comecinho do capítulo 16. Ele está nessa viagem, a ideia dele é viajar com Timóteo e fala que o Espírito Santo os impediu. A gente não sabe, a Bíblia não fala como foi impedido, mas eu fico imaginando pelo contexto histórico, uma viagem de barco. Então Deus mandou uma tempestade, de repente eles não conseguiram embarcar naquele dia ou, sei lá, chegou no porto, o barco já tinha ido embora, perdeu a viagem, alguma coisa aconteceu. O Espírito Santo de Deus fez alguma coisa que impediu com que eles viajassem para a Ásia.
Reflexões sobre Planos Frustrados
Então aqui nesse início, mesmo antes da gente chegar na carta aos Filipenses, já dá para a gente tirar algumas lições e eu quero fazer algumas perguntas para você refletir. Primeiro é: como você reage quando os seus planos não dão certo? Quando você planeja algo, aquilo não sai exatamente como você planejou. Qual é a tua reação diante desse cenário? Como você age quando o que você planejou não sai exatamente como você planejou? Será que estamos tomando conta da nossa própria agenda ou estamos colocando nas mãos de Deus? A gente vê aqui que Paulo tinha um plano. O Espírito Santo de Deus impede, Deus interveio nesse plano e Paulo espera. A gente vai ler mais um pouquinho para entender o que vai acontecer. Então a gente leu o versículo 6, né? Atos 16:6. Vamos continuar do 7 agora até o 12: “E quando chegaram a Mísia, intentaram ir para Bitínia, mas o Espírito não lho permitiu. E tendo passado por Mísia, desceram a Troade. E Paulo teve de noite uma visão em que se apresentou um homem da Macedônia e lhe rogou, dizendo: ‘Passa à Macedônia e ajuda-nos’. E logo depois dessa visão, procuramos partir para a Macedônia, concluindo que o Senhor nos chamava para lhes anunciarmos o evangelho. E navegando de Troade, fomos correndo em caminho direito para Samotrácia e no dia seguinte para Neápolis, e dali para Filipos, que é a primeira cidade dessa parte da Macedônia e é uma colônia. E estivemos alguns dias nessa cidade.”
A Nova Direção: Macedônia
Então, Paulo estava tentando pregar na Ásia, Deus o impediu. O texto fala que logo após impedir, ele teve uma visão de um homem da Macedônia e esse homem clamava para que Paulo ajudasse. E Macedônia, como fala aí, era uma colônia. Filipos, que ficava na Macedônia, era uma colônia romana. Isso é muito pertinente para a gente entender na história o que Deus vai fazer, porque Deus muda esses planos. Na província da Macedônia, tinha Filipos, tinha outras cidades, Anfípolis, Bereia, Atenas, Corinto. Todas essas cidades serão alcançadas, numa linha do tempo, quando a gente vai estudando, a gente percebe que essas cidades serão alcançadas por essa intervenção divina na agenda de Paulo. O texto diz que Paulo fica um tempo em Filipos e é aí que começa a nossa história para a gente entender como foi a origem, o início dessa igreja ali naquela cidade. Isso aí é só uma introdução para a gente entender como que essa igreja inicia.
Planos Dirigidos por Deus
E o que é que a gente aprende com isso? Já inicialmente, mesmo antes de entrar na carta, que os nossos planos precisam ser dirigidos por Deus. A gente faz planos, a gente tem sonhos. A palavra de Deus fala em Provérbios: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem dos lábios do Senhor” (Provérbios 16:1). Provérbios 16:9: “O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” Tiago também vai dizer em Tiago 4:14: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã, porque o que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece.” Aqui a gente não tem muita experiência, né? Porque é um lugar quente, mas eu lembro muito quando morávamos em São Paulo e a gente acordava cedo, naquele frio, dava aquela preguiça de levantar. Às vezes a gente olhava na janela, estava aquela névoa, falava: “Rapaz, hoje o dia vai ser bem frio mesmo, né?” Aí entrava no banheiro para tomar banho. Quando voltava e olhava a janela, já não existia mais, já tinha passado, aquela névoa rapidamente se dissipava. E nessa carta aqui em Tiago, nesse livro 4:14, ele fala exatamente isso. A vida de vocês é como um vapor, é como uma neblina que você vê, mas logo vai embora, desvanece. Então, como é que vocês podem viver fazendo planos para amanhã? “Nós faremos comércios, viajaremos”, se de fato isso não estiver diante do Senhor.
Então a nossa vida precisa ser dirigida por Deus. Você é aquela pessoa que quando há algo para resolver, há algo para fazer, você já sai fazendo, ligando, resolvendo, sem nem consultar qual a vontade de Deus? Será que você é esse tipo de pessoa? Eu me vejo assim muitas vezes, né? Aí quando a coisa começa a dar errado, “peraí, vou saber do Senhor o que é que ele quer”, né? A gente precisa entregar a nossa agenda nas mãos de Deus. Por vezes a gente se chateia quando os nossos planos são frustrados, sem se dar conta que isso faz parte dos planos de Deus. Há uma frase, eu tinha minhas anotações quando eu fui preparar essa palavra, eu resgatei e aí eu joguei no Google para tentar saber de quem é a autoria e não encontrei. Aí depois eu fiquei pensando, será que fui eu que criei essa frase? Mas eu acho que eu não sou tão poético assim. Então eu acho que não fui eu. Em algum momento eu anotei isso de alguém, deve ter sido até alguma pregação, alguém falando, mas a frase é o seguinte: “É vivendo a amargura dos nossos próprios erros que enxergamos a doçura dos nãos de Deus.” Então, só quando a gente dá cabeçada, quando a coisa dá errado, é que a gente enxerga o quão doce é ouvir o Senhor nos dizer não. A direção de Deus nem sempre é fácil, mas ela é sempre vitoriosa.
Obediência e Seus Desafios
Então, o lindo do início da igreja é a certeza de que Deus queria que Paulo de fato iniciasse essa obra. Não foi uma motivação do coração de Paulo, mas uma motivação do coração de Deus. Se a gente continuar lendo esse texto de Atos 16, a gente vai perceber que o fato de Paulo ter obedecido, ter tido essa visão do homem da Macedônia, não ter ido para a Ásia, mas ter ido para a Macedônia, não fez viver uma vida tranquila. Porque intuitivamente a gente pensa assim que se Deus me falou algo e se eu obedeci é porque tudo vai dar muito certo. E talvez a nossa vida, no dia a dia, tenha um aspecto de tudo dando errado. A gente talvez tenha aquela visão de Jonas que ele desobedece e ele vai terminar dentro da barriga do peixe e quando ele obedece está tudo certo, ele se arrepende, ele é cuspido, vai lá e muita gente é salva, né? Essa história bem assim, bem bonita, bem romântica, bem poética. Só que Paulo é diferente. O fato dele ter obedecido, dele ter entendido: “Ó, não é para eu ir para a Ásia, é para eu ir para a Macedônia.” Vamos ver o que acontece com ele. Atos 16, a gente leu até o 12, vamos ler agora do 13 até o 23.
A Perseguição e a Obediência de Paulo e Silas
E no dia de sábado, saímos fora das portas para a beira do rio, onde se costumava fazer oração. E, assentando-nos, falamos às mulheres que ali se ajuntaram. E uma certa mulher chamada Lídia, vendedora de púrpura, da cidade de Tiatira, e que servia a Deus, nos ouvia. E o Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia. E depois que foi batizada, ela e a sua casa nos rogou, dizendo: “Se haveis julgado que eu seja fiel ao Senhor, entrai em minha casa e ficai ali.” E nos constrangeu a isso. E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores. Seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: “Esses homens que nos anunciam o caminho da salvação são servos do Deus Altíssimo.” Isso fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: “Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela.” E na mesma hora saiu. E vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas e os levaram à praça, à presença dos magistrados. E, apresentando-os aos magistrados, disseram: “Estes homens, sendo judeus, perturbam a nossa cidade e nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos.”
E a multidão se levantou unida contra eles e os magistrados. Rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas. E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança. A gente vê aí que Paulo, não só Paulo, né, Paulo e Silas, eles passaram por sofrimento, por tribulação, por muita dificuldade, por ter obedecido a Deus, tá? Isso não é fruto da desobediência. E eles podiam se perguntar: “Mas como assim? Eu não estou fazendo a vontade de Deus. Como assim eu estou passando por isso?” O plano de Deus para nossa vida nem sempre é fácil e prazeroso. O plano de Deus para Paulo é que ele fosse para a Macedônia, mas o que Deus ainda não havia revelado a ele é que nesse combo para a Macedônia teria açoites e teria também prisão. Você consegue refletir, pensar agora o que você diria para Deus se você fosse Paulo? Queria que você fizesse esse exercício aí em poucos segundos, né? Pensar assim: “Senhor, eu estava tudo bem. Eu tinha feito uma viagem missionária, eu já tinha proclamado, né, sobre o Senhor, já tinha expandido o teu reino. Eu volto, muita coisa me acontece, né, nessa primeira viagem eu volto, eu decido ir uma segunda vez, o Senhor me impede de ir, fala: ‘Não, vai para a Macedônia’, eu obedeço prontamente. A gente não vê nenhum registro de alguma resistência de Paulo. Eu vou para a Macedônia, eu chego na Macedônia, algumas pessoas se convertem e a gente vai ver que é tão pertinente Lídia se converter. Depois tem essa escrava, né, que adivinhava, mas aí eles são açoitados e presos.” Pensa a cabeça de Paulo. Eu queria que você pensasse, né? Se você se colocando, fazendo esse exercício, se você estivesse no lugar de Paulo, o que é que você faria? Ou duvidaria da voz do Senhor. “Peraí, eu acho que eu não entendi bem. Eu, tá vendo? Eu deveria ter ido para a Ásia. Satanás me confundiu todo. Mandou vir para Macedônia para me bater aqui e me prender.” Ou teríamos no mínimo uma sensação de revolta contra Deus, assim, tipo, “Deus, que que é isso que o Senhor está fazendo? Peraí, né? O Senhor está de brincadeira comigo, né? Porque o Senhor pediu para obedecer. Eu obedeci e aí, olha a situação que eu estou.”
A Abertura do Evangelho na Europa
Então, eu queria que você imaginasse o que você falaria para Deus, né? Então, essas respostas para essas perguntas, elas estão ligadas ao próprio nascimento da igreja em Filipo, que nasce em meio a esse sofrimento, a essas dificuldades. E é graças a essa obediência de Paulo que as portas do Evangelho se abriram para a Europa. Se a gente olhar no mapa assim, sendo bem simplista, então norte, sul, leste e oeste, né? Agora está ao contrário para vocês. Leste e oeste, então a Ásia fica para leste. Então a ideia de Paulo era ir para leste, tá? E a Macedônia, que era a região da Grécia ali, da Grécia antiga, é o então o evangelho chega naquela região oeste que é a Europa. Hoje conhecemos como Europa através dessa viagem de Paulo aqui, começa inicialmente em Filipo. Depois esse evangelho começa a se espalhar e esse evangelho chega até Recife, porque nós começamos, né, por ser colonizados e evangelizados pelos europeus. Então essa atitude aqui de obediência a Paulo repercute nisso aqui hoje que a gente está vivendo, porque o evangelho estava concentrado na Ásia. O evangelho vai para a Europa. Isso é a abertura do evangelho em toda a Europa e depois em toda a América, porque o evangelho se espalha da Europa para toda a América. Isso chega até mim, chega até você. Hoje essa atitude, ó, para aí. Nossa, que recurso. Depois disso. Não vou querer pregar na chácara mais não, Fernando. Olha aí. Isso aí. Agora como eu não estudei o mapa antes, eu não vou saber dizer, né? Me pegou de surpresa, mas a ideia de Paulo, né, norte, sul, leste, ó, então ele vinha para cá, ó, para essa região mais a leste, ó, região da Galácia. E Deus manda ele ir para a Macedônia, ó lá, a segunda viagem, Filipos está ali, está vendo? Joga parte Macedônia. Então, Ásia, vamos pensar assim, ó, Europa, né? Dali se espalha, porque hoje a gente conhece a Europa atual e chega até aqui o Brasil. Então, olha a repercussão da obediência consciente a Deus. Consciente, porque Paulo era um caba que tinha consciência do que Deus queria que ele fizesse. A gente não vê Paulo assim, “peraí, eu vou orar mais um pouquinho.” Não, ele tinha convicção do que Deus falava e ordenava que ele fizesse. Então, o plano de Deus nem sempre é o mais fácil, mas a agenda de Deus é sempre a melhor. Pense nisso. O plano de Deus nem sempre é o mais fácil, mas a agenda dele é sempre a melhor.
A Estratégia de Filipos e as Primeiras Conversões
Essa cidade de Filipos era muito estratégica, porque ela era uma colônia romana. Você deve ter percebido durante essa leitura do texto, né? Os próprios homens, eles falam ali, ó, “eles estão nos perturbando. Nós que somos romanos”, mas eles estavam em Filipo. Então, era uma colônia romana. Os historiadores dizem que Filipo era uma mini Roma, porque os moradores daquela cidade eles se vestiam como romanos. E diferentemente do que eram os outros países dali, né, no entorno que se falava grego, lá em Filipo se falava latim, que era a língua oficial do Império Romano. Então isso era muito estratégico que aquele povo fosse alcançado, porque pelo próprio idioma latino, ele alcançaria o Império Romano, que era quem dominava o mundo naquela época ali. Então isso era bem pertinente, né? Além disso, quando Paulo ele chega na cidade, a primeira pessoa que se converte é Lídia. E Lídia, ela era uma empresária, ela era empresária asiática, mas ela, né, vivia ali em Filipo. E era pertinente também porque parece que ela era uma empresária de muito sucesso, então ela conhecia muita gente, né, comerciante. Então, era uma pessoa que tinha muita influência sobre outros. Então aquela mulher conhece o Senhor, ela e toda a sua casa é batizada e a igreja em Filipo começa na casa dela, porque lá no final do depois a gente vai voltar no final de Atos 16, depois que Paulo é solto da prisão, ele volta para encontrar a igreja na casa de Lídia. Então foi bem pertinente aquela mulher se converter. Depois uma escrava mística que provavelmente ela era bem conhecida, porque essa mulher, né, adivinhava pela cidade. Então, praticamente eu ouso dizer assim que toda a cidade conhecia ela e ela também se converte. Só que isso dá um reboliço danado, porque a Bíblia diz que ela dava muito lucro aos seus senhores e ela dava muito lucro porque ela era possessa por um espírito de adivinhação. Então, a partir do momento que aquele espírito sai daquela mulher em nome de Jesus, aquele mercado ali acaba. E esse é o motivo pelo qual Paulo e Silas eles são presos. E uma outra figura bem importante que vai se converter, a gente não leu, está no final do está no versículo 26, na verdade, é o carcereiro, porque Paulo ele é açoitado e ele é preso, só que depois esse carcereiro lá ele e toda a sua casa se convertem. E também isso era muito bom e pertinente, porque o carcereiro, ele era um funcionário público da época, então era alguém que tinha um contato direto com o império romano, mesmo em São Filipo, então ele se dirigia diretamente a César. E a prisão aqui no, assim, quando a gente fala de prisão, a gente, né, pensa logo no presídio, mas essa prisão aqui era uma prisão domiciliar. Então, como que era? Basicamente prendia esses homens, colocava ele numa casa e ali tinha um carcereiro cuidando. “Ó, cuida desse homem aí, né? Ele é um presidiário.” E o carcereiro ficava ali guardando aquela casa. E assim, o que é que Paulo e Silas faziam na prisão? Falavam de Jesus, né? Cantavam louvores. É isso que acontece depois, né? Se abre. Então esse, não só esse carcereiro que a Bíblia não dá nome, mas muitos outros que Paulo foi preso algumas vezes, todos eles ouviram de Jesus. Então era muito pertinente. Fala assim: “Você me prendeu, você está aqui do meu lado, depois você vai ouvir de Jesus o tempo inteiro, manhã, tarde e noite, sem escapatória.” E esse homem se converte também. E ele é alguém dentro do império romano. Então o Senhor faz um reboliço ali naquela cidade, converte uma comerciante que tem uma influência social, converte uma adivinha também, né, que tinha uma influência ali social e converte um funcionário público. Então o negócio estava pronto. E isso, irmãos, que eu fiquei pensando assim em poucos dias, porque a Bíblia não fala em tempo mesmo, não fala assim, “Paulo ficou lá um mês, dois meses”, mas fala assim, “Paulo ficou em Filipos alguns dias”, então me dá ideia alguns dias que era menos de um mês. Me dá essa ideia, não posso afirmar categoricamente, mas isso ficou na minha mente assim, mas vamos arredondar para um mês, né, que não era, o calendário não era contado como hoje, mas vamos considerar um mês em 30 dias. Olha o que Deus faz numa cidade. Em 30 dias, três pessoas bem estratégicas se convertem, Paulo é preso, açoitado, tal, é solto e depois vai embora. Então, olha o que o Senhor faz através da vida de um homem que o obedece.
O Início da Igreja na Casa de Lídia e a Carta aos Filipenses
Então, no versículo 15, né, a gente leu aí toda a casa de Lídia batizada, a igreja começa na casa dela, porque no verso, Atos 16:40, que é essa informação, ó, “tendo-se retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e vendo os irmãos, os confortaram. Então, partiram”, ou seja, os irmãos estavam reunidos na casa de Lídia. Então a igreja começa ali. Então tudo isso acontece e a gente vai ver alguns versículos agora no livro de Filipenses. Essa carta Paulo escreve para a igreja em Filipo 10 anos após a sua origem. Então tudo isso que eu contei aqui, contextualizei é o início da igreja. E agora a gente vai fazer um corte temporal. Se passam 10 anos e aí Paulo está escrevendo para essa igreja agora de tudo isso que tinha acontecido, todo esse reboliço na cidade. 10 anos depois Paulo escreve essa carta. E uma informação é importante também. Paulo escreve essa carta aos Filipenses estando preso em Roma. Então ele está preso. É importante a gente ter essa mentalidade que é para a gente entender o sentimento do coração de Paulo. Então Paulo está preso. Então dentro da prisão, aquela coisa, “rapaz, já que eu estou aqui, não posso sair falando de Jesus por aí, só estou falando para esse carcereiro aqui, vou escrever uma carta.” Então ele escreve a carta e manda entregar lá aos filipenses. O objetivo dessa carta Filipenses é agradecer a igreja de Filipos, fortalecer a comunhão e demonstrar a alegria. É uma carta de gratidão. Paulo amava demais essa igreja. Dá para ficar muito claro quando a gente lê a carta aos Filipenses, porque foi uma igreja que sempre o amou, sempre o apoiou, inclusive financeiramente quando a gente lê essa carta, né, Paulo agradece as ofertas que ele recebia dessa igreja. Então é carta de alegria, de contentamento, né? Ele vai falar: “Ó, alegrem-se.” “Eu encontrei razão de estar contente em qualquer situação.” E de onde vem essa alegria? De onde vem esse contentamento? Então é isso o conteúdo, né, que fala na carta, como se alegrar em meio às dificuldades. Então vamos para Filipenses agora, capítulo 1. A gente vai ler apenas o capítulo um, todos os versículos dele.
A Saudação de Paulo: Servo de Cristo
Então, aí no início Paulo começa, né, apresentando Timóteo, quem estava com ele lá nessa viagem há 10 anos atrás. Parece que Paulo, ele tinha a intenção de enviar Timóteo para ajudar essa igreja de alguma forma, né, do ponto de vista eclesiástico mesmo. Então, ele dava uma certa autoridade a Timóteo aí, pensando mais na frente que Timóteo poderia ser útil para essa igreja. Então, vamos ler os versículos um e dois. “Por enquanto, Paulo e Timóteo, os servos de Cristo Jesus, a todos os santos em Cristo Jesus, inclusive bispos e diáconos que vivem em Filipos. Graça e paz a vós outros da parte de Deus, nosso pai e do Senhor Jesus Cristo.” Muito obrigado. Então, olha que interessante. Se a gente comparar o início da escrita de Paulo com outras cartas, como por exemplo, Gálatas, a gente vai perceber que Paulo ele, principalmente nos Gálatas, né, porque tinha uma questão ali cultural da circuncisão, ele começa afirmando, eu diria assim, quase que impondo o respeito, tipo, “ó, quem está escrevendo aqui é Paulo, apóstolo de Jesus, tá? Eu sou apóstolo.” Só que interessantemente quando Paulo escreve aos filipenses, ele não se coloca com essa autoridade eclesiástica. E ele fala assim: “Ó, eu servo de Jesus Cristo, versículo 1, servo. Essa palavra no original, no grego, é doulos.” É uma palavra que se popularizou bastante, né, no Brasil, porque hoje a gente tem uma figura da doula, né, que é a serva da mulher quando a mulher mais precisa de um apoio de alguém, que é quando a mulher está parindo. Então, ela tem uma doula e essa palavra é uma palavra grega doulos, que significa escravo, servo. Então, Paulo ele se coloca, não como apóstolo aqui, quando ele escreve aos Filipenses, ele fala: “Ó, quem está escrevendo aqui é Paulo, o seu escravo, o seu servo.” Ou seja, eu estou aqui para servir você. Geralmente nas outras cartas, como eu falei, ele se coloca como um apóstolo, mas aqui ele não precisava dessa autoridade, porque ele estava muito envolvido com o início dessa igreja. Todos os irmãos o conheciam muito bem, sustentavam-no financeiramente. Então ele fala: “Ó, queridos, estou escrevendo vocês para vocês para dizer que eu sou servo de vocês, eu sou escravo de vocês.” Aqui ele mostra que por livre e espontânea vontade ele decide servir aquela igreja, não por imposição, né? Ele se coloca aqui com humildade como alguém que estava à disposição para servir aquela igreja. Após essa saudação, vamos continuar aí os versículos, vou ler do três até o seis. “Eu dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós. Irmãos, só lembrando Paulo estar preso, tá? E ele escreve assim: ‘Volta no três, Felipe, por favor. Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós.’ Quatro. ‘fazendo sempre com alegria súplicas por todos vós em todas as minhas orações, pela vossa cooperação no Evangelho desde o primeiro dia até agora, estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus.’ Querido, o que que você faria se você estivesse preso e você tivesse a oportunidade de mandar uma carta para a igreja? ‘Aos queridos Paulinho, William e Fernando e a todos os santos que se reúnem em Olinda. Dá um jeito aí de arrecadar um dinheiro e mandar um bom advogado para me soltar’, não é? Não, eu ia falar isso, né? Os contatos, ‘olha, dá um jeito aí.’ Por quê? ‘Eu estou preso injustamente. Eu estava aqui em João Pessoa pregando o evangelho. Quando eu fui prego, eu fui preso e eu preciso muito de vocês. Até porque vocês sabem, né? O início da igreja aí foi quando eu estava aí. Eu já apanhei por vocês, agora é hora de vocês apanharem por mim.’ Eu diria isso. Eu acho que os irmãos diriam algo diferente, mas eu ficaria desesperado. ‘Ó, me livra aqui, cara. Faz alguma coisa, pelo amor de Deus, né? Junta um dinheiro, faz alguma coisa aí. Vamos fazer um plano de fuga, qualquer coisa.’ Eu queria que a gente atentasse em algumas palavras. Versículo 3, Felipe, volta aí para a gente só vendo assim panoramicamente, Paulo está preso.
Oração em Meio à Crise e à Dor
Eu queria fazer uma pergunta para nós. Como têm sido nossas orações em meio à crise e à dor? Como você tem orado quando você está preso? Como você tem orado quando você é açoitado? Como você tem orado quando Deus faz algo que você não esperava que Deus fizesse? “Ah, Senhor, obedeci. Eu fiz tudo que o Senhor mandou. Não esperava que o Senhor fizesse comigo. Não esperava mesmo. Estou, né, hashtag chateado. Estou muito decepcionado com o Senhor”, né? A gente não tem essa sensação. Mesmo que a gente não externalize isso, não verbalize, às vezes é o que está no nosso coração. “Estou muito chateado, Senhor. Acho que se eu fosse o Senhor eu faria diferente.” Glória a Deus que não somos, né? Que faríamos tudo errado. Paulo estava preso. Ele podia ter escrito essa carta só para pedir oração, mas não. Ele escreve para dizer que está orando para que o amor da igreja aumente em conhecimento, discernimento, em santidade. Vamos ver o verso 9 desse capítulo 1, verso do 9 ao 11: “E também eu faço essa oração, que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção para aprovares as coisas excelentes e serdes inculpáveis para o dia de Cristo, cheios do fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo para a glória e louvor de Deus.” Olha o que Paulo escreve. “Eu estou escrevendo só para dizer que eu tenho orado para que o amor de vocês aumente discernimento, conhecimento, graça. Não estou escrevendo para pedir ajuda. Eu estou escrevendo para dizer que eu estou orando por vocês.”
O Progresso do Evangelho Através do Sofrimento
No versículo 12 diz assim, ó: “Quero ainda, irmãos, cientificar-vos de que as coisas que me aconteceram têm antes contribuído para o progresso do evangelho.” Paulo, ele entendeu, né, o que está escrito lá em Atos 20:24: “Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para dar testemunho do evangelho da graça de Deus.” Paulo, como eu falei para vocês, como essa prisão de Paulo era uma prisão domiciliar, Paulo estava quase que gostando dessa coisa de ser preso. A Bíblia não registra não, tá? Isso é coisa da minha cabeça, não está na Bíblia não. Mas eu tenho assim uma desconfiança que quase todos os carcereiros por onde Paulo foi preso se converteram. Eu tenho esse sentimento. Não posso dizer que foi isso não. Então, como Paulo aproveitava esse momento de prisão para bombardear aqueles carcereiros de Jesus. Então, no versículo 12, ele fala: “Ó, eu quero, fiquem ciente disso, que isso que me aconteceu, essas prisões, antes tem contribuído para o progresso do evangelho. Tem contribuído.” Então, Paulo, ele era um homem experimentado em sofrimento. Eu listei aqui algumas coisas que aconteceram com Paulo. Então, Paulo foi perseguido em Damasco, foi rejeitado em Jerusalém. Deus manda Paulo embora de Jerusalém. Ele foi esquecido em Trôade por 10 anos. Foi separado de Barnabé, foi arrastado como morto em Listra. Foi açoitado e preso em Filipos. Ele foi expulso de Tessalônica e Bereia. Ele foi chamado de ignorante e impostor em Atenas e Corinto. Ele foi preso em Jerusalém, acusado em Cesareia, sofreu um naufrágio em direção a Roma. E ele ainda foi mordido por uma serpente na ilha de Malta. Tudo isso que aconteceu com Paulo. Então Paulo era um homem experimentado em sofrimento. Ele sabia bem, eu não quero sofrer, mas ele sabia em quem ele cria. Exatamente. Vamos continuar. Versículo 13: “De maneira que as minhas cadeias em Cristo se tornaram conhecidas de toda a guarda pretoriana e de todos os demais.”
O Testemunho de Paulo na Guarda Pretoriana
Essa guarda pretoriana era uma guarda assim que ela estava a serviço do Império Romano, era uma guarda mais do ponto de vista militar mais preparada. Então eles faziam uma defesa do imperador, do César. Então seria como hoje a Polícia Militar tem um corpo especial daquelas pessoas que, sei lá, defendem ou protegem a governadora do estado. Então era uma guarda diferenciada. E aí Paulo, ele vai falar isso aí, ó, “se tornaram conhecidas”, essas prisões de Paulo se tornaram conhecidas de toda essa guarda, desse exército aí diferenciado, ficou conhecida e também de todos os demais. Então eu imagino que como Paulo ia acontecer esses milagres, ele era preso, ele era solto, ele era preso, ele era solto. Chegou um momento e falou assim: “Peraí, pega os carcereiros, os melhores que tem, aqueles que fazem a proteção aí de César e manda prender esse cara”. E isso foi ótimo para Paulo, né? Paulo manda aí. Porque aí o que acontece? Esses caras eles andavam com César diretamente. Então eles eram influenciados pelo evangelho através de Paulo e depois eles voltavam para dentro do império romano. Para quê? Para falar aquilo que eles ouviram. Olha como Deus faz. Então, às vezes a gente está num lugar assim que a gente acha: “Meu Deus, eu estou na cova dos leões.” Fica aí, meu irmão, porque é daí que o Senhor vai te usar para espalhar o seu evangelho, né? Eu sou muito questionado assim, como é para um professor universitário ser cristão, ser professor na universidade pública, né? Fala: “Rapaz, assim, eu não, eu acho que é igual a qualquer outro lugar, né? Porque onde as pessoas não amam o Senhor, o comportamento é a mesma coisa. Às vezes a gente acha que lá eu sou muito bombardeado, é, não é a mesma coisa do seu trabalho, né? Então nós somos bombardeados de todos os lados. E o que que a gente precisa fazer? Expressar a vida de Cristo, né? E aproveitar as oportunidades. Eu lembro bem que eu tive uma situação que eu me tornei chefe do departamento onde eu trabalhava e no final do ano, numa confraternização de Natal, eu fiquei naquela coisa assim de, né, sempre tem aquelas coisas de Natal assim, né, como é, amigo secreto, aquele negócio meio chato assim. Aí eu fiquei, meu Deus, né, que fazer esse negócio, mas meio que protocolar tinha que fazer, né, lembrancinha para o pessoal, essas coisas. Eu falei assim, eu vou fazer diferente porque como filho do Senhor vou dar uma mensagem, tipo assim, como eu tenho o poder da palavra, eu sou chefe, quem não quiser ouvir que corra, entendeu? Eu vou, a palavra é minha, então vai ter que me ouvir. Acabou. Aí eu fiquei ainda naquela coisa, falo ou não falo, falo ou não falo, meu Deus, falo ou não falo. Aí chegou no dia da confraternização de Natal, uma professora falou assim: “Você, professor Isson, o senhor preparou uma palavra?” Assim, eu disse, não vou falar, eu vou, né? Vou falar, vou convidar o pessoal. “Não, não, mas eu falo assim, uma palavra de Deus.” A professora, ela é bem católica essa professora, “porque se o senhor não preparou”, aí falou de uma outra colega lá também que é bem católica, ela falou assim: “Porque se o senhor não falou, eu vou pedir para Giciane falar”. Diga aí. Era, né? Não precisava nem pedir confirmação se era para falar, precisava. Deus falou: “Você tem que falar”. E aí eu pedi sem nome da estratégia, né? Porque eu não queria chegar lá e fazer uma pregação como a gente pode fazer aqui que a gente tem liberdade, né? E eu vejo assim, foi tão do Senhor que aí eu comecei a falar, era pós-pandemia, foi, a gente estava vivendo a pandemia ainda, foi 2022, eu acho, né? Mas era assim, era o primeiro encontro presencial, eu lembro disso que as aulas estavam remotas, então a gente ia fazer uma confraternização, o pessoal estava assim naquela coisa, dois anos sem se ver, né? E aí eu fui falar sobre depressão e ansiedade. Tem muitos professores no meu departamento que são da neurociência, né? E aí eu comecei a falar sobre trazendo alguns dados de ansiedade, de depressão naquele período pandêmico, o que que tinha acontecido com o mundo, e que assim a gente achava que isso era algo do mundo moderno, onde a pandemia nos trouxe esse adoecimento psicológico. Mas vocês sabiam, né, e comecei que isso é muito antigo. A gente tem registros históricos de mais de 2000 anos atrás, onde já se falava de distúrbio de ansiedade, né? E as pessoas ficaram meio assim, tipo, “tem uma revista científica com 2000 anos?” Tem um livro histórico chamado A Bíblia, que a única doença que Jesus fala na Bíblia no sentido de não ser cura é ansiedade. Porque fala de cegueira, mas é cura, né? Lepra, aleijado, enfim, várias doenças. Mas a única que ele fala assim, ó: “Não andeis ansiosos por coisa alguma”. No sentido de alertar, né, a população ali dos discípulos, a única doença é a ansiedade. E aí eu comecei a falar ali, né? E aí eu vi assim a ousadia que o Senhor me deu, né? E aí se passou, né? A gente acha assim às vezes que não teve nenhuma repercussão. E aí quando foi na Páscoa, no outro ano, o diretor do centro, ele falou assim: “Professor Yson, a gente vai fazer um café da manhã de Páscoa”. E eu queria que o senhor desse uma palavra parecida com aquela de Natal. “Oxe, deixa comigo.” Porque agora nem precisa, né? “Eita, o cara está usando a posição para falar de Jesus.” Não, eu fui chamado pelo diretor, então, né? Então, como Deus faz? Às vezes, né? No temor, né? Eu passo pelos mesmos temores, irmãos. Até o momento de falar estava lá me tremendo. Mas a gente vê quando a gente obedece o Senhor, quando a gente obedece o Senhor, isso é um caminho que o Senhor abre para fazer a obra que é dele, não é nossa. A gente não tem ideia nem onde isso vai chegar, onde vai alcançar.
A Proclamação de Cristo e a Alegria de Paulo
Então a gente leu até o 13, né? Então deixa continuar. 14: “A maioria dos irmãos estimulados no Senhor por minhas algemas ousam falar com mais desassombro a palavra de Deus. Alguns efetivamente proclamam a Cristo por inveja e por rivalidade. Outros, porém, o fazem de boa vontade. Estes por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho. Aqueles contudo pregam a Cristo por discórdia, insinceramente julgando suscitar tribulação às minhas cadeias.” Vou até o 19: “Todavia, que importa, uma vez que Cristo de qualquer modo está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isso me regozijo. Sim, sempre me regozijarei, porque estou certo de que isto mesmo, pela vossa súplica e pela provisão do Espírito de Jesus Cristo, me redundará em libertação.” Então, olha o que Paulo fala assim, ó. Ele começa falando isso, que as prisões dele contribuíram para o avanço do evangelho até ali naquela guarda real, vou colocar assim. E ele fala que isso é bom porque alguns irmãos inspirados no que estava acontecendo com Paulo, eles começaram a pregar de maneira mais ousada. Então eles tinham medo. Então Paulo ele começou a servir como modelo. Tipo assim, ó, “se Paulo conseguiu proclamar e avançar, nós também conseguiremos. Vamos seguir em frente.” E aí tem aí um certo problema, digamos assim, né? Que ele falou: “Ó, também eu tenho que falar para vocês, alguns estão usando disso, né, para proclamar como não deveria ser proclamado, mas no final não vamos brigar, não, não vamos discutir, não. O que importa é que Cristo seja pregado. Isso é o que importa, é que a palavra seja proclamada, que o evangelho seja proclamado de qualquer forma, né, que ele seja divulgado.” Então, o exemplo paulino de humildade abnegada mostra que as piores circunstâncias são aquelas em que a alegria pode ser maior. Quando as coisas que consideramos praticamente garantidas em nossa vida começam a ruir, quando o sofrimento e a tristeza aumentam, os crentes devem ser levados a uma comunhão cada vez mais profunda com o Senhor. Então é isso que eu tenho para te falar, que o sofrimento que nós passamos na vida, ele serve para nos conduzir a uma profunda comunhão com Cristo.
A Convicção da Esperança em Cristo
Nós só conhecemos, eu posso falar isso assim, com segurança pelo que eu vivi, os momentos de mais intimidade com o Senhor, onde eu tive coisas mais preciosas do Senhor reveladas, eram os momentos de maiores aflições da minha vida. Quando tudo está muito bem, né, segue o fluxo, né? A gente tem a falsa sensação que a gente não precisa do Senhor, né? Se a gente tem todas as condições favoráveis, dá para pagar todas as contas, né? Dá para viajar, né? Assim, a gente nem ora, né? Tem dinheiro sobrando, vai lá, compra as passagens, reserva o hotel. É tudo tão, né? Romântico na nossa vida. Isso não nos leva a uma profunda comunhão com o Senhor. Eu garanto a você, nos leva a uma falsa ideia de que a gente não precisa dele. Paulo tem a convicção de que ele será liberto. De fato, isso acontece, né? Quando ele escreve essa carta, ele está em Roma, ele está preso, mas depois ele é liberto, ele vai para a Espanha, ele é preso de novo. Enfim, depois com o retorno de Nero ao poder ele é morto, né? Mas Paulo se alegra porque ele tem certeza que Deus está no controle da sua agenda. Vamos seguir mais um pouquinho para encerrar. Versículo 20: “Segundo a minha ardente expectativa, a esperança de que em nada serei envergonhado, antes, com toda ousadia, como sempre, também agora será Cristo engrandecido no meu corpo, quer pela vida, quer pela morte. Porquanto para mim o viver é Cristo e o morrer é lucro.” Volta no 20, Felipe, por favor. Quando Paulo fala isso, “segundo a ardente expectativa, a esperança, né, de que nada seria envergonhado.” Essa é a palavra que diz esperança no original grego, até anotei aqui, não que eu saiba falar grego, não. Só vou saber essa palavra, eu não sei nem falar, eu só vou saber o significado dessa palavra, tá? Apocaradoquia. Eu fui ver assim, tentar estudar mais profundo, porque essa que é expectativa, o que a gente tem no português aí traduzido como expectativa, essa palavra apocarado refere-se a uma convicção de que algo vai acontecer. Como assim? O exemplo melhor para isso é um filho aguardando o seu pai voltar do trabalho. Então, acontece muito assim, a gente mora numa casa, essa casa dentro do condomínio, ela não tem muro. Então, quando eu chego um carro, eu já subo a rampa, estou praticamente na porta de casa. Então, toda vez que eu estou chegando assim, eles escutam o barulho que a Doblo faz um barulho danado, né? Porque aqueles bancos ficam quando estou sozinho ficam balançando. Então, umas três, quatro casas acima eles já começam a ouvir o barulho do carro e aí todos eles já correm para a porta e quando eu subo a rampa quase atropelo eles, né? Toda vez eu só grito “sai da rampa” e tal gritando ou eu já falando, “sai daí para o pneu não passar em cima do pé.” Só que eles têm convicção. Então, quando dá aquela hora, sei lá, se você volta ao trabalho todos os dias às 6 horas, às 5 horas da tarde, aquela convicção. Então, o filho, quando o pai sai para trabalhar, ele tem convicção que o pai volta, a menos que aconteça uma catástrofe, mas ele tem convicção, o pai vai voltar. A mesma coisa é a esposa. A esposa, o marido sai para trabalhar ou vice-versa, a esposa sai para trabalhar. O marido tem convicção que aquela hora que é uma hora normal, né, da agenda dela, ela vai voltar. Então essa palavra significa isso, esse apocarado. Um comentarista que eu li, ele fala que é exatamente isso, essa é a espera por alguém que você tem convicção que vai voltar. Então quando Paulo ele fala assim, ó, “segundo a minha ardente expectativa”, ou seja, com a minha convicção, né, do que vai acontecer, ó, “expectativa e esperança de que em nada serei envergonhado”, eu tenho convicção disso. Então, não estou assim preocupado não. “Antes eu tenho ousadia, tá? Ousadia em Cristo Jesus.” Então Paulo tem a convicção de que a vida é Cristo. Nele Paulo tem plenitude.
O Conflito de Paulo: Viver ou Morrer por Cristo
Do versículo 22 ao 26: “Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e de outro lado estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. Mas por outra, por vossa causa é mais necessário permanecer na carne e convencido disso, estou certo de que ficarei e permanecerei com todos vós para o vosso progresso e gozo da fé. A fim de que aumente quanto a mim o motivo que vos gloriardes em Cristo Jesus pela minha presença de novo convosco.” Olha o conflito de Paulo. Ele fala assim: “Eu tenho convicção que estar com Cristo é o melhor que pode acontecer. Então dá vontade de morrer agora. Mas eu penso também que seria bom eu continuar aqui para ajudar vocês.” Mas pensa aí, irmãos. Já tinha sofrido demais, né? Apanhado, preso, já tinha contribuído com o evangelho. Pensa aí, se não dá assim uma, eu pensei, “Senhor, o que eu faria?” Acho que eu diria, “Senhor, assim, já cumpri minha carreira, né? Chega, quero céu, não é?” “Não me leva.” Depois de tudo que Paulo passou e que ele sofreu, ele ainda dizia assim: “Peraí, mas eu acho, eu estou na dúvida, mas eu acho que eu quero ficar ainda mais um pouquinho, sofrer por Cristo, por vocês, por amor à igreja”. Isso me constrangeu assim, pensando: “Qual o amor que eu, que você, nós temos pela igreja do Senhor?” A ponto de preferir sofrer, ou melhor, permanecer sofrendo, porque sofrer, esse coitado já sofria. Permanecer sofrendo por amor à igreja. Por amor à igreja, porque assim, Paulo não tinha nada de se apegar no sentido, né, assim, ah, eu tenho minha esposa, meus filhos, quero ficar mais um pouquinho com ele. Não tinha. A vida de Paulo era Cristo mesmo, era a igreja. Então ele poderia ter dito, né, assim, ter pensado, “não, vou embora porque já chega, já sofri, eu quero estar com Cristo mesmo agora no céu.” Mas ele ainda fica nesse conflito, “olha, eu acho que merece eu ficar mais um pouco por vocês, sofrer mais um pouco pela igreja. Eu me importo com a igreja do Senhor. Eu amo os meus irmãos.” Como é o teu amor? Como é o meu amor pela igreja do Senhor? Como você tem vivido sua vida? Qual é o propósito da sua vida? Qual é o objetivo da sua vida? Tem uma frase do C.S. Lewis que diz assim: “Tudo que não é eterno é eternamente inútil.” Tudo que não é eterno, que a gente tem investido tempo, força, energia, dinheiro, tudo que não for eterno, ele será eternamente inútil.
Vivendo de Modo Digno do Evangelho
Verso 27: “Vivei acima de tudo por modo digno do evangelho de Cristo, para que ou indo ver-vos ou estando ausente, ouça no tocante a vós outros que estais firmes em um só espírito como em uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica. E que em nada estais intimidados pelos adversários, pois o que é para eles prova evidente de perdição é para vós outros de salvação. Da parte de Deus, porque vos foi concedida a graça de padecerdes por Cristo e não somente de crerdes nele. Pois tendes o mesmo combate que vistes em mim e ainda agora ouvis que é o meu.” Querido, você foi chamado, versículo 29, deixa aí, Felipe, por favor. 29: “Você foi chamado não apenas para crer em Cristo, mas também para padecer por ele.” E isso é graça, “porque vos foi concedida a graça de sofrer por Cristo e não somente de crer nele.” Então, se você está padecendo por Cristo, porque muitas vezes nós estamos sofrendo nas nossas lutas diárias e a palavra também fala do que se queixa o homem senão dos seus próprios pecados. Mas se você está sofrendo por Cristo, muito bom, parabéns, vida normal. Vida normal da igreja. Esse grupo é a vida normal da igreja, sofrer, sofrer por Cristo, porque nós fomos chamados não apenas para crer, mas também sofrer por ele. E eu queria encerrar com essa pergunta: por qual causa você tem militado? Eu me pego muito nisso, né? São muitas causas, né, que a gente quer levantar a bandeira e lutar. Justas, né, às vezes sociais, boas, né, mas eternamente inútil. Eternamente inútil. E Paulo, ele militava pela igreja de Cristo e pela expansão do reino de Deus aqui na terra. Você tem militado por isso? Você tem investido suas forças, seus recursos, seu tempo em amar a igreja de Cristo e expandir a igreja de Cristo aqui na Terra? Por qual causa você tem militado? Onde é que você tem investido seus recursos, seu tempo, sua energia? Queria orar para a gente encerrar, pedindo que o Senhor nos ajude a viver de maneira digna do qual fomos chamados. Senhor, não há outra palavra, Senhor, a não ser começar essa oração pedindo perdão ao Senhor, porque como igreja, Senhor, temos falhado tanto naquilo que o Senhor nos chamou para fazer e como temos perdido tempo e nos atrapalhado, Senhor, com as coisas desse mundo, que são boas, que são lícitas, mas que têm competido, Senhor, com o que realmente importa. Nos perdoa, Senhor. Abra os nossos olhos. Nos ajude, Senhor, a enxergar onde temos errado. Nos ajude, Senhor, a amar os nossos irmãos aqui, como Paulo amava ali aquela igreja, Senhor, a ponto de escrever mesmo preso para eles, dizendo que tem orado por eles, tem amado eles, de não se importar, Senhor, com aquilo que ele sofreu na carne, Senhor, porque ele entendia que tudo aquilo estava servindo para a expansão do teu evangelho, Senhor. Glória a Deus que foi por essa atitude de Paulo que o evangelho chegou até aqui, Olinda, e que hoje nós conhecemos o Senhor. Obrigado, Jesus. Obrigado porque o Senhor, para o Senhor não tem barreiras. O Senhor sempre levanta homens, mulheres do Senhor que têm a coragem, Senhor, de seguir adiante, de seguir em frente. Obrigado por esses homens, Senhor, corajosos da palavra que encontramos, Senhor. E nos faça, Senhor, ser assim. Que gerações, Senhor, possam olhar para trás e ver o legado que nós deixamos no Teu reino, na expansão do teu reino, Senhor, em nome de Jesus. Faz isso não só conosco, mas com os nossos filhos, com os nossos netos, Senhor. Que eles sejam proclamadores, Senhor, do teu evangelho, Senhor. Que eles vivam, ó Deus, o teu evangelho e muitos outros possam conhecer o Senhor através da vida deles, através de nossas vidas, no nome de Jesus, Senhor. Amém.
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