É tão importante quanto ver o coração de Deus é ver o nosso próprio coração e Deus tem interesse que conheçamos o nosso coração para que no final, a distância entre o nosso coração e do Dele diminua, assim os interesses de ambos apontem para uma mesma direção. Um dos trabalhos mais difíceis do Espírito Santo é nos levar a andar segundo o coração de Deus.
Quando o homem chega aos cinquenta anos, tem que começar a pensar: “a quem vou passar o bastão”. Já não serve pensar no que está confiado a mim para ser feito. Já não serve pensar naquilo que Deus requereu de mim, mas naquilo que Deus requer que eu repasse aos que estão vindo atrás. Com cinquenta anos, provavelmente já vivemos 2/3 da vida e temos que pensar: “Quem vai assumir aquilo que hoje nos está confiado?”.
Uma Igreja Gloriosa
Comparemos: “E veio um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das sete últimas pragas, e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro; tendo a glória de Deus” Apocalipse 21:9;11a com Efésios 5. Vemos que Paulo, em Efésios, faz uma analogia do relacionamento do marido com sua esposa comparando Jesus com a Igreja, que é sua noiva, o apóstolo diz que o Senhor trabalhou de tal maneira que apresentasse a sua esposa a si mesmo gloriosa, sem mácula, sem ruga, santa e sem defeito.
Você tem esta esperança? Quando olhamos para os últimos dois mil anos de igreja e comparamos com a realidade da igreja hoje, conseguimos desenvolver confiança e esperança de que esta igreja será gloriosa, sem mácula, sem ruga, santa e sem defeito?
Se nos baseamos apenas naquilo que nossos sentidos podem atestar, naquilo que nossos ouvidos ouvem (“Ouvido de pastor ouve muita coisa ruim, mas temos que ouvir”), se formos nos basear no que vimos, vemos e nas situações que são tratadas, é difícil crer que a igreja será sem mácula e sem defeito. Não há muita esperança! Mas Jesus disse que a igreja será assim, então ela será assim! A minha fé não se baseia naquilo que consigo realizar, a fé deve basear-se naquilo que Ele disse que fará. Não sabemos como vai fazer, mas fará!
Habilitando uma geração santa para uma igreja santa
Quando olhamos para os sinais que apontam para a volta do Senhor, devemos pensar: “Qual será a geração desta igreja imaculada?”. Quais as crianças, que quando chegarem à fase adulta, deverão ser sem mácula, sem defeito? E qual é nossa responsabilidade a esse respeito?
Precisamos nos esforçar para habilitar esta geração para estarem aptos para conduzir a outros a serem santos e sem defeito.
As próximas gerações enfrentarão situações amorais, e as crianças precisarão passar pela infância e adolescência e chegarem à fase adulta sem mácula. Passamos por um tempo de tanta imoralidade: a infidelidade é festejada, a rebeldia é cultuada, a irreverencia é idolatrada. Os reverentes, os submissos, os puros são tidos como pessoas ultrapassadas e sem valor.
A responsabilidade está em nossas mãos
Conseguiremos habilitar nossas crianças a enfrentar esta geração?
Está em nossas mãos preparar esta igreja. O que estamos fazendo para isso? Sabemos que está para nos ser confiada uma tarefa gigantesca, ou estamos descansados desfrutando daquilo que Deus nos proporciona pelos nossos líderes?
Alguns anos atrás, ao vermos um casal de jovens se beijando na rua seria um escândalo. Os namoros eram na porta de casa, o rapaz ia falar com os pais e pedir permissão para namorar na porta de casa. Passando mais um tempo, os jovens começaram a se encontrar escondidos para “se agarrarem” atrás de um muro. Hoje em dia em lugares públicos como um shopping, uma garota com aproximadamente 15 anos deixa que um rapaz, alise, lamba, beije na frente de todos e ninguém diz nada, ninguém se incomoda!
Não podemos confundir o que é comum com o que é normal. Há muita coisa comum que não é normal. Estas coisas são comuns, mas não são normais. Nossos olhos se acostumam com estas coisas, e se não aprendermos a manifestar indignação contra estas coisas não estaremos prontos para conduzir as crianças a serem santas.
Um mundo pior que Sodoma e Gomorra
Deus é tão puro de olhos que não pode ver o mal e a iniquidade não pode contemplar, um exemplo disto foi Sodoma e Gomorra, Ele destruiu porque ele tinha nojo daquela sensualidade explícita.
Nossos netos não vão ver situação melhor que Sodoma e Gomorra. Era impensável ver em revistas ou na televisão a imagem de duas mulheres ou dois homens se beijando, mas hoje vemos em todos os lugares e ninguém se importa e isso acontece para que nos acostumemos.
Precisamos aprender a denunciar as obras das trevas, onde Jesus disse: “o mundo não vos odeia, mas odeia a mim porque eu denuncio suas obras que são más”. Nós não queremos ser odiados pelo mundo, mas Deus nos leva a uma encruzilhada sem opção: escolher entre ser amado pelo mundo ou odiado pelo mundo. Ser odiado pelo mundo é sinônimo de ser amado por Deus e ser amado por Deus significa cumprir as ordem de Deus e imitá-lo.
A quem passaremos a responsabilidade?
Estando na Argentina em 2004 e conversando com Ivan Baker, o qual estava já velho e sofria com a idade (no ano seguinte eu iria para a África), e agradecendo a ele disse: “Se você não tivesse feito o que fez, dificilmente Deus faria o que fez em nossas vidas. Você nos abriu uma estrada e nos confiou a tarefa de mantê-la aberta e não permitir que o mato tome conta”. E além disso temos que levar adiante e abrir mais um trecho para que as próximas gerações não tenha o trabalho de reabrir os caminhos.”
Precisamos agir para que as próximas gerações não precisem redescobrir princípios como: O Propósito Eterno, o Evangelho do Reino, Juntas e Ligamentos, igreja nas casas, autoridade delegada, andar na luz, etc.. Princípios simples que garantem que a igreja caminhe rumo ao alvo que Deus estabeleceu.
Não temos o direito de negligenciar estas coisas, mas a quem vamos confiar essa responsabilidade quando chegar a nossa vez de partirmos para junto do Senhor?
Como uma corrida de revezamento
Vejo como um bom exemplo disto a corrida de revezamento. Como é o comportamento da pessoa que vai receber o bastão? Estão parados? Não, eles precisam estar correndo para que o que vai lhe passar o bastão repasse de maneira que eles não percam tempo. O atleta que irá passar o bastão está em seu último fôlego, e quem vai receber deve estar em velocidade.
Pergunta: Quem entre nós está correndo na nossa frente ou quem está apenas assistindo a corrida?
Há coisas que Deus projetou para que as próximas gerações assumam e que exigirão que a geração atual tenha como papel o de educar e qualificar.
É nossa responsabilidade livrar as próximas gerações das coisas deste mundo.
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