Recordando: Reino de Deus = Governo de Deus
a) Sobre a criação (natureza): “Todas as coisas foram criadas por Ele e sem Ele nada do que foi feito se fez” (João 1.3). Pássaros, árvores, répteis, peixes, grandes felinos, mamíferos, flores, planetas, galáxias, terra, moléculas, são todos governados de maneira natural. Sendo o que são, fazendo o que fazem, estão obedecendo ao governo de Deus. Essa parte da criação não tem a capacidade de fazer de forma diferente, não têm escolhas.
b) Sobre o homem: O homem e a mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1.26)
O que isso quer dizer? Uma grande diferença em relação a todo o restante da criação! Ao ser criado à imagem e semelhança de Deus o homem recebeu espírito, vontade, emoções, inteligência e personalidade, características que as outras criaturas não possuem. Tudo isso quer dizer que o homem pode fazer escolhas.
Você acha que uma baleia pode escolher andar? Ou um passarinho pode decidir viver debaixo d’água? O homem (que não foi criado para o mar nem para o espaço) pode, no entanto, viver vários meses sob as águas (dentro de submarinos nucleares) ou no espaço (dentro da estação orbital).
Então, o governo de Deus sobre o homem não é automático, depende da escolha e concordância do homem; é, portanto, um governo permitido, um governo com consentimento!
Como isso ocorre? Não é difícil entender: Deus comunica a sua vontade ao homem através da sua palavra e do Espírito Santo. O homem, então, torna-se responsável por obedecer ou não à vontade de Deus. Se obedece, o Reino de Deus (governo de Deus), está presente em sua vida. Se escolhe não obedecer, não há Reino de Deus (governo de Deus) em sua vida. A obediência ou a desobediência do homem são atitudes conscientes, atitudes onde a inteligência que lhe foi dada participa ativamente, atitudes em que ele exercita a sua capacidade de fazer escolhas.
Como era no princípio?
Deus criou o homem e a mulher e comunicou a eles a sua vontade com bastante clareza. Por exemplo:
a) “E Deus os abençoou e lhes disse: ‘Sede fecundos e multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a” (Gênesis 1.28). É uma ordem clara?
b) O homem também devia lavrar a terra e cuidar dela: “Tomou pois o Senhor ao homem e o colocou no jardim do Édem para o cultivar e guardar” (Gênesis 2.15). Alguma dúvida?
c) Especificou qual deveria ser sua alimentação: “E disse Deus ainda: eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que dê semente; isso vos será para mantimento” (Gênesis1.29). É difícil entender isso?
d) Autorizou-o a ter vida sexual com sua esposa: “… sede fecundos, multiplicai-vos…” (Gênesis 1.28); “Por isso deixa o homem o seu pai e a sua mãe e se une a sua mulher, tornando-se os dois uma só carne” (Gênesis 2.24)
e) Estabeleceu limites para seu comportamento: “E o Senhor lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2.16,17). Alguma dificuldade de interpretação? O que o homem podia comer? O que ele não deveria, jamais, comer? O que aconteceria com sua vida se ele comesse?
Enquanto o home e a mulher aceitaram (escolheram) o governo de Deus sobre suas vidas tudo estava em harmonia, tudo era bom e saudável:
- O homem conseguiu mesmo: paz, alegria interior permanente;
- O homem com seu próximo (esposa): harmonia, cumplicidade, amizade fraterna, amor;
- O homem com a natureza: zelo, cuidado;
- O homem com Deus: comunhão, proximidade, intimidade, bênção, vida;
O que aconteceu?
A maioria de vocês já sabe: ao invés de crer e confiar em Deus e no Seu governo, Adão e Eva deram ouvidos à serpente (o próprio satanás disfarçado de serpente). Mas eles tinham recebido ordens de Deus de dominar sobre esse tipo de animal: “… domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra” (Gênesis 1.26). Ao invés de exercerem a autoridade que receberam de Deus e mandar aquele animal se calar e ir embora, ouviram seu discurso, sua proposta indecente, a qual pode ser compreendida da seguinte maneira:
“Deixem de ser tolos! Esqueçam essa história de obedecer a Deus, Ele está escondendo de vocês algo muito bom, que eu conheço e vocês não. Vejam, na verdade vocês não precisam de Deus, podem ter uma vida muito melhor se comerem daquele fruto: vocês vão ser iguais a Deus! Já pensaram? Iguais a Ele, vocês vão conhecer o bem e o mal, o que acham? E então, por que estão se demorando? Vão lá e comam o fruto!”
E eles comeram! Rebelaram-se contra uma ordem clara de Deus… e eles pecaram!
Essencialmente o pecado é isso: rebelião contra Deus! Fazer a minha vontade, fazer o que “me dá na cabeça”, o que quero, o que parece melhor para mim, deixando de lado a autoridade de Deus, a vontade de Deus, o governo de Deus, o Reino de Deus. Nesse ponto é importante meditar nas seguintes perguntas:
- Quando escolheu fazer a sua própria vontade e não a de Deus, a vida do homem melhorou ou piorou?
- O que aconteceu com Adão e Eva após terem pecado foi um castigo de Deus, ou não?
Definitivamente, não foi um castigo de Deus! Deus havia dito “… certamente morrerás” e não “… certamente te matarei”. São duas afirmações bem diferentes. Não! O que ocorreu com eles foi a conseqüência de sua própria escolha. A partir dessa escolha o pecado entrou neles, destruindo o que Deus tinha criado, deformando o homem e a mulher de tal maneira que eles perderam a imagem de Deus, não compartilhavam mais da mesma natureza! Ao escolherem dar ouvidos à serpente (satanás) e seguir o caminho sugerido por ela o homem e sua mulher se tornaram escravos do pecado, escravos de satanás… morreram!
“Portanto, assim como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram” (Romanos 5.12)
“Não há um justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.” (Romanos 3.10-12)
Da mesma maneira que Adão e Eva, todos os homens e mulheres estão em pecado diante de Deus:
a) Pela herança do pecado (Romanos 5.12);
b) Por suas próprias atitudes de rebelião e desobediência à vontade de Deus: cada um vive como quer, cada um faz a sua própria vontade.
Isso trouxe alguma conseqüência? Claro que sim! Lembram da harmonia que havia na obediência de Adão e sua esposa a Deus? Não existe mais!
- O homem consigo mesmo: temores, ansiedades, depressões, enfermidades;
- O homem com seu semelhante: orgulho, inveja, disputas, ódios, rancores, gritarias, guerras, crimes, mentiras, inimizades, divórcios;
- O homem com a natureza: poluição, aquecimento global, extinção de espécies, inundações
- O homem com Deus: distância, falta de comunhão, desconhecimento de Deus, maldição, morte
O domínio e a presença do pecado estão operando tudo isso. Cada uma dessas coisas é um sintoma de morte, a morte que Deus avisou que aconteceria. Observemos o que o Espírito Santo nos fala por meio da carta de Paulo aos Efésios:
“Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso (caminho) desse mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência… fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (Efésios 2.1-3)
Um espírito muito poderoso controla o homem natural, sugerindo, incentivando e favorecendo um estilo de vida de desobediência e confrontamento em relação a Deus. A alguns, esse espírito oprime de tal forma que os leva às tentativas de fuga por meio do álcool, das drogas, do suicídio. A outros conduz a todo tipo de idolatria, seja ao dinheiro, a si mesmo, à fama, à força, ao sexo, a outros homens, a demônios.
Esse é um gravíssimo problema de natureza espiritual. E o homem não tem em si mesmo nenhum recurso para remediar essa situação!
“Pois todos pecaram e estão destituídos (afastados) da glória (presença) de Deus, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção (liberdade obtida pelo pagamento de um preço) que há em Jesus Cristo” (Romanos 3.23)
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