Serviço especial da igreja: Oração

Na igreja há muitos serviços, que estamos acostumados a chamar de ministérios. Um dos serviços, sem o qual a igreja não poderia ser a igreja de Jesus, é o serviço da oração.

Como poderíamos ser igreja sem oração, se o Senhor da igreja orou sem cessar (Mateus 14.23; 15.36; 26.36,39; Marcos 6.46; 14.32-36; Lucas 3.21; 5.16; 6.12; 9.28; 11.1; João 14.16; 17.1-37)? Ele muito ensinou sobre a oração e orou muito. Como pode sua igreja agir diferente dele? Como disse um querido irmão anos atrás: “Na igreja, muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder”.

A igreja, por assim dizer, marcha a batalha ajoelhada, pois “as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus” (2 Coríntios 10.4). Às vezes, confiamos em métodos, sistemas, ordenanças e controle. Mas tudo isso se presta muito ao esforço carnal e humano. Quanto mais oramos, porém, mais caem os propósitos de Satanás e mais se realizam os propósitos de Deus, mais agradamos ao nosso Pai celestial e mais abrimos as portas para sua interferência e bênção! Aleluia!

Devemos observar alguns pontos quanto à oração:

1. A oração é trabalho muito especial e importante da igreja.

Jesus chegou a afirmar: “Em verdade vos digo que tudo que ligardes sobre a terra estará ligado no céu e tudo que desligardes sobre a terra estará desligado no céu” (Mateus 18.18 – trad. direta do original). Que fato grande e extraordinário Ele diz sobre o ministério da oração da igreja! Watchman Nee, comentando esse pronunciamento de Jesus, afirma: “pela oração, a igreja governa o céu, pois ela recebe do próprio Deus a autoridade para isso”. E, conseqüentemente, muda as coisas na terra!

2. Deus quer que “demandemos” dele as coisas que Ele próprio quer que recebamos.

“Assim diz o Senhor Deus; ainda nisto permitirei que seja eu solicitado pela casa de Israel, que lhe multiplique eu os homens como rebanho” (Ezequiel 36.37). O profeta está dizendo que Deus tem esse propósito de aumentar a casa de Israel. Por que Ele simplesmente não a aumenta? Porque Ele quer que seu povo se submeta à sua vontade e participe e ordene a realização de sua vontade. Sempre será assim. Deus quer a participação de seu povo, de sua igreja, na realização de tudo que está em seu coração.

3. Deus deseja que haja uma vontade harmoniosa entre Ele e nós.

Que bênção! O próprio Criador querendo harmonia de vontade com as suas criaturas! Quando oramos, exercitamo-nos em colocar nossa vontade em harmonia com a dele. Nossa oração não é para discordar dele, mas, sim, para nos colocar dócil, suave e humildemente à sua disposição, em acordo com Ele! Quanto pode a oração humilde na presença de nosso Deus! A igreja não pode colocar-se numa posição em que ela seja apenas uma reunião. Não. Somos pessoas redimidas pelo precioso sangue de Jesus, regeneradas pelo Espírito Santo e que se colocam alegremente na sua presença, permanecendo na terra para testemunho da vontade do Pai. Isto é o centro da oração.

4. A oração que Jesus ensina é a oração compartilhada.

“Em verdade também vos digo que, se dois dentre vós, sobre a terra, concordarem a respeito de qualquer coisa que, porventura, pedirem, ser-lhe-á concedida por meu Pai que está nos céus” (Mateus 18.19). Jesus nos ensina, assim, que a oração com outros nos livra de egoísmo, de pedidos inconvenientes, de interesses demasiadamente pessoais. Para tal pedido “a dois” é necessário que as pessoas que oram estejam dirigidas pelo Espírito Santo, não apenas que sejam religiosas ou bem intencionadas.

5. A oração descrita no item anterior é aquela que pode contar com a presença do Senhor.

“Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mateus 18.20). Impossível ser mais interessado em nós do que Jesus o é! Que preciosa garantia: a sua presença! Não só está em nós pelo Espírito Santo “que nos foi outorgado” (Romanos 5.5), mas Jesus se manifesta pessoalmente no meio do encontro de oração dos seus discípulos! É a presença dele e sua intercessão por nós (Romanos 8.34) que dá graça, efetividade e poder à nossa oração! Aleluia!

6. A oração muda as coisas em relação a Deus, em relação a nós e em relação ao diabo.

a) Em relação a Deus – O Senhor Jesus diz: “E tudo quanto pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” (João 14.13). Conhecer o nome do Senhor é uma revelação, não uma doutrina apenas. Que maravilha que o Pai nos deu o nome de Jesus para, nele, orarmos. Quão poderoso é o nome de Jesus diante de Deus. Orar em nome de Jesus é dizer: “Pai, sou indigno e inútil em mim mesmo, nada mereço receber de ti, mas venho a ti no nome santo de Jesus. Não no meu próprio nome”. Os méritos são dele, o poder é dele, o crédito diante de Deus Ele o obteve na cruz. Aleluia! O Pai é glorificado quando oramos em nome de Jesus, pois assim damos crédito à obra que Ele realizou no e através de seu bendito Filho.

b) Em relação a nós – Paulo descreve nossa situação assim: “Tais fostes alguns de vós, mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Coríntios 6.11). Tudo que é maravilhoso aconteceu com a gente por causa do precioso nome de Jesus. Não se trata do som do nome, das consoantes e vogais proferidas, mas pelo que este bendito nome significa para o Pai e, agora, também significa para nós. Que mudança este Nome operou em nós. A substância deste nome é a Pessoa de Jesus. Aleluia!

c) Em relação ao diabo – O Senhor Jesus disse: “em meu nome expelirão demônios” (Marcos 16.17). Há grande poder no nome de Jesus! “Em nome de Jesus” não é apenas uma frase de exorcismo, nem uma palavra chavão da igreja. É a declaração, cheia de fé, a respeito de seu poder, da graça e da vitória de sua pessoa! Ao voltarem de sua missão os setenta discípulos que Jesus enviara disseram-lhe: “Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!”. Jesus respondeu-lhes: “Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago” (Lucas 10.17). A oração expressa nossa confiança na vitória de Jesus sobre Satanás e todos os poderes das trevas. Ele alterou as coisas na terra por seu senhorio sobre todo o mal. Ensinou-nos a orar: “livra-nos do maligno” (Mateus 6.13). E é parte do serviço da igreja, pela oração, exercitar-se no poder do nome de Jesus.

7. Por fim, devemos lembrar sempre de duas coisas importantíssimas que a palavra de Deus diz sobre a oração.

a) que “não sabemos orar como convém”. Isto quer dizer que repetir palavras bonitas, bem intencionadas, corretas, adequadas, não nos faz orar “como convém”. É necessária uma graça, uma sabedoria que não residem em nossa carne, mas

b) Deus, pelo seu Espírito Santo, “intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis…” (Romanos 8.26). A oração é tão vital, tão fundamental (como conversa com Deus em sua própria linguagem, entendimento e vontade) que Deus, conhecendo a nossa fraqueza, nos assiste para que a nossa oração seja efetiva, o que, sem Ele, não o conseguiríamos.

Irmãos, quão importante, decisiva, e até maravilhosa é a oração da igreja! Por isto é que o Senhor Deus interfere nela com a intercessão do Espírito, e a faz perfeitamente aceitável a Ele e completa em seus efeitos. Quão admirável é o nosso Pai em seu amor para conosco! Quão desejável é sua intercessão em e por nós. Ele ora conosco, ora em nós, ora por nós. Aleluia! Deus é Pai de oração! Sejamos filhos de oração. É assim que a igreja serve no reino de Deus, além das outras formas de serviço. É ajoelhada, sim, que a igreja marcha!

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