Isto é o que nos salva, a redenção que Cristo efetuou na cruz. Sua morte tornou possível nossa morte; sua ressurreição, a nossa ressurreição.
Como posso apropriar-me de tudo o que Cristo realizou em meu favor?
Nestes últimos domingos, temos recebido da parte do Senhor uma série de palavras acerca do Reino de Deus, todas extraídas da apostila Porta, Caminho e Meta – Iniciando a Vida Cristã. Hoje estudaremos mais um tópico, e este é sobre o Batismo nas Águas. Na manhã de hoje introduziremos o assunto, que deverá ser encerrado no próximo domingo.
O que é o Batismo?
A palavra batizar quer dizer submergir, mergulhar; por isso, no Novo Testamento os convertidos eram batizados na água por imersão (ver At 8:36-38). O batismo é o ato pelo qual mediante a fé nos unimos a Cristo para sepultar em sua morte nossa velha vida, e começar pelo poder de sua ressurreição uma nova vida (ver Cl 2:12).
A água tem um duplo sentido: destruição (morte) e salvação (vida). Assim como os pecadores do tempo de Noé foram destruídos pela água do dilúvio, e pela mesma água Noé e seus familiares foram salvos na arca, do mesmo modo nosso velho homem egoísta, soberbo é submergido no batismo para morrer a morte de Cristo. Logo nascemos pela ressurreição de Cristo para uma nova vida (ver 1 Pe 3:20-21).
Jorge Himitian falando sobre o batismo diz que: “(…) o batismo é o ato concreto, por meio do qual Deus estabeleceu, para que o homem que vive no reino das trevas possa morrer e ressuscitar (ou nascer de novo) e entrar no reino de Deus, reconhecendo a Cristo como Rei e Senhor de sua vida”. Vejamos:
O que deve fazer uma pessoa que está no reino das trevas e deseja entrar no reino da luz? Como pode sair de um reino e entrar no outro? Paulo assevera: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor” (Colossenses 1:13). Como pode o homem ser libertado das trevas e trasladado para a luz, já que o mundo das trevas é um reino fundado sobre o poder de satanás, que tem as pessoas aprisionadas? Não é fácil safar-se deste reino. Como pode alguém livrar-se destas cadeias para trasladar-se ao reino da luz? A única maneira de livrar-se de uma cidadania, da potestade que um reino ou um país exerce sobre a vida da pessoa é justamente através da morte. Isto acontece, igualmente, no mundo espiritual.
A única maneira de livrar-se do poder das trevas é a morte. Não há outra maneira de sair deste reino. Não é uma questão de mudança geográfica, porque o reino está dentro de nós mesmos. Jesus respondeu a Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo que, se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3). Aquele que não nasce, não pode entrar no reino. Esta é a porta de entrada no reino, o novo nascimento. O caminho para saída do reino das trevas é a morte; o caminho para a entrada no reino de Deus é o novo nascimento.
Nicodemos perguntou: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” (João 3:4). A Bíblia tem a resposta. Há uma única maneira de morrer para as trevas. É por meio da morte de Cristo. Paulo diz “que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos” (Romanos 6:6). E ainda: “Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo…” (v. 4). Assim, a maneira como alguém pode experimentar esta morte é mediante o batismo. O batismo é o ato concreto, por meio do qual Deus estabeleceu, para que o homem que vive no reino das trevas possa morrer e ressuscitar (ou nascer de novo) e entrar no reino de Deus, reconhecendo a Cristo como Rei e Senhor de sua vida.
Quando batizar?
O Batismo é outro passo que está associado à porta, logo após o arrependimento. Não é para depois de algum tempo de vida cristã. Lamentavelmente, assim como o arrependimento, o ensino sobre o batismo e seu verdadeiro significado está carregado de conceitos humanos que retiraram dele a sua tremenda importância e o rebaixaram a um plano inferior.
Ao ministrar sobre o batismo, tenho observado duas grandes confusões:
- A primeira diz respeito ao batismo de crianças. Ora se um dos requisitos para ser batizado é o arrependimento e fé, como veremos mais adiante, como podemos verificar estes itens em crianças recém-nascidas para batizá-las? Além do mais, o batismo é um exercício de vontade, é um ato de livre arbítrio e não da vontade dos outros. E também é certo que não existe nenhum caso de batismo de criança na Bíblia.
- O segundo diz respeito a crença de que o batismo é assumir um compromisso com uma ‘igreja”, denominação ou agremiação. Onde, num primeiro passo, eu estaria assumindo um compromisso com Cristo, e este seria obrigatório (este seria o passo da conversão), e num segundo passo, eu estaria assumindo um compromisso com a instituição religiosa, e esta seria optativa (seria o batismo).
Mas o batismo é mais do que isso? Afirmamos que sim. O batismo está revestido de sentido e de realidade espiritual. Isso é o que afirma Jesus e os apóstolos. Vejamos passo a passo o que as escrituras nos ensinam:
a. O Batismo é ordem de Jesus
Depois de sua morte e ressurreição e antes de ascender aos céus, Jesus deu uma ordem universal a seus discípulos, dizendo:
- Mt 28:18-20 – “E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.”
- Mc 16:15-16 – “E disse-lhes: Ide por todo mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.”
No texto de Mateus, Jesus colocou o batismo no início da vida com ele. Primeiro, batizar e depois, ensinar a guardar as coisas que ele ordenou. Não diz que é para primeiro ensinar e depois batizar. O texto de Marcos é mais forte, e é muito mais claro. “Quem crer e for batizado será salvo”. A igreja vive como se Jesus tivesse dito: “Quem crer e for salvo será batizado”.
Que autoridade temos para trocar as palavras do Senhor? Por que a maior parte da igreja crê que o batismo não é importante para a salvação? Se o batismo fosse apenas o que a igreja tem ensinado, Jesus nunca teria dito o que disse. Será que ele estava entusiasmado e exagerou um pouco? Sabemos que não. Portanto, vamos devolver-lhe a autoridade.
Vemos que o batismo é ordem de Jesus, seu mandamento. E não uma opinião ou conselho. Não é algo relativo, do qual devo decidir se é interessante para mim ou não. É uma ordem, e como toda ordem, esta também requer obediência.
b. O Batismo foi a prática dos apóstolos
Os apóstolos, desde o dia de Pentecostes, começaram a pregar o evangelho e ensinar aos que criam a batizar-se como ato e sinal de conversão. Em todo livro de Atos dos Apóstolos nós encontramos nove casos de batismo. Analisando todos esses casos, nós podemos perceber um fato muito significativo. Em todos os casos o batismo foi IMEDIATAMENTE APÓS RECEBEREM A PALAVRA. Os apóstolos não esperavam nem sequer um dia. Há alguns casos que são até estranhos. Vamos vê-los:
- No pentecoste (At 2:38,41): batizaram quase três mil em um só dia. Por que não foram batizando aos poucos? Por que não procuraram primeiro conhecer toda aquela gente? (havia muitos que eram de outras cidades).
- Os samaritanos (At 8:12): O único requisito era dar crédito à palavra do reino e ao nome de Jesus. Não era necessário passar por provas nem necessitavam meses de estudos bíblicos.
- O etíope eunuco (At 8:36-38): Era um gentio. Filipe nem o conhecia. Talvez por isso havia uma pergunta: “Há algo que impede que eu seja batizado?” A resposta foi: “É lícito, se crês de todo o coração”. Novamente não necessitava de uma escolinha para batismo.
- Paulo (At 9:17,18 ; 22:13-16): Foi o caso que mais demorou (três dias). Mas isso porque ele estava isolado e cego. Não havia quem o batizasse. Ainda assim, quando Ananias foi até ele, perguntou: Por que te demoras?
- Cornélio e a família (At 10:44-48): Aqui eram muitos gentios que Pedro não conhecia, mas ele mandou batizá-los imediatamente, mesmo sabendo que os judeus em Jerusalém iriam estranhar e questionar (ver cap. 11).
- Lídia e a família (At 16:13-15): Novamente um batismo imediato. E era uma mulher gentia.
- O carcereiro e a família (At 16:30-34): Esse é o caso mais interessante. Tudo começou por volta da meia-noite quando se sucederam uma série de acontecimentos. Depois, Paulo e Silas pregaram para toda a família do carcereiro e a seguir, foi ele lavar os vergões dos açoites de Paulo e Silas. E, então foram batizados naquela mesma noite. Mas era madrugada! Para quê tanta pressa? Paulo não podia nem mesmo esperar amanhecer? O que os apóstolos viam de tão importante no batismo para serem tão apressados em batizar? Certamente que para eles não era apenas um símbolo. Tão pouco era um testemunho público de fé (em vários casos não havia público nenhum). Mas que era então?
- Crispo e outros (At 18:8): Novamente, a única condição para ser batizado era receber a palavra (criam e eram batizados). Apesar de que aqui não fala que eram batizados no mesmo dia, também não fala o contrário. Certamente que os apóstolos tinham uma só prática.
- Os doze efésios (At 19:4,5): Logo que foram ensinados sobre Jesus, foram batizados.
Vimos então que a prática dos apóstolos era muito diferente do que a igreja pratica hoje. Para eles, o batismo era tão importante, tão fundamental e indispensável que, quando alguém recebia a palavra, era batizado imediatamente, não importando quem fosse, nem que horas eram.
Batismo é o primeiro sinal de submissão
Na semana passada, Paulinho nos ministrou acerca da submissão. Entre tantas verdades, ele nos disse que a marca característica do ímpio é a rebeldia e que a marca característica do discípulo é a submissão. E que a submissão era a marca característica de Jesus. Ouvimos também que a submissão é muito abstrata, e que por isto Deus produziu um elemento para aferir a submissão, que é a obediência. A obediência é a materialização da submissão.
Tendo isto em mente, gostaria de ir para o livro de Atos. No livro de Atos, temos 2 relatos que julgo ser interessantes: o primeiro é a marcante descida do Espírito Santo no dia do Pentecostes (At 2.37-38) e o segundo é o do carcereiro de Filipos (At 16.25-33). Em ambos os casos, nos versículos de At 16.30 e 2.37, há a seguinte pergunta:
– O que é que eu faço para ser salvo?
Em At 2.38 temos a resposta de Pedro, ele indica a submissão efetiva a duas ordens para se receber a promessa do Espírito Santo, além de indicar um motivo para o batismo nas águas: “Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus para perdão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”.
O batismo na águas é a primeira ordem a ser obedecida após o arrependimento. É o sinal que Cristo estabeleceu para que se comprove que agora quem manda na vida do discípulo é o próprio Senhor Jesus Cristo. Quem a desobedece, mostra que é insubmisso e que de fato não se arrependeu.
O que é arrependimento? É a mudança de atitude interior, é deixar de fazer a minha vontade para fazer a vontade de Deus. Como uma pessoa que diz que está arrependida, que agora quem manda na sua vida é Cristo, se recusa a obedecer a primeira ordem que Cristo lhe dá que é o batismo? Então, se alguém se recusa a ser batizado é porque é um insubmisso, não se arrependeu de fato, não se converteu de fato, e ainda continua em seus pecados e na antiga vida.
Vivemos uma sociedade hoje onde nem tudo é real. Existe agora o mundo virtual. E eu quero afirmar: Não existe arrependimento virtual. Não existe arrependimento denorex (aquece que parece mas não é). Como Jorge Himitian diz: Ou somos discípulos ou não somos nada.
Queridos, não nos enganemos: a marca característica do discípulo é a submissão. Todo discípulo é submisso. Então ao encontrar alguém que rejeita o batismo, estamos diante de alguém que não é de Cristo, que não é discípulo, por mais dura que seja esta palavra!
Em seu livro, Jesus Cristo é o Senhor, Jorge Himitian cita o seguinte:
Jesus Cristo é Senhor da minha vontade
A igreja verdadeira é aquela na qual cada um dos membros demonstra, em seus comportamentos e atitudes, que Jesus Cristo é o Senhor da sua vontade. Na mensagem de Atos 2:38, Pedro diz àqueles homens e mulheres que se não houvesse arrependimento e batismo, não haveria ingresso no reino de Deus. Qual foi a resposta daquelas pessoas? O versículo 41 diz que eles aceitaram a palavra e foram batizados. Ou seja, receberam uma ordem e obedeceram-na. Reconheceram a autoridade de Cristo por intermédio de Pedro.
Podemos asseverar que ali nasceu a igreja como comunidade. A igreja verdadeira, formada por aqueles que podiam dizer de todo o coração: “Jesus Cristo é o Senhor de minha vontade.” Três mil vontades dobraram-se naquele instante ante a vontade de Jesus Cristo. Três mil vontades foram rompidas, quebradas e rendem-se a Cristo. “Que faremos, irmãos?” Houve arrependimento, uma mudança total de atitude. Diante da ordem: “Arrependei-vos e cada um vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados…” – só havia uma atitude: obediência.
Se a igreja é um corpo, quantas vontades podem existir num corpo? Apenas a de Cristo, porque Ele é o Senhor. Nossa vontade foi sepultada no batismo. Morremos nas águas e emergimos como novas criaturas, que dizem: “Na minha vida já não sou eu quem mando, senão Cristo.” Agora não atuamos mais de forma independente. Quando Cristo torna-se Senhor de nossas vidas, subsiste apenas uma maneira de viver. Limitamo-nos a fazer a vontade de Deus; a fazer o que Ele ordenou. Que faço: digo a verdade ou minto? Não temos opção! Não podemos mentir, porque já está decidido. Jesus decidiu por nós. Não existe mais de uma alternativa.
Ninguém nos obriga à conversão. A porta está aberta. Podemos optar por pertencer ao reino das trevas, caso queiramos. Porém, não podemos pertencer ao reino de Deus e vivermos de acordo com a nossa vontade. Já não mandamos em nossas vidas. Há somente uma vontade que rege. Ainda que nos ameacem de morte, ainda que nos destituam de todos os bens, ainda que nos persigam e nos ridicularizem, temos que fazer a vontade de Cristo. Palavra dura, não? Quem a pode suportar? “…O reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam apoderam-se dele” (Mateus 11:12). Não há lugar para covardes no reino.
Quando Cristo é o Senhor, há somente uma maneira de viver: à plena luz e fazendo a sua vontade a cada passo. Se quisermos pertencer à igreja de Cristo, nossa vontade deve estar completamente rendida. Os cristãos primitivos tinham essa atitude: preferiam obedecer à vontade de Deus e morrer, caso fosse necessário, que desobedecê-lo e seguir vivendo. Que atitude! Obedecer a Deus, ainda que nos custe a vida!
Os requisitos para ser batizado
Segundo as passagens já consideradas de Mc 16:16, At 2:38 e 22:16, vemos que mediante a fé, o arrependimento e o batismo, recebemos o perdão dos pecados e a salvação, em virtude do sacrifício de Cristo e sua ressurreição. Para que o batismo tenha significado e valor, é requisito indispensável que o que se batiza tenha fé em Jesus Cristo e se arrependa. Vejamos:
a) A fé antecede o batismo, At 8.36-38
“Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.”
Com relação à fé, teríamos que responder as seguintes perguntas:
- Crês que Jesus Cristo é o Filho de Deus?
- Crês que Ele morreu por seus pecados?
b) O arrependimento antecede ao batismo, ver At 2:38
Com relação ao arrependimento, deveríamos responder às seguintes perguntas:
- Tenho mudado de atitude?
- Crês que Deus o ressuscitou dentre os mortos?
- Confessas e reconheces a Jesus Cristo como Senhor?
- Estou disposto a sujeitar-me e a obedecer a Cristo em tudo?
- Renuncio a Satanás e aos pecados e aceito o governo de Deus em minha vida?
- Tenho colocado a Deus antes de meu pai, mãe, esposa, filhos, irmãos, e ainda antes que minha própria vida?
- Reconheço a Cristo como dono de minha vida e de todos os meus bens?
- Estou disposto a seguir Jesus e ser um verdadeiro discípulo até o fim?
Prática da Igreja em Salvador-BA
Em 04/10/1998, Marcos Moraes, um dos presbíteros de Salvador-BA, esteve em um encontro aqui em Recife e em sua mensagem, nos falou de algumas perguntas que deveriam ser feitas antes de batizarmos alguém, estas perguntas preparariam o novo-convertido para a vida de corpo:
- Você está entendendo que, devido a independência, todas as áreas da sua vida estão afetadas?
- Você está entendendo que Deus vai entrar em toda a tua vida e por o dedo em todas as áreas?
- E quem você pensa que é o dedo de Deus? R. A igreja, instrumento de Deus.
Conclusão
Para concluir, vejamos um último texto do Jorge Himitian:
O batismo
Contudo, é necessário esclarecer que o batismo em si não tem nenhum poder para salvar. Não tem nenhuma virtude, nenhuma eficácia em si mesmo. Alguém pode ser batizado e continuar vivendo no reino das trevas. O que é que dá valor ao batismo? Pode acaso a água matar uma velha vida? Seria ridículo afirmá-lo. O que dá valor ao batismo é a realidade da redenção.
Cristo veio ao mundo para nos salvar. Identificando-se conosco, foi feito pecado pelos nossos pecados. Tomou nossa carne sobre si e morreu na cruz. Morreu por nós, e, se um morreu por todos, logo todos morreram (2 Coríntios 5:14). É a redenção que Cristo efetuou na cruz, o que torna possível nossa redenção e salvação. Cristo não apenas morreu, foi sepultado, e ao terceiro dia ressuscitou triunfante de entre os mortos. Esta é a redenção que Cristo operou: morte, sepultura e ressurreição.
Isto é o que nos salva, a redenção que Cristo efetuou na cruz. Sua morte tornou possível nossa morte; sua ressurreição, a nossa ressurreição.
Como posso apropriar-me de tudo o que Cristo realizou em meu favor? Por intermédio do batismo, porque sobre o batismo está a realidade da redenção. Quando o homem crê e é batizado no nome do Senhor, ali morre com Cristo e ressuscita com Ele para uma nova vida.
Jesus ordenou que batizássemos. Disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Marcos 16:15,16). Se alguém é batizado sem que seu ato esteja acompanhado de um arrependimento genuíno, da conversão interior de seu coração e sem a fé em Cristo como seu Senhor, o batismo é um ato inútil. Sairá apenas molhado da água. Se a pessoa crê e arrepende-se, tem que ser batizada. O batismo está unido à conversão – é a concretização da conversão. Não apenas Cristo ensinou esta verdade, mas também foi esta a prática da igreja primitiva. (…)
Todos estes exemplos (que dizem respeito à ordem de Jesus e à prática dos apóstolos) ressaltam a seguinte verdade bíblica: para que alguém deixe de pertencer ao reino das trevas, deve morrer; para que entre no reino de Deus, deve nascer de novo. E a maneira que Deus estabeleceu para que isto possa realizar-se é justamente através do batismo – do batismo precedido de verdadeiro arrependimento e fé em Jesus Cristo.
Dentro do contexto evangélico tradicional, qual é a necessidade do batismo? Temos asseverado que é um testemunho público de fé; um testemunho de que realmente alguém pertence a Cristo. Não há, em qualquer parte da Bíblia, um texto sequer que afirme ser o batismo um simples testemunho público da fé em Cristo. Por um lado, não é a presença de um público que dá validez ao batismo. De acordo com os ensinamentos da Bíblia, este não é um ato cujo propósito é o testemunho. Nem necessariamente tem que ser público. Que público havia quando Filipe batizou o eunuco? Que público havia quando Ananias batizou Paulo? Que público havia quando Paulo batizou o carcereiro e todo os seus? O batismo independe do público.
Na concepção tradicional de diversas denominações evangélicas, o batismo também é um símbolo. Apenas uma cerimônia. Porém, a Bíblia estabeleceu o batismo como um ato funcional, real, espiritual, eivado de significação, através do qual a pessoa passa, de uma maneira concreta, das trevas para o reino de Deus. De acordo com Paulo: “fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida” (Romanos 6:4). Assim, a Bíblia não ensina que o batismo seja um mero símbolo; não ensina que o batismo não salve, não perdoe, não limpe os pecados, como críamos antes. Ensina a Palavra de Deus, que este é o ato de entrega total a Jesus Cristo. Ao descermos nas águas, somos sepultados com Ele para a morte e levantados para uma nova vida pelo poder de sua ressurreição. E tudo isto, por meio da fé. Não sou batizado meramente na água; sou batizado (submerso) em Cristo. Morro a sua morte e nasço por sua ressurreição.
Fontes:
Apostila Porta, Caminho e Meta – Iniciando a Vida Cristã, Igreja em Buenos Aires-ARG
Jesus Cristo é o Senhor – Jorge Himitian, Ed Sepal
Apostila 1 – Fundamentos: Jesus sua Vida e sua Obra
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