Em um sábado à tarde saí com um grupo de irmãos para evangelizar num parque de Recife. Como estava próximo da data em que se comemora o Natal, resolvi perguntar às pessoas com quem conversei:
– “O que é o Natal?”
Sem exceção, todas responderam:
– “É o nascimento de Jesus!”
Então acrescentei:
– “E por que Jesus veio ao mundo?”
Naquela tarde eu tive a oportunidade de conversar com cinco pessoas. Cada uma delas respondeu da sua maneira, mas o conteúdo das respostas foi basicamente o mesmo:
– “Jesus veio ao mundo para nos mostrar como viver, para mostrar às pessoas a maneira certa de viver”
Qualquer um que ler o relato dos Evangelhos apenas até um certo ponto também irá concluir a mesma coisa.
Jesus andou em toda parte. Esteve em lugares muito habitados (p.ex., Jerusalém) e em pequenas vilas. Conviveu ou conversou com pessoas ricas (p.ex., Zaquel e o jovem rico) e com outras extremamente pobres. Esteve com homens letrados e cheios de conhecimento (p.ex., Nicodemos) e também com analfabetos. Se há algo que foi comum na maioria desses encontros é o fato de Jesus fazer o bem e agir com compaixão com as pessoas. Ele…
– Curou todo tipo de enfermos, desde pessoas com febre até cegos, leprosos, aleijados, surdos-mudos e outros;
– Libertou pessoas possessas de demônios;
– Ressuscitou mortos, devolvendo-os às suas famílias enlutadas;
– Multiplicou pães e peixes (não uma, mas duas vezes!) para alimentar multidões famintas;
– Até quando ensinava e (eventualmente) repreendia, o que movia suas ações era uma íntima compaixão pelas pessoas.
Portanto, as respostas que as pessoas me deram naquele sábado à tarde poderiam estar certas. Observe que eu disse “poderiam”. Mas, na verdade, não estavam!
A partir de um certo momento – já próximo do final – os Evangelhos passam a relatar eventos bem diferentes. Eventos como esses…

Esses eventos simplesmente não combinam com a afirmação de que Jesus veio ao mundo para “nos mostrar a maneira certa de viver”! Você concorda comigo?
Então, por que Jesus veio ao mundo? Qual o real motivo?
Reflita naquilo que Paulo, o apóstolo, escreveu na sua carta aos Romanos:
Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. (Romanos 5.8)
Os eventos apresentados pelas imagens acima são prova do amor de Deus por nós. Paulo escreveu que Cristo morreu por nós! Por trás do momento histórico e político da época, por trás da inveja que moveu os líderes judeus a pedirem aos romanos a crucificação de Jesus, algo muito maior estava acontecendo em Jerusalém naqueles dias. E esse ALGO está ligado à afirmação final da leitura que fizemos: “Sendo nós pecadores”!
Na 1ª carta do apóstolo João está escrito (1 Jo. 3.5,8) que Jesus veio para “destruir as obras do diabo” e para “tirar os pecados do mundo”. Qual o significado dessas afirmações?
A Bíblia afirma que o mundo todo está subjugado pelo diabo (1 Jo 5.19) e a ferramenta que ele usa para isso é o pecado (Jo. 8.34; Rm. 6.16; 1 Jo. 3.8). O pecado é uma “doença“ pior do que o câncer mais devastador porque, além de matar, leva uma pessoa para a condenação eterna no lago de fogo e enxofre (Rm 6.23; Ap. 20.11-12,15)!
Deus não criou esse ambiente terrível para as pessoas, mas para o diabo e seus demônios (conforme disse Jesus em Mateus 25.41). O diabo, no entanto, enganou a humanidade e, assim, nos capturou como prisioneiros do seu destino! Como isso ocorreu?
O pecado entrou na criação de Deus através do primeiro casal. Adão e Eva tinham comunhão perfeita com Deus e o diabo lhes ofereceu entendimento, ou seja, capacidade de viver por conta própria (Gn. 3.1-6). Eles arriscaram tudo e desobedeceram, acreditando na possibilidade de serem o seu próprio “deus”, de serem independentes. Portanto, a origem do pecado foi o desejo de independência do homem e da mulher em relação a Deus.
Isso passou a fazer parte da natureza humana (Rm 5.12). “Vivo como quero”, “Faço o que me dá vontade” e “Sou dono da minha vida” são frases comuns, ditas todos os dias, e que refletem essa condição desastrosa de distanciamento e independência do ser humano em relação a Deus!
É exatamente por isso que Jesus veio ao mundo: se nada fosse feito todos nós estaríamos condenados eternamente, sem possibilidade de apelação. Grande e pequenos, pobres e ricos, letrados e indoutos, homens e mulheres. Todos! Na Bíblia está escrito que “Não há justo, nem um sequer” (Rm. 3.10) e que “Todos pecaram e estão afastados/distanciados da presença de Deus” (Rm. 3.23). E, ainda, que “O salário [pagamento] do pecado é a morte” (Rm. 6.23).
Mas, então, Ele veio!
E muito acima de todo o bem imediato que realizou na vida dos enfermos que foram curados, dos possessos libertados e das famílias que receberam seus parentes de volta do sepulcro – ressuscitados – estão os eventos que mostramos. Porque…
… Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando [lançando em conta] aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação… em nome de Cristo, pois, pedimos que vocês se reconciliem com Deus (2 Co. 5.19-20)
Deus decidiu se reconciliar com os homens enviando o seu Filho para morrer numa cruz por nossos pecados, punindo-o em nosso lugar. Aquela cruz reflete duas das mais importantes verdades do Universo. Se, por um lado, mostra o quanto o Deus Todo-Poderoso nos amou – a ponto de entregar o seu próprio Filho por nós – também nos mostra, na mesma medida, o tamanho da sua aversão pelo pecado:
Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? (Mateus 27.46)
O clamor de Jesus nos momentos finais de sua agonia na cruz não pôde ser escutado por seu Pai. Deus precisou “virar as costas” para Jesus porque via nele os pecados de todos nós, como está escrito:
Ele foi traspassado por causa das nossas transgressões e esmagado por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos sarados (Isaías 53.5)
Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus. (2 Coríntios 5.21)
Agora, tendo aceito o sacrifício de Jesus pelos homens e mulheres – o que foi provado ao ressuscitá-lo dos mortos – Deus convoca cada um para se reconciliar com Ele. De que maneira? Por meio do arrependimento dos pecados já cometidos e da mudança de atitude em relação à forma de viver.
Pode ser que alguns de nós estejamos nos perguntando: “De que pecados preciso me arrepender? Não me sinto um pecador”!
Creio que todos concordamos que roubar, assassinar, e cometer crueldades contra crianças, idosos e incapazes são pecados. Mas, além disso, e de acordo com a Bíblia, mentir, caluniar e difamar também são. Assim como ira, cólera, gritaria, inveja, amargura, blasfêmia, malícia, injustiça e soberba. O sexo antes (ou fora) do casamento também é pecado. E, ainda,
a pornografia, o homossexualismo e todo tipo de impureza sexual.
Você consegue entender o porquê da convocação de Deus ser dirigida a todos? Entende porque está escrito que “Todos pecaram e estão distanciados da presença de Deus”? Quem de nós nunca cometeu nenhum desses pecados?
Eu não estou exagerando nessas afirmações, e nem mesmo sendo radical ou “xiita”. Houve mesmo uma cruz erguida numa colina próxima à cidade de Jerusalém, e nela foi crucificado o Filho de Deus! Punido em nosso lugar, pelos nossos pecados! Isso, sim, foi radical. AMOR RADICAL!
Se você ainda não se reconciliou com Deus, ainda não se arrependeu de seus pecados – talvez até porque não sabia de sua real situação – eu afirmo, sem medo de errar, que Deus lhe ama profundamente! E lhe oferece o verdadeiro “presente de Natal”, a possibilidade de se reconciliar com Ele!
Reconcilie-se com Deus! Arrependa-se dos seus pecados e renuncie à independência, ao governo/controle da sua própria vida. Entregue esse controle a Jesus e decida viver para Ele, em obediência a Ele, fortalecido pela graça e pelo poder que Ele mesmo concede. Como está escrito:
E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Coríntios 5.15)
Aproveite o final desta leitura para conversar com Deus, confessando a Ele os seus pecados e pedindo perdão. Não tenha pressa, seja específico em sua confissão. Peça a Ele que o ajude.
Você também pode pedir ajuda a um amigo ou conhecido que já seja discípulo de Jesus.
Nós também queremos cooperar, explicando melhor sobre os temas tratados aqui neste artigo, orando com você e ajudando-o no processo de reconciliação com Deus. Caso queira, entre em contato conosco, envie um e-mail para social@umsocorpo.com.br ou pelo Instagram.
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