Muitas vezes já passei por alguns textos de maneira superficial. Alguns assuntos me foram trazidos pelo Senhor e eu os tratei de maneira superficial. E, muitas vezes, faltava “cara de pau” para ministrar na vida de um discípulo. O motivo é que na minha vida aquilo não era prático. O discípulo vinha e me pedia uma orientação sobre algo que era superficial em minha vida. E aí eu tratava o assunto na vida dele com superficialidade. O Espírito Santo me falava que eu não tratava de maneira correta na vida dos outros porque aquilo não era prático na minha vida.
O Senhor por misericórdia trouxe à tona esta realidade.
Guardar todas as coisas – Mateus 28:20
O discípulo precisa aprender a guardar (e guardar) todas as coisas. Não só o que lhe parece bom. Por exemplo: Amar é bom, mas amar o inimigo não, então alguns poderiam dizer: esta parte a gente pula!
Jesus nos tem dito que devemos guardar todas as coisas que ele nos tem ensinado. “Todas” significa totalidade.
– Mas podem se levantar alegações convincentes:
a. Mas são traumas na vida da igreja… (mas passados tantos anos ainda estamos assim!)
b. Somos uma obra em andamento… (mas a obra tem que estar andando!)
c. Há um tempo de Deus para tudo… (e o tempo de Deus não será hoje?)
Precisamos ter muito cuidado. Há uma urgência do Senhor com relação a este assunto. Não podemos nos apegar a estas alegações e ficarmos dormindo.
Temos um alvo bem definido: O texto de Efésios 4:13 fala “até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, a ser homem perfeito, à medida da estatura da plenitude de Cristo”. “Até que todos…”, ou seja: “até que eu…”. Isto é um alvo estabelecido.
Por exemplo: Um irmão convertido há dez anos ainda está aguardando revelação sobre perdão para poder perdoar a quem lhe ofendeu?!
Duas posturas – Lucas 6:46-49
Como ficar indiferente a um texto deste. Como isto não aperta o nosso coração. Como!?
São duas posturas, os dois ouvem a palavra do Senhor: um pratica e o outro não pratica.
Esta postura de ouvir e praticar vai produzir um resultado.
Cavou, abriu profunda vala e lançou o alicerce sobre a rocha. Isto é o praticar.
– Não é algo superficial: é uma coisa profunda. Ouvir e praticar, nisto está toda a diferença. Um buraco profundo não acontece rapidamente. É necessário sair cavando.
Exemplo: O que é cavar, abrir e lançar o alicerce sobre o assunto do servir? É procurar praticar a vida de serviço. É sair daqui e sair para servir.
Após uma palavra sobre o serviço, o irmão sai do encontro e não oferece nenhuma carona, por exemplo. Ele precisa entender que quando eu ofereço a carona eu estou tornando prática esta palavra sobre o serviço na minha vida.
Outro exemplo: Uma palavra sobre o andar na luz. O cavar, neste caso, é abrir o coração. Mesmo que seja de cabeça baixa devido à vergonha, ou mesmo através de uma cartinha. Esta é a prática. É o cavar.
Mais um exemplo: O liberar perdão é reconciliar, pedir ajuda, perdoar. Isto é o cavar.
Na situação em que alguém não perdoa a um marido que abandonou a casa: deve-se pedir ajuda para conseguir fazer isto. Este clamor do coração por ajuda, já é o cavar.
– Quando cavamos uma vala rasa, então se vê:
a. Sobre o serviço: é quando nós não oferecemos uma corona.
b. No andar na luz: é quando ouvimos uma ministração sobre este assunto e parece que não escutamos nada. É ter medo, não quebrar o orgulho. É escutar as palavras que o diabo lança e não vir para a luz. Aí alguém diz: “deixa Deus trabalhar”. Ou ainda: “sou uma obra em andamento”. Ou: “vou esperar o tempo do Senhor”.
Isto é muito sério. As consequências são fatais. A casa vai cair. Situação diferente daquele que ouve e prática: sua casa está sobre a rocha.
A diferença – Mateus 7:24-27
Todas as duas casas sofreram as mesmas coisas: Caiu a chuva – transbordaram os rios – sopraram os ventos.
A diferença é que a casa edificada sobre a rocha suportou tudo.
Estas intempéries são coisas naturais e normais a que todos nós estamos sujeitos no nosso dia-a-dia. A diferença é que se eu tenho o hábito de ouvir e praticar minha casa suportará estas pressões. Mas, se minha atitude é chorar, e não há prática, vai haver queda.
É perigoso quando se ouve, ouve, ouve e não se prática.
Duas classes de pessoas – 2 Tessalonicensess 1:3-12 (v. 7-9)
Um texto muito forte.
A vingança é contra os que “não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho”
a. Aqueles que não conhecem a Deus; e
b. Aqueles que o conhecem mais não obedecem ao evangelho do Kyrios (Senhor).
Como não nos inquietar, como ser leviano. O texto ainda diz que se eu não pratico aquilo que eu escuto vou ser banido da sua presença.
Como levar de barriga aquilo que o Senhor já nos falou há tanto tempo! Isto é o mesmo que brincar de roleta russa1.
(Roleta russa é um jogo de azar onde os participantes colocam uma bala — tipicamente apenas uma — em uma das câmaras de um revólver. O tambor do revólver é girado e fechado, de modo que a localização da bala é desconhecida. Os participantes apontam a arma para suas cabeças e atiram, correndo o risco da provável morte caso a bala esteja na câmara engatilhada. Fonte: Wikipédia.)
“Nem todo o que diz: Senhor, Senhor…” – Mateus 7:21-23
O texto não diz que é implicitamente, e sim que é explicitamente. Como não tremer diante de um texto deste.
Eu posso estar falando e não pondo em prática, naquele dia ouvirei explicitamente isto da boca do Senhor:
“você, afaste-se de mim!”.
Estes são os que praticam a iniquidade. Iniquidade no grego é anomia que significa “ausência de lei”. É não estar na vontade do Senhor.
Será que Deus é muito severo?
Não. Deus é apenas claro e transparente. Com Deus não tem letrinha miúda no fim do contrato.
Ele é claro: aquele que não renuncia a tudo que tem não pode ser meu discípulo. Alguém pode dizer:
– Ah, mas eu não quero renunciar a tudo.
Tudo bem, sem problema nenhum, mas você não pode ser discípulo de Cristo!
Outro fato: Se não perdoar o próximo também não recebe perdão (Mateus 6:14-15). Alguém pode continuar dizendo:
– Eu não consigo perdoar aquela “abençoada”!
Tudo bem, mas também não receberás perdão.
Deus é claro, pois ele nos ama de forma extrema. Naquele dia só uma coisa vai ser levada em consideração:
Você guardou todas as coisas de Deus? Você guardou ou não guardou?
– Mas eu tive que esperar o kairos (tempo) de Deus!
Calma, calma. Você guardou ou não guardou?
Uma boa comparação é o teste no DETRAN. O candidato pode dizer:
– Eu dou cavalo-de-pau, ando em duas rodas e eu passo marcha no tempo sem usar a embreagem!
O fiscal do DETRAN irá dizer:
– Na prática, eu quero ver é se você é capaz de fazer o carro entrar na garagem!
“Ao que vencer”
Deus nos ama e não quer nos perder, mas só poderá estar com Ele pela eternidade aquele que for aprovado em uma vida de total obediência, Apocalipse 2:7, 11 e 17; 3.5, 12 e 21.
Se eu não fizer aquilo que Deus tem dito, nada vai adiantar. Não adianta apresentar currículo do tipo: mas eu pregava na Cabugá!
O texto diz que é “ao que vencer”: o que vence a sua natureza, aquele que se submeteu a Deus em tudo.
A igreja em Éfeso, Apocalipse 2:1-6
Que igreja! Igreja que tinha uma vida. Uma igreja séria, v. 1-3
Uma igreja onde Deus achou coisas boas. Mas era uma igreja que precisava guardar todas as coisas, uma igreja que abandonou o primeiro amor.
Preciso entender que na minha vida não adianta guardar só algumas coisas. Preciso guardar todas as coisas.
Temos aprendido que Deus tem exigido de nós poucas coisas: “poucas coisas bem aprendidas, bem praticadas, bem repetidas e bem transmitidas a outros”.
Qual a cor da sétima pena da asa esquerda do anjo Gabriel? Isto não é importante. O que importa são poucas coisas: o marido deve amar sua esposa, o filho honrar a seus pais, o trabalhador deve chegar no horário, pagar os seus impostos.
São poucas coisas praticadas para serem transmitidas!
Jesus viveu o reino durante 30 anos para depois começar a transmitir o evangelho do reino em 03 anos e meio de ministério. Viveu submisso aos seus pais.
“A repetição é a mãe do ensino”, Jorge Himitian
Ou seja: poucas coisas bem repetidas.
Deuteronômio 6:1-9 – Filipenses 3:1 – Judas 1:5 – Hebreus 2:1 – 2 Pedro 1:12-15
Devemos repetir as mesmas coisas até que isto preencha as nossas vidas.
O check-up de Deus
O convite do Senhor é para deixemos que Ele nos sonde. Devemos perguntar:
· Estou vivendo de fato este determinado assunto?
· Nesta área a minha casa está edificada sobre a rocha ou não?
O Senhor nos convida para que o deixemos fazer um check-up em nossas vidas. Não somos nós que fazemos um check-up, nós devemos nos apresentar para que o Senhor o faça em nós.
O Senhor nos convida como igreja a passarmos um pente fino em nossas vidas. Todos nós.
Estamos na última geração. Não posso ser negligente com as coisas que o Senhor tem falado às nossas vidas.
– Eu achei que estava andando em santidade, mas há coisas que maculam a minha vida.
A nossa atitude deve ser:
– Eu vou cortá-las, Senhor!
Não adianta vir todo o domingo aos encontros e algo não mudar em nós. Como diz uma música do Saulinho: Que “não seja só canção, mas seja um coração”.
Importância da prática, Tiago 1:19-25
Quem é maduro na fé? Hebreus 5:14.
Por mais que Deus nos ame ele não quebra os seus princípios: Sem uma vida de santidade eu não posso ver a Deus.
A prática constata duas coisas:
- Que realmente aprendi algo; e
- Que posso transmitir isto que aprendi para outro.
É como andar de bicicleta. Imagine alguém ensinando a andar de bicicleta, mas que também não sabe andar de bicicleta. Não seria estranho?
Esta é a importância da prática.
O motor chamado Espírito Santo
Alguns têm a vida como se fosse um bote: tem que remar. Então se rema até que se canse diante do tamanho do mar. Mais outra tentativa de remar e nada.
Outros comparam a sua vida como o barco à vela. Quando o vento está soprando, nós vamos. Mas o vento para e murchamos. De repente o vento sopra noutra direção, e diz: Aí não! São irmãos que precisam de circunstâncias externas para viver em Cristo.
Deus quer nos conduzir com muita graça como uma lancha, aonde tem um motor que produz isto em nós.
Temos o Espírito Santo que nos capacita, Ele é o nosso motor.
A palavra diz que somos filhos da obediência. Quando temos um motor não há vento contrário. Precisamos ligar o motor. Tem gente que com uma lancha quer remar ou levantar a vela. Não pode.
Testemunho
Um determinado irmão, funcionário público, recebia ganhos ilícitos. Não só isto, ele estava no meio de um esquema ilícito. Recebiam gente acima dele e, passando por ele, pessoas abaixo dele também. O reino chegou à sua vida e ele tomou a postura de não mais andar em práticas ilícitas. Então, ele e sua família passaram a correr risco de vida. Ele teve de mudar de endereço. A decisão dele foi ouvir e praticar, mesmo correndo riscos.
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