A Cruz é o lugar onde vencemos o diabo. Muitos pensam que guerra espiritual é uma questão de meramente repreender demônios. Ficam todo o tempo repreendendo demônios dentro de casa e até repreendem algum suposto demônio na cara do marido. Jesus repreendeu demônios durante todo o seu ministério na terra, mas ele somente venceu o diabo na Cruz. A Cruz é a vitória definitiva. Não estou dizendo que é errado repreender demônios na vida das pessoas, pois Jesus fez isso com Pedro; só estou afirmando que não há vitória sem a Cruz.
Gostaria de mostrar algumas manifestações práticas do princípio da Cruz.
Disposição para sofrer o dano
“O só existir entre vós demanda já é completa derrota para vós outros. Porque não sofreis, antes, a injustiça? Porque não sofres, antes, o dano?”
I Cor. 6:7.
Esta pergunta de Paulo não parece de uma obviedade gritante? Espera ai, Paulo! Ele faz algo de errado comigo e eu é que vou ter de ficar com o prejuízo, sofrer o dano? É exatamente isso. Isto é cruz! Esta é uma situação onde não vai adiantar muito ficar repreendendo demônios, para eu ter vitória, eu vou ter de tomar a Cruz. Esta é a vontade de Deus, que eu negue a mim mesmo e tome a Cruz.
Mas e se eu quiser reivindicar os meus direitos? Bem, se você tem direitos é correto lutar por eles até no supremo tribunal. Nada de pecaminoso em se lutar pelos próprios direitos. Não é moralmente errado, mas onde fica a vitória? O pisar na cabeça do Diabo? É somente quando alguém toma a Cruz que o diabo é de fato derrotado. Se você luta pelos seus direitos, você pode até chamar de vitória particular do seu ego e das suas necessidades, mas é somente quando você toma a cruz que o diabo é derrotado no relacionamento e a vida de Deus prevalece.
Existem dois princípios de vida: o princípio da cruz e o princípio da razão. Se queremos ter razão já descemos da cruz, se tomamos a Cruz já não importa quem tem a razão. Se agirmos como juiz tentando achar aquele que tem razão nunca prevaleceremos. É por isso que a maioria dos casais vivem derrotados, pois caminham pelo princípio da razão, caminham no princípio do ego, da satisfação da necessidade pessoal, do direito.
Se por outro lado apenas um dos dois tomar a Cruz voluntariamente, o diabo será derrotado. Se uma pessoa se levantar e abrir mão do seu direito por amor à outra, porque o seu alvo não é ter os seus direitos, mas que o Espírito de Deus prevaleça.
Não agradar a nós mesmos
“Ora nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos”. Rm.15:1.
Jesus não queria ter uma experiência diferente, não buscava um êxtase espiritual e nem estava buscando elogios. Na verdade Jesus não queria ir para a Cruz, ele foi para obedecer a vontade do Pai. Todavia o Pai não o obrigou, ele foi espontaneamente. Nós precisamos agradar o nosso irmão mesmo que isso implique em desagradar-nos. Muitos hoje pensam que ser crente é buscar uma nova experiência, ter um seguro contra calamidades ou ter uma vida de felicidade. Não, cristianismo tem como centro a Cruz. Por isso a pergunta chave pela qual você deve dirigir a sua vida não é se é pecado ou não; se sou obrigado ou não; mas qual é a vontade de Deus.
Percebe por que muitos casamentos nunca prosperam? Muitos relacionamentos entre irmãos vivem com problemas?
Porque não querem agradar o outro ao preço do desconforto pessoal. Quando de forma definida nos dispomos a não nos agradar nós vemos a vida de Deus fluindo, a igreja de fato sendo edificada as portas do inferno sendo aniquiladas. Há um caminho de vitória não é um caminho fácil e nem agradável, mas a vitória ao final é certa.
Considerar o outro superior a si mesmo
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo” Fl.2:3.
Considerar os outros como superiores a nós mesmos parece algo tão fora de moda. Parece contra a moderna teologia da auto-estima. Todavia essa é a forma como a lgreja é edificada, pela cruz. Mais urna vez temos de dizer que cruz é sofrer o dano, é não agradar a nós mesmos, é considerar o outro como superior a nós mesmos.
Para cada situação que nos sobrevir existem dois caminhos, o caminho largo e o estreito. Em um problema de casamento por exemplo o divórcio e a separação são o caminho largo. Todos nós sabemos onde vai desembocar o caminho Largo. A cruz por outro lado é o caminho estreito. Numa situação de crise sempre tome o caminho estreito da cruz pois somente neste caminho há vitória completa.
Aprender a se submeter
A primeira grande tensão na vida do discípulo é a autoridade. Sem dúvida, essa foi também a primeira lição de Jesus. Seria ingenuidade pensar que Jesus não precisou aprender coisa alguma. E muito fácil nos submetermos a quem sabe mais do que nós, mas como é difícil ser submisso a quem sabe menos. Isso exige renúncia do nosso orgulho, do desejo de ser reconhecido e do desejo de se achar alguma coisa. No processo do discipulado essa é a primeira lição que se deve aprender. O discipulador deve confrontar o discípulo para que este aprenda a submissão.
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