Buscar fazer a vontade de Deus não é mais nenhuma novidade para nós que estamos no Reino de Deus, ou seja, sob o governo do Senhor Jesus. Lendo a passagem das escrituras abaixo, mais uma vez percebi com tanta clareza o exemplo que Jesus nos deu: para estarmos atentos aos mínimos detalhes da orientação do Pai, não apenas esperando o tempo de Deus, mas a forma ou estratégia indicada por Ele.
“Passadas estas coisas, Jesus andava pela Galiléia, porque não desejava percorrer a Judéia, visto que os judeus procuravam matá-lo. Ora, a festa dos judeus, chamada de Festa dos Tabernáculos, estava próxima. Dirigiram-se, pois, a ele os seus irmãos e lhe disseram: Deixa este lugar e vai para a Judéia, para que também os teus discípulos vejam as obras que fazes. Porque ninguém há que procure ser conhecido em público e, contudo, realize os seus feitos em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Pois nem mesmo os seus irmãos criam nele. Disse-lhes, pois, Jesus: O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente. Não pode o mundo odiar-vos, mas a mim me odeia, porque eu dou testemunho a seu respeito de que as suas obras são más. Subi vós outros à festa; eu, por enquanto, não subo, porque o meu tempo ainda não está cumprido. Disse-lhes Jesus estas coisas e continuou na Galiléia. Mas, depois que seus irmãos subiram para a festa, então, subiu ele também, não publicamente, mas em oculto. Ora, os judeus o procuravam na festa e perguntavam: Onde estará ele? E havia grande murmuração a seu respeito entre as multidões. Uns diziam: Ele é bom. E outros: Não, antes, engana o povo. Entretanto, ninguém falava dele abertamente, por ter medo dos judeus. Corria já em meio a festa, e Jesus subiu ao templo e ensinava.” (João 7.1-14)
Deixando a indignação pela petulância dos irmãos de Jesus de lado, que é o que sempre enche nosso coração quando lemos esse texto, podemos com humildade reconhecer que já agimos como eles por diversas vezes, pelo menos, eu já agi. Quando esses homens chegaram para falar com Jesus, eles trouxeram uma ideia, uma alternativa muito lógica, que fazia muito sentido na ótica humana. Afinal de contas, Jesus ir durante a festa para a Judéia era uma ótima oportunidade para Ele se manifestar ao mundo, já que muita gente estaria lá para ver seus sinais e prodígios. Quantas vezes nós substituímos a espera pelos detalhes da vontade de Deus por uma ou mais alternativas ou estratégias ou ideias que nos parecem tão lógicas, tão eficientes ou efetivas? Ao invés de esperarmos por Deus, nossa mente muitas vezes rapidamente se enche de caminhos e opiniões próprias para resolver algo ou decidir o que e como fazer.
Jesus sempre esperava pelo Pai, Ele sempre fazia a vontade do Pai, nos mínimos detalhes. Ele nunca falhou sobre isso e por isso nunca pecou.
“Disse-lhes, pois, Jesus: O meu tempo ainda não chegou, mas o vosso sempre está presente.” O tempo de Jesus era o tempo do Pai. O tempo certo para cada coisa chegaria e esse tempo certo era o tempo definido pelo Pai. Não era o tempo de Jesus ser entregue para a morte. Jesus, guiado pelo Pai, evitava sua exposição, tudo era dirigido, controlado pelo Pai. O Pai definia a hora em que cada atitude de Jesus era realizada. Ele não apenas dizia o momento, mas também a forma, a maneira como cada passo ou ato era realizado, incluindo as palavras que Jesus usava.
Jesus nos alerta que nosso tempo sempre está presente, ou seja, para nós sempre já é o tempo certo, não gostamos de esperar e, portanto, temos dificuldade em esperar o tempo de Deus para tudo em nossa vida. Sim, esse recado “mas o vosso [tempo] sempre está presente” de Jesus não foi apenas para aqueles homens que o ouviam naquele momento, ficou registrado para ensino de todos nós.
“Disse-lhes Jesus estas coisas e continuou na Galiléia. Mas, depois que seus irmãos subiram para a festa, então, subiu ele também, não publicamente, mas em oculto.”
Quando o tempo certo para ir chegou, ou seja, quando o Pai disse para Ele ir, Jesus foi para a festa na Judéia, mas a Palavra ressalta que não foi publicamente como seus irmãos sugeriram, mas em oculto, da forma como o Pai ordenou. Assim Jesus foi ao templo e lá ensinava, essa era a vontade do Pai. Não está escrito nesses versículos que o Pai determinou essas coisas, mas diante de todos os trechos da Bíblia em que Jesus fala que apenas faz e diz aquilo que é da vontade do Pai, não há dúvidas de que Jesus não agiu conforme impulsos ou raciocínios humanos.
No tempo de Deus, o que Deus determinou e da forma definida por Deus, essa deve ser a nossa busca, a nossa vida. Mas, quando Deus falar, devemos estar atentos para escutar e obedecer, assim como Jesus fazia. Creio sinceramente que esses versículos, assim como vários outros, foram escritos especialmente para nos alertar sobre a importância disso. Não há proclamação (kerigma) nem ensino (didaquê), mas esses versículos nos mostram detalhes da dependência de Jesus do Pai, dependência essa que nós discípulos de Jesus também devemos ter.
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