“Você lhes falará as minhas palavras, quer ouçam quer deixem de ouvir, pois são rebeldes.” Ezequiel 2.7
Quando entrei no rol de colunistas do MVC precisei passar pela sabatina. Em meio às várias perguntas pra saber se tinha juízo, uma das coisas que o Euriano perguntou me tocou: “Como você tem exercido esse papel de proclamador do evangelho, essa verdade que você afirmou acreditar?”.
Confesso que não estava preparado pra uma pergunta tão pessoal e direta assim. Sempre é muito simples sintetizar um conjunto de crenças. Ordenar as doutrinas essenciais da fé cristã e embasar o porquê de acreditar em uma interpretação ou outra. Era isso que esperava ter que fazer. Mas tive que responder a uma pergunta universal a todos os cristãos: “O que você tem feito pra proclamar o evangelho?”.
Essa resposta não é simples. Em geral, fazemos algumas coisas pra proclamar o evangelho. Afinal, muitos de nós somos líderes de grupos pequenos, professores de escola dominical, atuantes em ministérios para-eclesiásticos, etc.
Mas será que a proclamação do evangelho no dia-a-dia está presente em nossas vidas? Será que estamos obedecendo à grande comissão? Ora, Jesus disse algo mais ou menos assim: Por onde quer que vocês estejam indo, falem da minha mensagem e façam discípulos.
Tenho extrema dificuldade de evangelizar pessoalmente. A resposta que eu dei ao Euriano no passado, sou obrigado a dar hoje: não faço quase nada para proclamar o evangelho pessoalmente.
Penso que existem alguns motivos para isso. Mas acho que tudo se resume em duas coisas principais: falha em ver o poder do evangelho e temor dos homens. Pelo menos na minha vida, quase sempre que me furto da minha missão é por causa de um, ou de outro.
Por vezes, não falo por acreditar que aquela pessoa nunca vai ser transformada por qualquer coisa que eu venha a falar. Ou acredito que ela é ruim demais pra entender a Palavra ou, ainda, porque acho que não sei elaborar direito. Não vejo o poder do evangelho!
Outras vezes, temo ser mal visto. Anseio pela aprovação dos homens! Não quero lhes apresentar a verdade sobre sua condição e tenho vergonha de quem Deus É. De apresentar esse Deus “arcaico” e falar de “céu” e “inferno” para pessoas do século XXI.
O problema é que, seja pelo motivo que for, isso é pecado. Um pecado grave!
À semelhança do chamado do profeta Ezequiel, meu chamado – e creio ser o seu, também – é falar quer as pessoas creiam, ou não. Quer ouçam ou deixem de ouvir, meu papel é falar. Nunca fui chamado a ser responsável pelos resultados. Também não tenho poder pra decidir quando falar e quando calar por medo ou falta de fé.
Meu chamado é falar. Pregar o evangelho.
O que Paulo disse a Timóteo, diz a mim e a você: “Pregue a Palavra seja oportuno ou não. Em tempo e fora de tempo. Não importa se os homens irão querer ouvir ou preferirão suas fábulas mentirosas. Pregue a Palavra” (Paráfrase minha – 2 Timóteo 4.2-3).
Continuo me envergonhando e pedindo a Deus que me dê ousadia. Não quero ser achado em falta diante de Deus.
A ordem permanece a mesma: Pregue!
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