Nós, pais, como sacerdotes do lar, temos o privilégio e a grande responsabilidade de representar a pessoa de Jesus dentro de casa. Nossos filhos conhecerão Jesus vendo-o através de nós.
A presença de Jesus, através de nosso exemplo e palavras, deve ser a característica mais importante e forte e a principal atração para os nossos filhos. As crianças, especialmente as mais pequeninas, são semelhantes a pequenas esponjas que absorverão tudo o que lhes fizermos e ensinarmos.
Tudo o que falamos nos capítulos anteriores são realidades importantes para colocar em ordem a família, mas não será o suficiente se a presença de Cristo não se tornar um fato vivo e dinâmico dentro de nossos lares. E podemos ter certeza disto: nada impressiona mais os filhos do que verem seus pais vivendo integralmente a vida do Reino. Os pais são o modelo para os filhos e tudo o que eles enxergarem vão imitar. Se os filhos virem seus pais recolhendo-se ao quarto para ficar de joelhos na presença de Deus, receberão um forte impacto e terão mais respeito e admiração por eles. Se os virem lendo a palavra todos os dias e aplicando os ensinamentos em suas vidas, os filhos serão profundamente tocados e seguirão este exemplo.
Felizes serão os filhos criados num lar onde a presença de Jesus é real, viva e edificante. Lembremos sempre:
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” (Salmo 127.1)
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Durante anos, o convite para que pessoas se convertam ao cristianismo tem sido: “aceitem a jesus como seu salvador pessoal e recebam os benefícios por ele proporcionados”. Raramente os pregadores falam das implicações e responsabilidade de quem busca o reino de deus. Nesta obra, o pastor, com sólida argumentação bíblica, adverte-nos que a condição divina para alguém ser salvo espiritualmente é, sobretudo, reconhecer a jesus cristo como “senhor”.
Como apresentar jesus a nossos filhos
As crianças têm uma grande capacidade para perceber a presença de Jesus, crer e confiar nele. Encontra-se nas Escrituras muitos exemplos disto:
- Samuel conheceu a Deus quando pequeno (1 Samuel 3);
- Davi foi testemunha da presença de Deus em sua infância (Salmo 22.9,10);
- Timóteo foi instruído na fé e no conhecimento de Deus por sua mãe e avó desde a infância (2 Timóteo 3.15);
- Jesus alertapara não subestimarmos a fé de uma criança (Mateus 18.6).
O Senhor usa as orações e testemunhos, especialmente dos pais, para conduzir outros membros da família à fé. Observar alguns casos em que a fé dos pais envolveu o resto da família:
- Jairo (Lucas 8.49-56)
- Cornélio (Atos 11.12-15)
- Lídia (Atos 16.14,15)
- Carcereiro de Filipos (Atos 16.30-34)
Ensinando a Palavra
Em Deuteronômio 6.4-7 temos esta importante exortação divina, que é como um resumo de nosso ministério sacerdotal na oração e na palavra:
“Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força. Estas palavras que hoje te ordeno, estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te e ao levantar-te.”
É sugestivo que este texto diz aos pais: “Estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração” Primeiramente Deus quer que os pais recebam a palavra pessoalmente para si mesmos para depois transmiti-la aos seus filhos. Isto é importantíssimo, pois os pais só terão autoridade para transmitir a palavra de Deus aos filhos se eles próprios estiverem aplicando-a em seus corações (o poder do exemplo).
– “Tu as inculcarás a teus filhos…”
A educação espiritual que Deus quer que demos aos nossos filhos deve ser algo sério e penetrante. Inculcar quer dizer “tornar penetrante”, ou, segundo o dicionário, “repetir alguma coisa com insistência até marcá-la no espírito”. Não se trata, porém, de uma educação opressiva, mas de um adicionamento calmo e tranqüilo da palavra de Deus no coração da família, e isto em várias situações da vida: “assentado em tua casa, andando pelo caminho, ao deitar-te, ao levantar-te”.
A orientação de Paulo é: “Habite ricamente em vós a palavra de Cristo…” (Colossenses 3.16). Através da palavra os pais estarão comunicando o próprio Jesus, o Verbo de Deus, pois as palavras dele são Espírito e vida quando anunciadas por um homem ou mulher cheios do Espírito Santo. Portanto, este é o alvo mais importante do nosso ensino: transmitir a própria presença de Jesus para que nossos filhos o recebam como Senhor, Salvador e Amigo de suas vidas.
O que ensinar
“Todo o propósito de Deus”, certamente, ou “todas as coisas que vos tenho ordenado” (Atos 20.27; Mateus 28.19).
Como orientação aos pais cremos que o ensino da palavra deve começar com os seguintes assuntos:
- O Propósito Eterno de Deus – ensinado com simplicidade e explicando por que Deus quer ter uma família de muitos filhos semelhantes a seu Filho para a glória de Deus Pai.
- A Vida e a Obra do Senhor Jesus – ensinando quem é Jesus, por que ele veio e o que deseja de nós.
- A Porta do Reino – explicando com clareza os rudimentos de Atos 2.38: arrependimento, batismo nas águas e batismo no Espírito Santo.
- Os Fundamentos da Fé – arrependimento, fé, batismo nas águas e no Espírito Santo, imposição de mãos, ressurreição dos mortos e juízo eterno (Hebreus 6.1,2).
- A Nova Maneira de Viver – ensinando à criança o caminho do discipulado a Cristo, uma vida de obediência e santidade em tudo o que isto implica.
(Observação: para estes ensinos existem livretos apropriados que são os mesmos que os adultos usam, porém, é claro que devem ser ensinados de modo bem simples às crianças.)
A decisão por Cristo
Algo importantíssimo que deve acontecer na vida de nosso filho é o momento da entrega de sua vida a Jesus, quando ele decide que quer receber Cristo no coração e começar uma vida de obediência a ele. SÃO OS PAIS QUE DEVERÃO LEVAR O FILHO A ESTA ENTREGA. Assim como o pai é o progenitor natural de seu filho, deve tornar-se também o progenitor espiritual, pois a ele compete “ensinar a criança no caminho em que deve andar” (Provérbios 22.6). Ver a atitude do pai Abraão com seus filhos: “… eu o escolhi para que ordene a seus filhos e sua casa depois dele, a fim de que guardem o caminho do Senhor, e pratiquem a justiça e o juízo” (Gênesis 18.19).
Num lar onde a presença de Jesus é cultivada, os pais irão perceber quando a criança está “no ponto” de fazer uma decisão consciente. O erro de alguns pais é o de não perceberem isto e até por acharem que “desde pequenina ela já conhece Jesus”. Ou dizem: “Ela se criou na igreja”. Nenhuma criança nasce convertida. A criança criada por pais cristãos também precisa passar por uma experiência clara de conversão, precisa também entrar pela porta do reino. Não cabe no reino o ditado “filho de peixe peixinho é”. Lembre-se: Deus não tem netos, só filhos.
Levando o seu filho a Cristo
O momento da decisão da criança acontecerá, provavelmente, no próprio lar. A criança deverá manifestar este desejo de entregar-se a Cristo e os pais, em seguida, irão conversar com ela sobre isto, explicando-lhe sobre a importância desta decisão. É importante que o pai conduza o filho no sentido de ele próprio fazer sua oração de entrega, ou repetindo o que o pai diz, ou, melhor ainda, fazendo-a espontaneamente. Um simples modelo desta oração de entrega pode ser este:
“Querido Jesus, eu sei que tu és o Filho de Deus, que viveu entre nós, morreu e ressuscitou para me dar a vida eterna e para eu fazer parte da tua família. Eu sei que sou pecador e que preciso muito de ti. Por isto agora eu me arrependo do meu pecado e me entrego a ti para que tu venhas viver em mim. Eu sei que tu és meu Senhor, meu amigo, meu Salvador e eu quero, de agora em diante, viver só para te agradar. Guia-me, Jesus, e muito obrigado porque tu me amas”.
É importante que o pai certifique-se de que a criança já tenha dado este passo, caso contrário, toda a palavra que lhe for ensinada depois, irá somente resvalar e não penetrar no coração. Cremos que uma idade boa para tomar esta decisão é entre os 3 e os 6 anos de idade, pois esta é uma fase em que ela já tem clara consciência que é pecadora e que vai precisar ser salva por Cristo para viver debaixo de seu governo e de sua proteção. Após esta entrega de vida, os pais deverão orar para que ela também seja cheia do Espírito Santo e, no momento oportuno, seja batizada nas águas para que assim se complete nela a entrada pela porta do reino.
O discipulado em família
Longe de se tornar algo mecânico e frio, o discipulado da família é uma oportunidade grandiosa de poder demonstrar a presença de Jesus no lar. Nossas conversas sempre irão inserir Jesus no meio, pois ele é o melhor amigo da família e o companheiro de todos os dias. Num lar onde Cristo está sendo honrado e adorado, nossos filhos irão se identificar e empolgar-se plenamente com Jesus e não desejarão seguir o mundo com seus apelos. Tudo o que um pai der ao filho, de nenhum valor será se não lhe der Jesus.
Dentre as muitas coisas que podemos dar aos filhos, sugerimos algumas que irão fazer parte deste discipulado:
a) Leitura da palavra – Um capítulo ou trechos da Bíblia devem ser lidos diariamente, meditando-se neles e aplicando aquelas verdades à vida de todos. E que seja sempre feito com inspiração, com fé e ardor, nunca como algo enfadonho. É importante que o pai incentive a participação de todos, fazendo perguntas ou sugerindo debates. Com as crianças pequenas, sugere-se uma leitura própria para a idade, acompanhada de figuras e ilustrações e até de dramatizações feitas por toda a família. Há muito material bom disponível nas livrarias cristãs.
b) Memorização de textos bíblicos – O melhor é acompanhar o que a igreja já pratica, usando a catequese dos livretos. Lembrem-se que a chamada “catequese” é um termo tirado da Bíblia, normalmente traduzido do verbo grego katequéo, que quer dizer “instruir”, num aprendizado que inclui a repetição de versículos e verdades ensinadas. Entretanto, outros textos que estejam relacionados à vida familiar também podem ser repetidos e memorizados.
A família pode escolher o versículo ou trecho bíblico do mês (ou da semana), memorizá-lo, meditar nele e praticá-lo.
(Ver, ao final deste capítulo, uma lista de preciosos versículos que os pais poderão ensinar aos seus filhos.)
c) Tempo de oração – Este é um bom momento para ensinar pelo exemplo. Orações mecânicas, orações irreverentes irão fazer com que os filhos nos imitem. Porém, se orarmos com profundidade e amor, isto transmitirá aos filhos uma vivência espiritual que denota como Jesus é precioso para nós. E eles irão orar da mesma maneira. Cada dia a família deverá orar por motivos específicos, tornando assim mais variado e interessante este período. É bom adotar-se uma lista de pedidos pelos quais todos oram e também agradeçam ao Senhor pelas muitas orações respondidas.
d) Tempo de adoração e louvor – esta é uma parte de que todas as crianças gostam, mas é importante ensinar-lhes que se canta e louva para agradar ao Senhor e não só porque gostamos. Este será um momento de muita alegria em que estarão “louvando a Deus com salmos e hinos e cânticos espirituais…” (Colossenses 3.16b). Assim um rico tesouro musical vai sendo depositado no coração da família, entoando-se tanto cânticos novos como cânticos antigos. Se houver acompanhamento instrumental mais belo pode ficar. Este será um momento de expressar ao Senhor nossa gratidão por tudo o que ele é e por tudo o que tem feito por nós.
e) A bênção paterna – Muitas menções há na Bíblia, desde os tempos de Noé, à bênção transmitida dos pais aos filhos, dos sacerdotes ao povo. No Novo Testamento vemos Jesus abençoando as criancinhas (Marcos 10.16). Vemos também os apóstolos abençoando as igrejas no final de suas cartas. Trata-se de uma prática salutar e que realmente comunica graça, saúde, proteção e poder aos abençoados. O pai deve transmiti-la aos filhos em várias ocasiões: à noite, quando vão dormir, ou ao saírem de manhã para a escola, dizendo simplesmente assim: “O Senhor te abençoe e te guarde”. Pode também abençoar seus filhos em outras ocasiões, como: orando por uma cura, quando um deles vai viajar, ou num dia significativo para a criança. Leia as bênçãos de Jacó a seus filhos em Gênesis 49 e a bênção de Arão ao povo em Números 6.24-26. Esta prática é uma viva e poderosa expressão de nosso sacerdócio como pais, quando feita sempre em nome de Jesus.
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