Queridos irmãos,
Frente aos questionamentos recentes sobre esse assunto, venho aqui colocar com humildade e amor o que creio, de sã consciência. Não quero polemizar sobre o tema com outros irmãos que o abordam, mas acredito estar sendo coerente com o que aprendi com meus pais e com a Palavra, e o que vivo. ACEITO TODO E QUALQUER CONTRAPONTO PARA AMPLIAR A DISCUSSÃO sem nenhum tipo de sectarismo ou farisaísmo sobre o assunto. Não sou dono da verdade e não esgoto aqui a questão.
– Amo vocês, Asaph.
A instituição mais linda e perfeita criada por Deus é a família. O núcleo base da existência humana formada pelo Criador contendo um pai, mãe e filhos que começa com a união de um homem e uma mulher, ao que chamamos de casamento.
Por vários milênios, o matrimônio manteve-se imaculado, protegido pelas diferentes culturas, que entendiam ser esta, uma instituição sagrada. No mundo ocidental, as crenças, tanto de judeus como de cristãos, mantiveram-se unidas na proteção dessa sagrada união, o que trouxe à mesma uma estabilidade de quase dois mil anos, mesmo com o surgimento da poligamia islâmica, no sexto século DC.
Entretanto, no século XX, o casamento começou a sofrer diversos abalos, que não foram maiores, muito em função da firmeza dogmática da Igreja Católica e de alguns segmentos evangélicos que estancaram as vertentes liberais sobre o assunto.
Infelizmente, no final da última década do século passado, que foi também o final do segundo milênio, o assunto tomou outro rumo. A Europa e Estados Unidos, já há muito tempo, acolhem o divórcio como solução rápida e prática para as divergências domésticas, levando em conta mais o direito às liberdades individuais, que os princípios judaicos cristãos que sempre pautaram a questão. A televisão e o cinema foram, de forma crescente e intensa, exportando a ideia da naturalidade divorcista pelo mundo afora. Tudo isso, conjugado às transformações sócio políticas, que deram luz a leis em estados cada vez mais laicos (que separam Igreja e Estado). Assim a liberação indiscriminada do divórcio logo estendeu-se rapidamente aos cinco continentes, banalizando e maculando a instituição do casamento que tinha na igreja cristã, tanto evangélica como católica, assim como no judaísmo seu último baluarte. No Brasil a princípio, o desquite foi por muitos anos, a possibilidade legal de separação, que de uma certa forma dificultava o recasamento até que o divórcio chegou para ficar em forma de lei.
Neste assunto, contudo, os evangélicos tem sido mais liberais que os católicos, talvez pelo fato de os padres não serem casados, como são os pastores. aspecto que já se reflete em um número expressivo de divorciados entre líderes de igrejas evangélicas. Além dos pastores, temos também cantores e cantoras, políticos cristãos de todos os escalões, assim como membros das igrejas em geral, que, respaldados pelo exemplo de seus guias, buscam solucionar dessa forma, seus dilemas de família. Cheguei a ver o comunicado de uma artista cristã americana declarando: depois de muita oração e conselho, vi que o melhor para mim, meu marido e nossos filhos é o divórcio.
Porém o que espanta mais ainda, é o silêncio sepulcral sobre o assunto. Mesmo os apologistas mais ferrenhos da fé, que tem voz e visibilidade, se calam frente ao tema. Mas é fácil ver que este silêncio vai cobrar seu preço na próxima geração, que está vendo e sofrendo os danos causados por seus pastores, líderes e principalmente, por seus pais e mães que tomam este caminho.
Mas o que a Bíblia diz sobre o assunto?
O livro de Gênesis começa trazendo o fundamento da criação: Gênesis 2:24. Por isso, deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando- se os dois uma só carne.
Moisés flexibiliza a questão levando em conta a dureza do coração do homem, como disse Cristo em Mateus 19:7 e 8 – Replicaram- lhe: Por que mandou, então, Moisés dar carta de divórcio e repudiar? Respondeu-lhes Jesus: Por causa da dureza do vosso coração é que Moisés vos permitiu repudiar vossa mulher; entretanto, não foi assim desde o princípio.
Malaquias 2:13 a 16 vai mais longe – Ainda fazeis isto: cobris o altar do SENHOR de lágrimas, de choro e de gemidos, de sorte que ele já não olha para a oferta, nem a aceita com prazer da vossa mão. E perguntais: Por quê? Porque o SENHOR foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança…..Portanto, cuidai de vós mesmos, e ninguém seja infiel para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio e também aquele que cobre de violência as suas vestes, diz o SENHOR dos Exércitos; portanto, cuidai de vós mesmos e não sejais infiéis.
Mateus 19: 9 a 12 – Eu, porém, vos digo: quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério e o que casar com a repudiada comete adultério. Disseram-lhe os discípulos: Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar. Jesus, porém, lhes respondeu: Nem todos são aptos para receber este conceito, mas apenas aqueles a quem é dado. Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita.
Lucas 16:18 – Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e aquele que casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério.
Romanos 7:2,3 – Ora, a mulher casada está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive; mas, se o mesmo morrer, desobrigada ficará da lei conjugal. De sorte que será considerada adúltera se, vivendo ainda o marido, unir- se com outro homem; porém, se morrer o marido, estará livre da lei e não será adúltera se contrair novas núpcias.
I Coríntios 7:10 a 14 – Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido se, porém, ela vier a separar- se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido; e que o marido não se aparte de sua mulher.
I Coríntios 7:39 – A mulher está ligada enquanto vive o marido; contudo, se falecer o marido, fica livre para casar com quem quiser, mas somente no Senhor.
É fácil ver o quanto Deus honra o casamento que é a aliança entre um homem e uma mulher. Até mesmo na genealogia de Cristo ( Mateus 1:6) quando cita que Davi gerou a Salomão da que fora mulher de Urias. Claramente vês-se que a aliança original de Bate Seba é valorizada.
Muitos cristãos nos dias de hoje, encontram inúmeras razões plausíveis para romper o casamento e a aliança, e assim, mudarem de esposa ou marido para serem mais felizes. Constantemente, se ouve a frase: eu mereço ser feliz. Digo entretanto que muito além de ser feliz Deus quer que sejamos santos, vivendo de acordo com seus princípios crendo no seu poder de transformar. Por mais que queiramos contemporizar o tema, a perspectiva divina sobre o mesmo, não mudou. O casamento continua sendo uma instituição firmada em uma aliança santa e sagrada, que corre perigo.
É necessário quando se versa sobre esse tema de divorcio e novo casamento, atentar criteriosamente a todos os textos bíblicos antes de emitir opiniões e sugerir alternativas. No meu modo de ver, a contextualização da Bíblia com as necessidades imediatas humanas, sempre gerarão flexibilizações perigosas. Jesus em Lucas 9:23 afirma: se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome sua cruz e siga-me. Em um dos textos mais usados para amparar o divorcio (não fala em recasamento) em Mateus 19, Jesus termina sua abordagem com os discípulos de uma forma bastante estranha – Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Nosso Mestre enfatiza aos seus seguidores que o preço dessa questão é mais serio que parece – eunucos.
De uma coisa estou certo: A complexidade de relacionamentos na vida das pessoas, não podem reger a aplicação dos princípios de Deus. Se formos moldar a interpretação das Escrituras às necessidades individuais, facilmente seremos levados ao distanciamento da verdade na busca de uma solução humana, quase sempre em desacordo com o que Deus realmente planejou. Mesmo enquanto todos dizem que o padrão mais elevado de Deus para família é o perdão e a restauração, o que realmente se vê é que a força do pecado e dos erros na vida de um casal, se tornam mais relevantes na tentativa de solucionar o problema, que buscar o poder sobrenatural de Deus para curar as causas dessas crescentes separações.
A Igreja precisa de verdadeiros profetas, como foi João Batista que perdeu sua cabeça por sua posição acerca desse assunto lá na corte iníqua de Herodes, como relata o texto de Marcos 6:17,18 – Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João, e encerrá-lo maniatado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela. Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão.
Cremos porém, que a graça de Cristo Jesus é a solução divina para os conflitos humanos. Uma pessoa divorciada e recasada não será, de modo algum, abandonada por Deus, pois Seu amor cobre multidão de pecados e essa pessoa continuará, por certo, desfrutando da misericórdia do Pai. Mas, como Igreja temos que ter o entendimento correto, não apenas no enfoque, mas também, na assimilação de cada caso. Alguém nessa circunstância, mesmo usufruindo do perdão e graça divina, fica limitado em sua atuação no reino. Paulo afirma, por exemplo, que o presbítero, assim como o diácono, devem ser maridos de uma só mulher – (I Timóteo 3:2), e deve ser também, padrão dos fieis, no que diz respeito ao procedimento – (1 Timóteo 4:12). Entendendo assim, vemos que um casal com esse histórico, deva buscar adequar sua vida aos padrões de Deus: conselho pastoral, conhecimento da palavra, centralidade de Cristo e principalmente, oração. O foco tanto de quem está vivenciando o dilema quanto de quem aconselha, deve ser prioritariamente a reconciliação, com base no perdão incondicional – (70 X 7).
Por certo, onde há abusos, violência, risco de vida ou qualquer situação que atente contra a dignidade, a separação é biblicamente aceitável, mas de forma alguma podemos afirmar que essa flexibilização, dê margem ao recasamento. Se o descrente quiser apartar-se, que se aparte, afirma Paulo em I Coríntios 7:15. No mais, para toda e qualquer divergência, a restauração é a proposta de Deus. I Coríntios 7:10 a 14 – Ora, aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido se, porém, ela vier a separar- se, que não se case ou que se reconcilie com seu marido; e que o marido não se aparte de sua mulher.
Como podemos ver, a Bíblia é bem clara sobre o assunto, e não precisa ser demasiadamente explicada. Tem acima de tudo é que ser obedecida. O preço é alto, contudo, Cristo continua vendo sua Igreja como a noiva santa e sem mácula. Ainda a visão celeste é que os maridos amem suas esposas como Cristo ama sua Igreja e dá a vida por ela.
Deus abençoe a todos !
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