De cara, já é impactante pensar no título acima. Acredito no entanto, que precisamos ser corajosos com alguns alertas bíblicos… Bastantes corajosos! Tenho aprendido, ao longo da caminhada cristã, o exercício de sondar minhas próprias motivações, buscar luz do Senhor para possíveis condutas hipócritas e especialmente para revelação de coisas ocultas no interior que precisam ser tratadas: Orgulho, altivez, inveja, malícia, amargura, etc. Coisas que às vezes estão lá escondidinhas e não percebemos. Mas em contrapartida peço a Deus coragem para não querer fechar os olhos às coisas que Ele pode revelar, pois caso contrário não tem proveito nenhum.
Certa feita, tive oportunidade de ajudar um irmão que estava passando por lutas, sendo atingido fortemente em várias áreas de sua vida e conversando com ele disse: “Vamos buscar entender em Deus se há algum pecado encoberto da sua parte que está dando base legal para esta ação do mal?”. Ao que ele respondeu que sim, emendei logo na segunda pergunta: “Está preparado para o que Ele vai revelar?”
Assim sendo, não podemos desprezar as passagens bíblicas que alertam que cristãos (ou pelo menos pessoas consideradas como tal) não alcançarão a salvação. Ou de quem será que Jesus está falando quando diz: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus”? (ateust 7:21). São por acaso os ímpios que chamam Jesus de ‘Senhor’?
E em resposta a isso serão os ímpios que irão dizer: “Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?” (Mateus 7:22) Ou será que isso não é, na verdade, argumento de quem é cristão?
Em uma referência paralela a esta, Jesus faz um alerta muito sério aos discípulos quando eles voltam exultantes de uma missão evangelística, por que haviam subjugados os demônios. Jesus diz: “não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus”. Opa!! Podem pessoas que expulsam demônios pelo nome de Jesus não terem o nome escrito nos céus? Uma coisa não implica na outra? Vemos que não!
Acredito que precisamos ser mais francos com esta realidade bíblica. Escuto muito pouco sobre este tema e acho que ele precisa ser mais difundido dentre a igreja do Senhor, para que o alerta que Jesus trouxe e ao qual Deus fez questão de registrar na Bíblia, possa cumprir seu sentido pleno de alerta mesmo. É preciso encarar esta realidade: ALGUNS CRENTES VÃO PARA O INFERNO. E ao encarar tal alerta, buscar luz, está de fato com o coração sincero desejando essa luz e por fim tomar um posicionamento. É preciso fazer aquilo que aconselha o apóstolo Paulo, quando diz: “Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos” (2 Coríntios 13:5a)
Mas afinal de contas o que pode levar cristãos a uma situação dessas?
Bom… as referências bíblicas a respeito nos levam a considerar uma palavra que, já sendo importante no dicionário cristão, torna-se mais importante ainda: COMPORTAMENTO. Ou podemos dizer em outras palavras também: Conduta, vida cotidiana, maneira de viver, etc.
Quando Jesus faz o alerta registrado em Mt 7:21 o contexto em que Ele está falando é sobre os falsos profetas. Antes do versículo 21 Jesus alerta que o falso profeta será identificado pelos seus frutos. Ao falar na palavra fruto, sabendo que é uma forma simbólica usada por Jesus para comunicar-nos a sua mensagem, considero que vale a pena “trocar em miúdos” do que se trata isso.
Primeiramente, permanecendo ainda no mesmo texto, vemos que a conclusão (o arremate) que Jesus faz para este assunto, encontra-se justamente no versículo 21. Primeiro por que Ele fala que nem todo aquele que diz: “Senhor, Senhor” entrará no reino dos céus. Com isso Ele abrange a questão de falsa espiritualidade não só para falsos profetas, mas também para falsos crentes de uma maneira geral. Ou seja, todos aqueles que dizem “Senhor, Senhor” mas não fazem a vontade do Pai.
Ao falar de não fazer a vontade do Pai, revela do que se trata o tal fruto mencionado anteriormente. Ou seja, alguém que não pratica aquilo que prega e/ou pelo qual está sendo identificado: Não segue os mandamentos do Senhor. Você conhece alguém intitulado de crente que vive uma vida dissoluta? Conhece alguém que frequenta igreja e vive uma vida de pecado? Sem perdoar, sendo infiel nos contratos, namorados que tem relação sexual não sendo casados, fofoqueiros, maledicentes… Bom… a lista é grande.
João Batista foi excepcional no seu chamado. Impressionante o alinhamento que ele tinha com aquilo que mais tarde Jesus pregaria. De fato, foi o preparador do caminho para o Messias. João inclusive neste ponto, já entrava em concordância quando discursava aos “crentes” daquela época (os religiosos). Ele argumentava que estas pessoas se enalteciam ao dizerem ser descendência de Abrãao, mas lembrava-lhes a necessidade de uma boa conduta, o que ele chamou de “obras de arrependimento”. Dizia João Batista: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo”(Lc 3:8-9). Que consonância prazerosa de se ver entre o discurso de João e de Jesus: Árvore que não dá bom fruto! Como saberemos do que se trata o fruto? Lendo o resto do texto, percebemos que as pessoas perguntam a João: Que faremos então? Daí, João passa algumas orientações que sem muito esforço, vemos que são coisas que dizem respeito a conduta de vida (vers. 10 a 14): Dividir com quem precisa, não cobrar mais do que é devido, não tratar mal as pessoas, não murmurar sobre o salário que ganha (essa eu acho ótima).
Veja que em seu discurso, João ainda acrescenta algo: Estas árvores (pessoas) serão lançadas no fogo. Jesus, por sua vez, fala a mesma coisa em João 15:2 e 15:6: “Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem”. Ou seja, alguém que está em Jesus (veja que não é dos ímpios que está se falando), este alguém não produz fruto, é retirado DEle e é lançado no fogo.
Neste caso, como podemos entender que o fruto é na verdade nossa atitude de vida? Leia o capítulo 15 todo de João e você irá se deparar com versículo 14 que diz: “Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando”
Na verdade, não seria muito difícil (nem mesmo necessário) encontrar várias referências que nos mostram quanto Deus espera que tenhamos não apenas uma confissão de fé vazia, mas uma vida que testifique dessa confissão. É por isso que Tiago fala que a fé sem obras é morta (Tg 2:26). É disso que ele está falando, embora tenha uma linha religiosa que tenta deturpar o sentido do que o apóstolo disse.
Seria necessário portanto apenas uma referência para entender do que se trata o fruto referido por Jesus: Galátas 5:22-23: “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. CONTRA ESTAS COISAS NÃO HÁ LEI”
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