Tebas é o nome grego da cidade imperial do Alto Egito que desde o Império Médio servia temporariamente de residência, mas que era sobretudo o santuário principal do deus imperial Amon.
Tebas (Thebai) é o nome grego da cidade imperial do Alto Egito que desde o Império Médio servia temporariamente de residência, mas que era sobretudo o santuário principal do deus imperial Amon.
Os egípcios a chamavam Weset ou simplesmente Nut (“cidade”); na Bíblia é chamada No, e na época romana levava o título de Diospolis Magna (“grande cidade de Zeus”).
A cidade estendia-se em ambos os lados do Nilo e incluía os recintos da residência real, os bairros residenciais e os templos na área da atual Luxor, e na margem oeste encontravam-se os grandes cemitérios, os templos dos mortos e a residência de Amenhotep III.
Na época dos ramessidas, ambas as partes da cidade foram separadas administrativamente e, hoje em dia, sob o nome de Tebas somente se inclui a parte oeste (“Tebas oeste”). A área dos templos de Karnak (ao norte de Luxor) inclui o majestoso templo de Amon e alguns templos para sua esposa Mut, o deus menino Chon e o deus da guerra Month. Devido a que os santuários foram construídos, ampliados, transformados ou restaurados desde a dinastia XI até a época dos ptolomeus, é extraordinariamente complicada e confusa a história arquitetônica assim como seu aspecto.
Segundo a antiga teologia egípcia, as guerras e expedições de conquista eram empreendidas fundamentalmente por encargo e em louvor de Amon, o qual também recebia a pilhagem e a documentação dos eventos. Assim nos foram transmitidas nas paredes dos templos de Karnak, as “expedições” dos reis egípcios a Palestina e ao Oriente próximo.
Tutmés III (1490-1436 a.C.) sozinho empreeendeu não pelo menos 17 campanhas bélicas contra o Oriente Médio conquistando também Megido. Seus triunfos estão descritos (em fragmentos) nos denominados anais e listas dos povos estrangeiros. Num edifício independente, o “Jardim Botânico”, além disso estão representadas diferentes espécies de animais e plantas exóticas descobertas no Oriente Médio e importadas em parte para favorecer a agricultura egípcia.
Depois da época de Aquenaton, Séti I (1303-1290 a.C.) também teve motivos para voltar a subjulgar as cidades-Estado rebeldes do Oriente Médio. Na esquina externa nordeste da grande sala de colunas é relatada a capitulação da fortaleza de Canaã e o corte dos cedros, de essencial importância para o Egito. Na parece externa norte são descritas as façanhas bélicas e sobretudo o triunfo: fileiras infindáveis de prisioneiros e preciosos objetos de pilhagem. O documento encerra com uma descrição vívida das novas fortificações fronteiriças entre o Egito e a Palestina.
Seguindo o tradicional esquema das representações egípcias das vitórias são descritos a execução dos inimigos, as cidades personificadas como prisioneiros e a doação a Amon e o monumental documento de Sheshonk I (946-924 a.C.), o bíblico Sesac, na parede externa sul da sala de colunas. Sua incursão hostil à Palestina, a vitória sobre Roboão de Judá e o saque do tesouro do templo de Jerusalém foram episódios isolados e não conseguiram o domínio duradouro sobre o país.
O templo de Luxor servia principalmente para a festa do Opet, o casamento sagrado que era celebrado anualmente entre Amon e Mut. Ramsés II mandou documentar sua campanha bélica contra os hititas e a batalha de Kadesh em Pylom.
Enquanto as tumbas dos faraós do “Vale dos Reis” são dedicadas exclusivamente à vida dos reis no além e descrevem detalhadamente o mundo subterrâneo, nos denominados templos dos mortos, na borda da gigantesca necrópole, também se menciona a história. Assim, no templo de Merenptah (1224-1204 a.C.), o filho de Ramsés II, foi encontrada a famosa “Estela de Israel”, o único documento no Egito no qual aparece o nome de Israel. Na parede norte do templo dos mortos de Ramsés III, em Medinet Habu, descreve-se detalhadamente a guerra contra os “povos do mar”, entre os quais se contavam os filisteus.
Também proporcionam muita informação as narrativas dos assuntos oficiais dos altos funcionários. Assim, por exemplo, Rekhmire, vizir nos reinados de Tutmés III e Amenhotep II, mandou representar em sua tumba de Sheh Abd el-Kurna uma longa série de enviados estrangeiros com seus tributos, mesmo quando tratava-se de sócios comerciais totalmente normais sem obrigação alguma de render tributo. Entre estes também se encontra gente da região de Síria e Palestina. Na tumba do vizir Ramósis há algumas cabeças semitas muito expressivas de cortesãos que participam no ato de entrega do “ouro de elogio”, o que significava que na época dos reis Amenhotep III e Amenhotep IV – Aquenaton, os estrangeiros também podiam alcançar as honrarias máximas na corte egípcia.
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