Jerusalém é mencionada desde finais do terceiro milênio a.C. repetidamente em fontes sírias e egípcias como Urusalim. Esta cidade dos jebuseus era pequena, mas ocupava uma situação estrategicamente muito favorável sobre uma colina entre o vale Cédron e Tyropoion
Jerusalém é mencionada desde finais do terceiro milênio a.C. repetidamente em fontes sírias e egípcias como Urusalim. Esta cidade dos jebuseus era pequena, mas ocupava uma situação estrategicamente muito favorável sobre uma colina entre o vale Cédron e Tyropoion (do grego: “vale dos fabricantes de queijo”).
A acrópole dos jebuseus sobre o monte Ofel dispunha, além disso, de uma nascente que proporcionava água durante todo o ano: a nascente de Giom. No século XV a.C. a cidade foi conquistada por Tutmés III e ficou subordinada durante bastante tempo ao Egito.
Nos conflitos armados com Josué, o rei Adonisedeque foi derrotado e morto, mas a cidade defendeu-se com sucesso contra a tomada e pode ser reconquistada pelo rei Davi por volta do ano 1000 a.C. Segundo o relato bíblico, o chefe do exército de Davi, Joab, penetrou na cidade através do túnel que os jebuseus haviam construído para chegar à nascente.
Jerusalém, como “cidade de Davi”, foi o centro cultural e político do reino, mas no princípio ficou limitada dentro do anel fortificado de muralhas dos jebuseus.
Foi o rei Salomão que, a partir do ano 975 a.C., ampliou a cidade na direção norte, erguendo seu palácio aproximadamente no lugar da atual mesquita de El-Aqsa e ao lado, na parte norte, o templo, cuja pedra fundamental se acredita que seja o grande bloco situado debaixo da cúpula da Rocha. Quando a área da cidade e a população aumentaram foi preciso ampliar consideravelmente as fortificações; no entanto, não está claro o trajeto da muralha naquela época.
Por causa da grande densidade de construções da antiga Jerusalém e do veto das autoridades religiosas muçulmanas para realizar escavações no monte do Templo, os arqueólogos estão muito limitados em seu trabalho. Apesar disso foi possível obter muitos conhecimentos novos e refutar algumas antigas teorias baseadas nas escavações franco-inglesas e israelenses realizadas a partir da década de 1960. Foram descobertas partes consideráveis das antigas muralhas, sobretudo nos declives escarpados voltados para o vale Cédron, e entre estas também há uma pirâmide de pedra que servia de parede de revestimento debaixo do palácio de Salomão. Aqui também foram reveladas as denominadas “tumbas reais” destruídas e numerosas moradias israelitas que se encontram sobre fundações dos jebuseus.
A divisão do reino de Salomão e os acontecimentos bélicos, como a incursão hostil de Sheshonk I, impediram o desenvolvimento de Jerusalém. Continua a controvérsia sobre se a ampliação da cidade até a ladeira do vale de Hinnom foi realizada no século X a.C. ou na época de Ezequias (725-697 a.C.). Sob o mandato de Ezequias e de seu sucessor Manassés (697-642 a.C.), as fortificações de Jerusalém foram maciçamente reforçadas, e Ezequias mandou construir um longo túnel subterrâneo que servia de conduto de água da nascente de Giom ao reservatório de Siloé. Estas medidas preventivas evitaram a conquista assíria de Jerusalém por Senaqueribe (701 a.C.), mas não impediram a catástrofe de 587 a.C., quando Nabucodonosor destruiu a cidade e o templo e levou à elite da população ao “exílio babilônico”.
Quando o império persa de Ciro suplantou o governo babilônico, após um decreto do grande rei do ano 520 a.C., começou a construção de um novo templo e em meados do século V a.C., a reconstrução da muralha da cidade (certamente em escala menor). Excetuando um pedaço de muralha que permanece por cima da pirâmide escalonada de Salomão, não é possível observar praticamente nada da época do segundo templo.
Depois da expedição de Alexandre Magno, Jerusalém tornou-se primeiro ptolomaica e depois selêucida. No ano 169 a.C., a cidade foi conquistada e saqueada pelo soberano selêucida Antíoco IV e, no templo, erguido um altar a Zeus. Esta profanação pode ser abolida com a rebelião sob a direção de Judas Macabeu no ano 164 a.C., mas Jerusalém somente voltou a viver uma nova época de esplendor sob o reinado de Herodes, o Grande, a quem o reino foi concedido pelo senado romano no ano 37 a.C.
Com um gigantesco esforço o rei restaurou sua capital, segundo, naturalmente, o estilo helenístico-romano. Foram erguidos novos palácios, ágoras, teatros, anfiteatros e salas com colunas e, a partir de 20 a.C., também se começou a construir o templo que, no entanto, não foi concluído antes de 64 d.C.
A enorme ampliação da plataforma do templo constituiu uma obra gigantesca; para os muros de contenção foram usados blocos de grande tamanho. O famoso “muro das lamentações” faz parte dessa obra.
Se até há pouco tempo as pesquisas haviam se ocupado quase exclusivamente do monte do Templo, em épocas mais recentes também foram descobertas moradias da época de Herodes, que são parcialmente acessíveis atualmente. A “casa queimada”, a “casa senhorial palaciana” e a “casa de Herodes” são exemplos dessa época, que teve um final repentino com a destruição de Jerusalém por Tito no ano 70 d.C.
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