Aspectos a respeito da Ceia

Examinar-se

“Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice.” – 1 Coríntios 11:28

Comentário:

Na infância, dentro de um contexto cristão que vivi, quando os diáconos passavam com o pão e o vinho, alguns irmãos baixavam a cabeça e não pegavam a ceia, como quem diz: “não posso comer o pão e não posso beber do cálice”. Curioso, achava estranho, mais depois entendi que o que eles faziam era em obediência ao texto que diz não dever tomar da ceia do Senhor indignamente e aquele que toma se faz réu do corpo e do sangue do Senhor

Então aquelas pessoas temendo o juízo de deus, se sentiam indignas por estarem em pecado, sem comunhão com outro irmão, brigado com a esposa ou vizinho e por isso achavam que não eram dignos de ceiar.

Mas o texto diz: “examine-se e tome”

– Mas, posso tomar indignamente?
– Não!

– Que faço então?
– Cumprir a condição para remissão de pecados:
“Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça” – 1 João 1:9

Alguém em pecado não deixou de ser membro do corpo, não foi amputado. Está ferido e precisa de cura e a cura é a confissão.

A ceia não é instrumento de condenação, é um instrumento de restauração de comunhão porque aponta justamente para a morte de cristo que nos reconciliou com o pai e que nos reconciliou uns com os outros, portanto não podemos transformar este instrumento de reconciliação em instrumento de condenação.

Por outro lado não podemos estar em pecado, não podemos estar sem discernir o corpo e participar da ceia.

2- Discernir o corpo

O que é discernir o corpo?
Naquele tempo o domingo não era feriado, os romanos não tinham o domingo da ressurreição como especial. Em qualquer dia da semana, quando a igreja se reunia, a impressão que temos é que aqueles que eram mais abastados (senhores, patrões, comerciantes, que não eram empregados) chegavam mais cedo e traziam a mesa farta e depois chegavam os atrasados, que eram os servos que não traziam nada porque muitas vezes vinham do trabalho e encontravam a farra armada e muitos se embriagavam, e Paulo diz: “vocês quando se reúnem, não e a ceia do Senhor que vocês celebram aí porque há quem se embriague e há quem tenha fome, acaso vocês não tem casa para comer e beber e envergonham os que nada têm”.

Leia 1 Coríntios 11

Os pobres chegavam lá sem nada, com fome por trabalhar o dia todo e os ricos tranquilos com a mesa farta.

Paulo: vocês não se comportam como corpo!

A nossa realidade hoje é diferente. Ali era a única igreja da cidade, havia reuniões nas casas, mas, era uma única igreja, um único pastor, mas hoje estamos separados, são muitas congregações na cidade.

Como discernir o corpo?

Temos que entender que não somos toda a igreja, somos parte dela. Reconhecer isto, sofrer por isto, chorar por isto, orar por isto, desejar que Deus una seu corpo.

Quando se pensa em unidade, não é um dia todas as congregações juntas em um único lugar, mas aqueles que amam a unidade se unam.

Isso tem que ocupar nossas orações.

Comentário:
“Uma vez quando Jorge Himitian esteve por aqui, comentou que esta avenida não seria a Avenida da fé e sim a vergonha da fé. Os cristãos aqui na mesma rua, mas separados.”

3- O Corpo deve ser único

Deus nos chamou para sermos um mais ainda não somos. Paulo tentou prevenir uma divisão, hoje em dia temos divisões declaradas. Paulo nos tempos de hoje teria um infarto.

Então ao tomarmos da ceia, devemos lembrar que somos parte pequena do corpo. Não existe parte boa e parte enferma do corpo. Todo o corpo está enfermo.

Ilustração:

Imagine uma conversa entre a boca e a mão.

Boca:
-e aí, como vai?

Mão:
– tô bem, tô tranquila, sadia e trabalhando mas, quando eu apalpo o fígado aqui, sinto que ele está meio inchado, acho que é hepatite.

A mão não se dá conta que está amarela e que aquela hepatite pode levar todo o corpo a falência.

Então não existe uma parte do corpo doente e outra parte sadia. O corpo está enfermo então estou enfermo.

Podemos escolher entre sermos membros ou sindicatos.

Sindicato:

Vê o erro, fica bravo com o erro, denuncia o erro, mas é o erro do outro.

O membro:

Vê o erro, se entristece com o erro, denuncia o erro, mas chora com erro.

Denunciar os erros não significa que devemos desprezá-los.

Ao tomar a ceia, lembrar que a igreja está separada, e pedir para o Senhor juntar seu corpo.

4- Anunciar a morte do Senhor

Duas coisas importantes:

a) anunciar a morte – que fala do passado
b) até que ele venha – que fala do futuro

Em todas as ceias lembramos o dia em que Jesus remiu nossos pecados na cruz. Ali fomos sarados do pecado.
“Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos.” – Isaías 53:5-6
“Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus.” – 2 Coríntios 5:21

Mas falando do futuro, lembramos que somos peregrinos na terra e esperamos que ele venha.

Culto ministrado por Evangevaldo Farias – Cabugá

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