As bem-aventuranças.

Mateus 5

  1. E Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos;
  2. E, abrindo a sua boca, os ensinava, dizendo:
  3. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;
  4. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;
  5. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;
  6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;
  7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;
  8. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;
  9. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;
  10. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus;
  11. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa.
  12. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

Ser feliz dentro do contexto greco-romano era: ser culturalmente sábio; ter posses; ter influência; ter beleza física. Os religiosos tinham muito orgulho de si mesmos e se viam como superiores aos outros. Usavam a lei como forma de exaltação pessoal e justiça própria. Subjugavam os mais humildes e menos favorecidos na sociedade. Jesus vai contra a mentalidade de que para “ser” alguém era necessário “ter” algo.

Ética do Reino de Deus

As bem-aventuranças não são um meio de salvação, elas mostram o quanto o ser humano é incapaz de cumprir a lei de Deus. Para Jesus ser bem aventurado é estar pleno, feliz, independentemente das circunstâncias. A felicidade está em ser dependente de Deus.
Versículo 3 – os pobres de espírito: aqueles que têm consciência de que em si mesmos não podem coisa alguma e que por isso dependem de Deus. O pobre de espírito sabe que tudo vem de Deus. Ao contrário dos que confiam na sua própria justiça e em seus próprios méritos, sendo orgulhosos e autossuficientes.

Versículo 4 – os que choram: são pessoas sensíveis. O que nos torna humanos é essa capacidade de sermos sensíveis diante das situações da vida, sensíveis diante das pessoas e sensíveis diante da pessoa de Deus. Os que choram não foram endurecidos pela vida. Os que choram sentem dor pelos seus pecados, estão sensíveis à voz de Deus. Por isso recebem o consolo do Espírito Santo. O pecado nos torna insensível em relação a Deus e também em relação ao próximo.

Versículo 5 – os humildes: o humilde não se impõe sobre os outros para obter poder. Não sente necessidade de se mostrar para obter aceitação dos outros ou para se mostrar maior. O humilde não tem medo de perder o seu lugar, por isso não é competitivo. Os orgulhosos, fortes, estão sempre disputando quem é o maior. Os humildes são felizes porque confiam no amor e no cuidado de Deus. Não vivem na corrida inquieta e desenfreada para obter coisas, são satisfeitos com o necessário, se satisfazem com a presença de Deus. Salmo 37:11. Sabem que “do Senhor é a terra e a sua plenitude.” Salmo 24:1, e sendo filhos de Deus têm a sua provisão.

Versículo 6 – os que têm fome e sede de justiça: justiça é a conformidade com o direito; é a virtude de dar a cada um aquilo que é seu. A justiça parte da existência de uma lei. Existe um padrão estabelecido por Deus. Nosso senso de justiça é muito limitado. Tratamos as pessoas por merecimento. Deus não nos trata como merecíamos ser tratados, mas com misericórdia e amor. Os que têm fome e sede de justiça sabem que em si mesmos não são justos, que seu senso de justiça é tortuoso e que precisam da graça de Deus (Romanos 3:23-24). É Ele quem os justifica e capacita a exercerem justiça para com o próximo. Não se conformam com esse mundo e seus conceitos, por isso se posicionam contra a injustiça e anseiam pela manifestação do reino de Deus (justiça paz e alegria no Espírito Santo – Romanos 14:17).

Versículo 7 – os misericordiosos sabem o quanto foram perdoados por Deus e por isso disponibilizam perdão. Este é fruto de uma vida no Espírito. Só conseguiremos ser misericordiosos se enxergarmos as pessoas sob a ótica de Deus. Mateus 18:23-35 Parábola do credor incompassivo.

Versículo 8 – os puros de coração – Salmo 24:3-4. Quem entra na presença de Deus guarda o seu coração Lucas 6:45 e Marcos 7:21. A justiça dos fariseus (religiosos) era meramente aparente, mas Jesus disse que nossa justiça precisaria exceder à justiça deles Mateus 5:20-22. Jesus deixa claro que a raiz do pecado está na concepção dele, ou seja, no coração. Daí a necessidade de se combater o pecado no coração, na sua fonte. O puro de coração é aquele que se lava no sangue de Jesus e que se alimenta dEle. 1 João 2:1.

Versículo 9 – os pacificadores: são agentes da paz, facilitadores da reconciliação. São chamados filhos de Deus porque se parecem com Deus. Ele desceu até nós, o verbo se fez carne para que houvesse reconciliação. Os pacificadores descem até os que precisam de reconciliação e trazem a paz. “Ide e pregai” apresentar Jesus aos perdidos é anunciar a paz. Efésios 2:14-18: Jesus é a nossa paz.

Versículos 10 e 11 – perseguidos por causa da justiça: insultados, perseguidos e caluniados por causa de Jesus. Os que promovem a paz (puros, humildes, mansos.) normalmente são perseguidos pelos “fortes” deste mundo. O mundo não está em concordância com o jeito de viver do discípulo de Jesus. Existirá conflito entre nosso modo de viver com o modo do mundo. Os perseguidos por amor a Cristo são herdeiros do reino dos céus, e lá terão recompensa. Estão em concordância com os profetas que foram também perseguidos por causa da palavra de Deus. Quando a igreja (os discípulos de Jesus) começar a viver de acordo com os padrões do Espírito e a brilhar a luz de Cristo haverá perseguição.

por Nívea Soares

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