Por muitos anos, ao ler a parábola do joio e do trigo, honestamente, me via enquadrado entre os que são joio. Nunca questionei a maldade que a Bíblia descrevia sobre o homem, pois via ela em mim. Quando lia a descrição da igreja, a noiva sem macula nem rugas, definitivamente não conseguia me ver incluído, sendo essas suas características como requisito. Acreditava que “trigo” era o título dos grandes homens de Deus, que possivelmente já não pecavam mais. Fui crescendo e percebendo que todos os homens, infelizmente, pecam. Alguns, inclusive, por se auto considerarem capazes e úteis. Comecei a acreditar, então, que ‘trigo’ seria a condição dos que pecavam menos. Dos que eram mais usados e faziam mais pelo Senhor.
Até que, finalmente, por infinita misericórdia e compaixão de Deus, pude perceber o quão arrogante vinha sendo meu coração ao tentar incluir na condição de trigo algum tipo de merecimento humano. Diminuindo, assim, o peso e agonia de Jesus na cruz do calvário ao se fazer pecado por toda uma raça caída. Que tipo de condição nós alcançaríamos por nossas próprias forças diferentes de “culpados”? Nenhuma! Troquei minha presunção por um clamor de arrependimento por tamanha desonra de pensamentos. Por fim, pude compreender que é justamente essa condição que define o trigo: Humilhado.
A pureza da igreja de Cristo está no seu contínuo ato de arrependimento. E que grande milagre! É nessa condição que tocamos o coração de Deus. E este acesso ao perdão está disponível somente no precioso sangue regenerador de Jesus. A noiva de Cristo é sem mácula ou ruga porque está banhada do sangue do noivo, e então justificada! Não estamos na condição de seres que não pecam, mas de discípulos que buscam não pecar por meio da capacitação do Espírito Santo e que quando pecam, são conduzidos por Ele ao arrependimento. Jesus nos livrou do poder do pecado, nos deu o Espírito Santo, nos deixou a sua palavra. Nos deu tudo para que tivéssemos verdadeira vida (João 17.3). Que viva esperança!
“… desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade.” Fp 2.12b-13
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