A indústria cinematográfica tentou, recentemente, ressuscitar alguns filmes de “bang-bang”. Os atores são diferentes, mas a trama é a mesma. A cena de enforcamento ainda pinta os homens maus tirando a vida de vítimas inocentes e até se divertindo realmente com isso. Palavras penetrantes, ditas para ferir, acompanham o evento medonho.
A que nível as pessoas podem chegar? Pode ser que você tenha sido profundamente ferido por palavras e ações de outros. Como você lida com isso? Como você trata a traição por um amigo íntimo? Como você reage a uma carta anônima? A resposta depende da condição do coração. Que melhor coração para servir de modelo para nossa vida do que o de Jesus Cristo?
Jesus sofreu profundas lacerações
Numa quente, brilhante, sexta-feira de manhã em Jerusalém, Jesus sofreu profundas lacerações, causadas pelo açoite e pelos pregos, e teve que sofrer severo abuso verbal de uma multidão de curiosos que incluía os soldados. A crucificação, no oriente, era pior do que um enforcamento no oeste. Em vez de procurar vingança ou exigir desculpas, ele falou em defesa deles.
Não era incomum uma pessoa crucificada falar na cruz; mas suas palavras eram geralmente selvagens expressões de dor, rogando pela libertação, maldições contra Deus ou julgamentos sobre aqueles que tinham causado seus sofrimentos. Ele orou: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
A oração era a linguagem natural
Admirável! Essa oração era tão incomum que levou um criminoso notório, que estava sendo crucificado próximo a Jesus, a mudar totalmente sua disposição em favor do Cristo. Esta exclamação pode certamente causar feridas emocionais, rancor e ressentimentos parecerem infantis. Esta oração provou a íntima e habitual comunhão de Jesus com seu Pai. Foi porque a oração era a linguagem natural do Salvador que ela saltou a seus lábios ressecados nesse momento.
Seu Pai era uma parte inseparável de seu coração. Justo quando parecia conveniente retirar-se de Deus ou imaginar se ele sequer estivesse por perto, Jesus orou ao Pai. Jesus afirmou o tipo de coração que é necessário para segui-lo, que reflete seu próprio coração: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23).
Buscar a si mesmo é o oposto de negar-se a si mesmo
É a raiz do problema da nossa inclinação para o pecado. As massas egoístas seguem o caminho que Pedro descreveu: “…especialmente aqueles que, seguindo a carne, andam em imundas paixões e menosprezam qualquer governo. Atrevidos, arrogantes, não temem difamar autoridades superiores” (2 Pedro 2:10). “Perdoa-lhes” é uma oração de intercessão.
É mais fácil orar muito por si mesmo do que fazer isso por outros. Isso exprime eloquentemente a solicitude de um pelo bem-estar de outros, sejam parentes, amigos ou inimigos. Jesus mantinha uma mente submissa que pensava, servia e sacrificava-se pelos outros, para a glória de Deus, e não para ganho pessoal (Filipenses 2:5-11).
Uma pessoa injuriada geralmente se importa somente com seu próprio lado da situação, e vê somente aquelas circunstâncias que tendem a colocar a conduta da outra parte sob a pior luz. Não Jesus. Seu entendimento claro do perigo a que a culpa deles os expunha fez com que ele atentasse, não para sua própria dor, mas a reverter o destino horrível da multidão de linchadores. Orando por seus inimigos, Jesus estava capacitado a reprimir ao desejo natural de vingança e ter uma paz imperturbável.
Ele orou por eles para que tivessem tempo para se arrependerem de seu crime horripilante. Eles mereciam um julgamento imediato. Aconteceu? Não. Jerusalém foi destruída, como Jesus tinha predito, mas não antes de quarenta anos após a sua morte; e neste ínterim o Espírito Santo veio e os apóstolos começaram a pregar o perdão dos pecados (Atos 2:16-38).
Amar uma multidão de linchadores
Estão perdoados os seus pecados? Você pode amar uma multidão de linchadores como Jesus fez? Perdoando assim, o ofensor nunca entenderá plenamente o que eles fizeram você passar; eles nunca serão capazes de pagar pelo que tomaram de você (ainda que possam fazer uma nobre tentativa), e nunca saberão plenamente como você se sentiu.
Em que base você pode fazer isso? “Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou” (Efésios 4:32). Pelo amor de Cristo, ame uma turba de linchadores
Por Jerry Accettura
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